Domada pelo Prazer

Prólogo

A cidade costeira estava envolta em uma bruma suave quando o último barco do dia se afastou do cais. O som das ondas quebrando nas rochas e o aroma salgado do mar eram constantes companheiros para aqueles que viviam ali. Naquela noite, o céu se tingia de tons de laranja e rosa, enquanto o sol se escondia lentamente no horizonte.

Ana estava sozinha em sua livraria, "Mar de Letras", preparando-se para fechar. O local estava imerso em uma atmosfera tranquila, com a luz suave das lâmpadas de mesa criando um ambiente acolhedor e quase mágico. A livraria, com suas prateleiras de madeira e o cheiro dos livros, parecia um refúgio seguro para ela, longe das tumultuadas ondas do mundo exterior.

Enquanto arrumava alguns livros na seção de literatura erótica, uma velha caixa de papelão em um canto esquecido chamou sua atenção. Era uma caixa que ela havia guardado por anos, contendo algumas de suas memórias mais íntimas e dolorosas. Ana hesitou antes de abrir a caixa, seus dedos tremendo ligeiramente. Dentro, encontrou uma coleção de cartas e fotos antigas que a lembravam de um tempo em que sua vida era muito diferente.

Entre os papéis, uma foto desbotada chamou sua atenção. Era ela, mais jovem, ao lado de um homem sorridente e de olhos intensos. O sorriso dele era uma mistura de charme e mistério, e o olhar no rosto de Ana era de uma felicidade despreocupada. Ela se lembrou do quanto estava apaixonada naquela época e do quão completamente sua vida mudou desde então.

A lembrança foi abruptamente interrompida pelo som do sino da porta da livraria, anunciando a chegada de um cliente. Ana guardou a foto rapidamente e se dirigiu ao balcão. O cliente entrou e, ao ver a expressão pensativa de Ana, perguntou se estava tudo bem. Ela sorriu, tentando esconder sua inquietação, e respondeu que sim.

Enquanto o cliente fazia sua compra e se despedia, Ana voltou seus pensamentos para a foto. O passado parecia ter ressurgido, trazendo consigo uma sensação de inquietação que ela não conseguia ignorar. Sentia que algo estava prestes a mudar em sua vida, algo que poderia trazer tanto prazer quanto dor.

A cidade costeira, com suas ruas de paralelepípedos e o som das ondas, parecia estar em sintonia com seus sentimentos conflitantes. Ana sabia que o futuro reservava surpresas e desafios. Mas, sem saber o que exatamente estava por vir, ela sentia uma mistura de ansiedade e expectativa. Algo novo estava prestes a começar, e o encontro inesperado que se aproximava poderia mudar sua vida para sempre.

Enquanto a noite caía e a livraria se esvaziava, Ana olhou pela janela para o horizonte, onde o céu ainda exibia vestígios do sol poente. Ela sabia que estava à beira de uma nova jornada, uma que a levaria a explorar os limites do prazer e a confrontar os fantasmas de seu passado. E, de alguma forma, o destino parecia estar apontando para um homem misterioso que, embora ainda desconhecido, já começava a dominar seus pensamentos.