"Nada de mestres ou reis
Quando o ritual começa
Não existe inocência mais pura
Do que nosso doce pecado."─ Take Me To Church Take ─ Hozier.
[🎶🍏]
POV KLAUS
Meu marido tinha essa merda de levantar antes do amanhecer que eu detestava pra caralho. Foda-se apreciar o mundo dormindo e o nascer do sol no jardim com uma boa caneca de café antes de correr pela redondeza.
Stefan me escutava? Não mesmo.
Felizmente, minha filha mais velha puxou a mim, odiando acordar de manhã pra escola, o que não era fácil, por isso eu sempre escapava e deixava Stefan provar do veneno.
Meus filhos mais novos não entenderam o memorando e puxaram ao pai, faltando bater as panelas pela manhã, elétricos como um fio desencapado.
Puxei os lençóis para longe, parando de enrolar e querendo a porra do meu marido. Era sábado e eu desejava acordar com um boquete, não uma cama vazia com fantasmas.
Fui para o banheiro dentro do closet, mijei, escovei os dentes e revirei os olhos para a bermuda preta com dragões espalhados. Eu era um fraco de merda por covinhas e olhos verdes bonitinhos.
Hope era completamente obcecada, não que tivesse mudado, por Como Treinar o Seu Dragão, ela e Stefan costumavam assistir juntos, já eu nunca tinha visto mais do que uma ou duas cenas inteiras.
Meus lábios puxaram em um sorriso ao entrar na sala de estar, Hope não acordava às sete de um sábado por livre e espontânea vontade nem por todas as músicas da Sabrina Carpenter.
Ela tinha muitas obsessões.
Me joguei ao lado da minha filha de oito anos que usava pijama de flanela porque era legal demais pra combinar com os pais.
Precisou de muitos beijos, doces e um abraço de dois minutos de Hope para Stefan entender que a bebê dele não estava crescendo mais rápido do que deveria.
Fui superior e não liguei. (ninguém precisava saber que eu podia ou não ter chorado no chão do banheiro)
"Por que ele faz isso?" Hope resmungou, os olhos mais fechados que abertos e a cabeça no meu ombro.
Beijei o topo de sua cabeça, uma vez que ainda tinha permissão. Eu podia ouvir vozes abafadas e leves barulhos de utensílios, além do aroma doce que envolvia a sala.
"Defeito de fabricação." brinquei e ela riu. Henry Danger passava na TV em cima da lareira. "Talvez no oitavo filho mude." ela gemeu, afastando-se.
"Limites, pai, pelo amor de Deus."
"Deus não existe."
Ela não hesitou. "Pelo amor de Lucifer, apenas, para aí." ri.
"Cadê os gêmeos?"
"Na cozinha, fazendo torta de morango com o papai."
"E você não quer torta de morango?" fui embora antes que ela pudesse abrir a boca. "Stefan, meu querido, amor da minha vida, pai dos meus filhos, Hope não quer torta de morango, jogue a parte dela para os guaxinins."
Encontrei na cozinha uma cena que triplicou o tamanho do meu coração. Foda-se a medicina praticada no meu hospital, do qual meu puta marido fazia parte.
Os cachos loiros de Paty estavam amarrados em um coque e ela usava um mini avental igual o irmão. Os dois tinham farinha nas bochechas e estavam de pé em cadeiras com encosto, mexendo com algo no balcão, mas Danny era o único com o cabelo molhado, o que indicava uma guerra d'água.
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Eu nasci doente, mas adoro isso
RomanceOnde Stefan e Klaus vivem seu sábado com os filhos, guardam um segredo e se beijam muito.