A primeira coisa que Júlia notou quando acordou foi o raio de sol batendo direto no seu rosto, aquecendo a pele e a despertando do sono profundo que estivera momentos antes. Com um suspiro, Júlia esticou suas pernas o máximo que conseguia, ficando com os pés pendurados para fora da cama por um momento. A sua cama, em casa, era do tamanho perfeito para suportar a sua altura fora da média mas, ali no sítio de sua família, ela não tinha a mesma sorte.
Depois de se espreguiçar, Júlia colocou um braço embaixo do travesseiro e, com o outro, tentou procurar a mão que deveria estar em volta de sua cintura. Ela tateou o colchão atrás de si, foi para cima e para baixo, e não encontrou nada. Nem a mão, nem o corpo que deveria estar ali, e ela acabou franzindo o cenho quando se deu conta de que estava sozinha na cama. Júlia se virou, levando consigo as cobertas, e abriu os olhos lentamente. Apesar de não estar mais encarando o sol, o quarto ainda estava claro demais para quem havia acabado de acordar.
Como ela já suspeitava, sua namorada não estava deitada do outro lado. Seu travesseiro ainda estava amassado e as cobertas estavam jogadas para o lado de qualquer jeito, mas Naiane não estava lá. Era incomum, para dizer o mínimo, que Naiane acordasse antes dela, então sua primeira reação foi olhar para o banheiro localizado de frente com a cama, mas as luzes estavam desligadas e ela com certeza não estava lá.
Júlia pensou em chamar, mas ela suspeitava também que Naiane não estava por ali. Não faria sentido que sua namorada não estivesse no quarto, mas estivesse no corredor. A cozinha ficava no andar debaixo e, tirando os outros quartos, não havia mais nenhum cômodo ali em cima que a paraense pudesse se ocupar enquanto Júlia estivesse dormindo. Soltando um resmungo que era uma reclamação, Júlia virou na cama de novo e esticou o braço para pegar o seu celular para ver as horas. 06h21. Ela tinha certeza que nunca viu Naiane acordando antes das 10h quando elas estavam de férias.
Assim que viu as horas, Júlia notou que havia uma mensagem de Naiane também. Ela abriu a conversa e passou os olhos depressa pelas palavras, antes de franzir a testa ainda mais porque, das coisas que ela imaginou ler, aquilo não era uma delas. A mensagem, enviada 05h49 da manhã, lia:
"Tô aqui na rede. Quando acordar, vem aqui."
Júlia pensou, por um momento, em ligar para Naiane e mandar ela voltar para o quarto. Ou, então, apenas virar para o lado e continuar dormindo. Porém, tanto a sua curiosidade quanto a sua preocupação falaram mais alto. Preocupação porque, para Naiane estar acordada naquele horário quando as duas tinham o dia inteiro para dormir e descansar, algo sério podia ter acontecido. Curiosidade porque, caso nada ruim estivesse rolando, então ela queria entender qual era o plano da namorada.
A central respirou fundo antes de chutar as cobertas para longe, fazendo um amontoado de tecido nos pés da cama, e esfregou o rosto com as mãos antes de se sentar no colchão. Júlia estava cansada e iria demorar alguns minutos para ela acordar de vez, então ela aproveitou para ficar um tempo sentada na beirada da cama alongando os músculos de forma preguiçosa. Júlia havia jogado no dia anterior, um jogo longo que quase foi para o quarto set, e tinha se separado do seu time ainda no aeroporto quando chegaram em Belo Horizonte. Ela esperou por duas horas até que Naiane chegasse, vinda também direto de um jogo que havia acontecido mais cedo naquela noite, antes do jogo de Júlia. De lá, elas pegaram o carro de Júlia que havia ficado no estacionamento do aeroporto e dirigiram direto para a fazenda da família da central, onde elas iriam aproveitar a paz e o sossego por três dias sozinhas e sem compromissos. Aquela era a segunda manhã delas ali no sobrado construído em uma parte afastada das plantações e Júlia tinha planos de só levantar da cama quando suas costas começassem a doer, mas, pelo jeito, ela ia ter que se adaptar.
Quando sentiu que já era capaz de se erguer e começar o dia, Júlia se levantou, pegando seu celular, e foi até o banheiro. Ela passou poucos minutos ali, mas saiu com os dentes escovados e o cabelo penteado. Ela pensou em prender os fios em um rabo de cavalo, contudo, era incrível poder deixar seu cabelo solto por um tempo considerando que ela precisava prender ele durante os treinos e jogos.
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Sins of Lust - SFV
RomanceUma série de capítulos únicos (one-shots) de hots envolvendo diversos casais da SFV.