Apaixonado pelo meu cliente

Bônus especial

Narradora on:

Em uma deslumbrante manhã ensolarada, com pássaros cantarolando a sua linda canção, existia um bairro chamado Kagurazaka - Shinjuku, localizada na cidade de Tóquio. É um bairro muito afamado, principalmente bastante frequentado por turistas estrangeiros, que vão só para conhecer as belezas que tem por lá.

Por conta dessa sua fama, o bairro fica numeroso. Para você ter uma noção, em plena manhã, as ruas vão enchendo com vários habitantes. Algumas para trabalharem cedo, outras para desfrutarem da formosura que as ruas oferecem, tirando várias fotos de alguns pontos, cujo são parecidos com a cultura francesa. O lugar é adorável e muito bem cuidado, apesar da movimentação toda pela manhã. Porém, quando a noite cai, a agitação nas ruas se acalma e diminui.

E nesse maravilhoso bairro, vocês podem até imaginar quem mora nele. Exatamente, o Dōma, dono do mercado. Entrando na sua humilde residência, o próprio já estava acordado e disposto, cheio de energia para ir abrir o seu mercadinho e dar início às vendas. Não necessitava do auxílio do despertador para acordar, os linguajares barulhentos nas ruas faziam esse serviço. Não que isso chegasse a incomodá-lo, pois ele sempre gosta de abrir o mercado cedinho.

Já havia escovado os dentes e tomado banho. Estava na sala, sentado no sofá, de frente para uma TV e assistindo o jornal, com a toalha enrolada por volta de sua cintura esbelta e possuindo curvas sedutoras. Em sua mão, segurava uma xícara com café quente e amargo, saindo o vapor visível para cima. As pequenas gotas de água grudadas em seu corpo, deslizavam-se preguiçosamente por ele.

Com o óculos posicionado torto pro lado, olhava para a TV fixamente e atentamente. Assistia com os olhos focados, como se nada nesse mundo merecesse a sua atenção, naquele momento. Já deveria ter se aprontado pro expediente, mas, o jornal pelo visto parecia ser de extrema importância.

Narradora off

Dōma on:

— Estamos aqui, no mercado do cidadão Dōma, onde foi invadido por dois assaltantes, que agora se encontram detidos na viatura. — Observo a reportagem passando na televisão, sobre a tentativa de assalto que aconteceu ontem à noite.

A moça repórter caminha até mim, com a companhia do cameraman focando na minha imagem. Misericórdia... Olha pra minha cara de sonso. Assim que eu liguei para polícia, eles vinheram com repórter e tudo.

— Conte para nós como foi que aconteceu, Dōma. — A moça loira aproxima o microfone nos meus lábios, passando a oportunidade para eu falar.

— Bem... Na hora que eles chegaram para tentar roubar o meu caixa, estava eu e mais um cliente. Por sorte, graças a esse cliente, eu não fui assaltado e nada de ruim a-aconteceu. — Vejo, com grande desapontamento, a forma como eu estava nervoso e me tremendo diante da câmera — Com a-a excelente bravura dele, ele bateu nos dois caras e apagou os dois. Foi incrível presenciar tudo aquilo, sabe? A forma como ele espancava eles. — Nessa hora, eu estava começando a me soltar nas palavras, me expressando mais do que eu deveria.

De repente, sinto que as minhas bochechas estão queimando, como um forno se aquecendo. Com os dedos dos meus pés inquietos, fico esfregando os dois dedões, um por cima do outro, sentindo uma grande sensação de desconforto ao assistir.

Por que eu disse uma coisa dessas???? O povo vai me achar um completo lunático! E-E se o Hakuji estiver assistindo essa reportagem??? Aiii! Imploro para que ele não esteja, pois a pior parte está por vir.

— Nossa... É... — Após a minha fala, a moça ri, claramente sem graça — Bom, então... Se ele estivesse aqui, o que você diria para ele? — Ela retorna a colocar o microfone na minha boca.