Alisson.
Subia as escadas em direção ao meu quarto, com a respiração descompassada, minha cabeça latejava e meus olhos ardiam enquanto eu tentava ser racional e arrumar um jeito de sair daquela casa.Eu havia discutido mais uma vez com meu pai, ainda ouvia seus gritos carregados de ódio vindo do andar de baixo.
Avistei meu celular carregando em cima do criado-mudo, me movi até lá me sentando na beira da cama e desbloqueando o celular.
Entrei no aplicativo de mensagens indo até o contato da minha melhor amiga e iniciando uma ligação.
Depois de alguns toques, Diana finalmente atendeu.
-alô_ respirei fundo em uma tentativa falha de controlar o choro.
-o que houve?
-briguei com meu pai de novo Diana, mas dessa vez ele está pior, só preciso sair daqui.
Eu senti o nó se formar na minha garganta, apertando cada vez mais. Meu peito doía com a pressão das lágrimas que ameaçavam escapar. Fechei os olhos e inspirei profundamente, tentando encontrar um vestígio de calma. Minhas mãos tremiam e eu as fechei em punhos, unindo toda a minha força de vontade para não desmoronar ali. "Você consegue", murmurei para mim mesma, enquanto mordia o lábio inferior, na tentativa desesperada de segurar o choro que insistia em vir à tona.
-eu… eu vou ver se o Antony consegue ir como te buscar_ ouvi sua voz trêmula e carregada de preocupação.
-tudo bem… vou tentar te esperar na porta.
-ok.
Encerrei a ligação e me levantei da cama, sentindo o peso da tristeza em cada movimento. A bagunça do quarto parece refletir o que estou sentindo por dentro. Cada passo em direção ao meu guarda roupa parece interminável, como se o chão estivesse tentando me segurar.
Meus dedos trêmulos encontram a alça da minha mochila, a peguei levando até a cama e voltando até o armário, peguei uma muda de roupa pra ir a escola amanhã e guardei na mochila.
Respiro fundo, sentindo o ar pesado entrar nos pulmões. Era hora de descer, eu já não ouvia mais nada vindo do andar de baixo, mas tinha medo de encontrar com ele de novo.
Finalmente tomo coragem e pegou a mochila, indo em direção a porta. Aperto as alças, tentando encontrar algum conforto na familiaridade do gesto. É algo tão simples, mas hoje, parece um ato heróico.
Sigo em frente, com a mochila nas costas, tentando encontrar a força para continuar, mesmo que por dentro tudo pareça desmoronar.
Com cuidado e destreza desci os últimos degraus da escada, quando olhei em volta e não vi meu pai, soltei o ar que nem sabia que estava preso e suspirei aliviada.
Continuei meu caminho até a porta silenciosamente, tudo que eu não precisava era que ele aparecesse e voltasse a me dizer as coisas horríveis que me disse mais cedo.
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corações Resilientes.
RomanceAlisson e Ellie são duas garotas que lidam com traumas familiares de formas muito diferentes. Alisson, carinhosa e amorosa, enfrenta a violência de um pai abusivo com um coração aberto e empático. Já Ellie, com uma família que parece perfeita por fo...