illnesses and scars

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6 anos atrás.

Natsu Pov.

Termino de comer meu sashimi e saio correndo da mesa até o banheiro, coloco o dedo por dentro da boca e sinto toda a comida se revirar no meu estômago, logo saindo pelo meus lábios.

Tem sido assim desde que eu passei a achar outras garotas mais bonitas que eu.

Eu não consigo ter autoestima, não importa o quanto eu me esforce.

Muitos dizem que eu já sou magra, mas eu não consigo ver isso, quando me olho no espelho, só sinto nojo.

Minha refeição a mais de 2 meses tem sido somente água e alguns resquícios de comida que sobra no estômago após eu vomitar. As vezes eu consigo digerir algumas colheres de arroz, ou alface.

Limpo minha boca com água e tiro o gosto ruim dela, me sento encostada na parede e deixo as lágrimas tomarem conta do meu rosto.

Passei o dedo pelos meus cabelos ondulados e logo percebo que não o alisei hoje.

Eu tentei entrar nos padrões da sociedade depois de terem me chamado de gorda, eu não ligava a princípio, mas eu comecei a reparar no corpo de outras garotas.

Eu apaguei meu próprio eu para agradar o mundo.

2 anos depois.

Passo mais uma vez a foto pelo meu telefone. Estou vendo minhas imagens de quando tinha distúrbio alimentar e distorção de imagem.

Bom, eu ainda estou me recuperando disso, comecei a cuidar da minha saúde não tem nem 8 meses, isso após eu ter desmaiado e ter ficado em coma por alguns dias. 

Bom, eu aprendi a me olhar como eu realmente sou. Isso me causou problemas no início, mas com o tempo essas feridas foram se curando. Quero dizer, uma parte delas.

Minha relação com meus pais anda decaindo, parece que algo já impossível está afundando cada vez mais.

Eu já não tinha esperanças, de qualquer forma.

Além disso, minha “fobia social” aumentou um pouco. Não tenho coragem de falar com ninguém que não seja meu irmão, e as vezes parece que eu nem existo.

Infelizmente, eu entendi que feridas se curam para dar espaço para outras se abrirem, e eu não estou falando só psicologicamente.

Desde que eu saí do hospital, após o coma, eu passei a descontar tudo em meus pulsos frágeis, e quando doíam demais, eu passava pra barriga.

Eu costumo esconder tais cortes, simplesmente por medo de me julgarem, por me acharem dramática, mas isso veio me ajudando a não fazer algo pior.

Isso talvez seja muito para uma criança de 13 anos suportar, mas foi o que os céus me deixaram e por isso eu vou permanecer firme, mesmo que cause uma dor insuportável.

Nesse momento, eu estou colocando meu moletom com pressa, num calor infernal, pois estão trazendo minha comida.

Aproveito e coloco “Style” da Taylor Swift no YouTube. Conheci ela recentemente, as músicas dela me prenderam.

Alguma das empregadas bate na minha porta, logo abre a mesma, colocando meu alimento sob minha escrivaninha.

Faço uma reverência e agradeço.

Olho para a comida e sinto meu estômago revirar, mas faço um esforço e coloco algumas garfadas na boca.

Depois de ter me forçado a comer, vou para o banheiro e retiro o moletom, vendo as cicatrizes sagrando e ardendo.

Isso vai dar um trabalhão.

Atualmente.

Ao entrarmos em casa, me jogo na minha cama e começo a pensar em tudo que já fiz na vida até hoje.

Como eu fui tão burra de não perceber o que estava óbvio? De certa forma, Katsuki ainda é idêntico a quando era mais jovem.

Pior foi saber que depois daquilo eu fiquei em choque e não disse mais nada, ele preferiu voltar pra casa e eu me encontro com a cara afundada no travesseiro agora.

Depois de vestir meu pijama, pego meu caderninho e vou para a sala - agora vazia - e sento-me num sofá perto da janela, conseguindo ver a neve cair lá fora.

Olho cada página desde a primeira.

Os versos escritos, as composições que eu desisti no meio, alguns desabafos em trechos de poesias, e finalizando Snow On The Beach.

Minha última composição foi algo mais leve, eu quero mostrar a Jirou pois acho que uma segunda voz seria legal na música.

Pretendo me apresentar ano que vem naquele evento da escola.

Como eu já estou mais habituada com a música, escrever e pensar no ritmo foi fácil.

Fecho o caderno e olho para o céu escuro, logo percebo uma presença se aproximando.

-O que faz aqui? - Shoto me pergunta.

-Insônia, e você?

-O mesmo motivo.

Ele se calou e se sentou-se só meu lado, apoiando a cabeça no meu ombro.

-Não estamos nos falando tanto nos últimos dias. Aconteceu algo? - ele pergunta.

-Ah, eu acho que não - ri - pela minha parte não, pelo menos.

Ouvi sua risada baixa e ficamos ali por mais algum tempo.

Sua companhia é algo que me acalma, só que eu não quero me enganar sabendo que ele não sente nada além de amizade por mim.

Está óbvio isso, pelo seu olhar e seu jeito de agir comigo.

Provavelmente ele só me vê como uma irmã.

E eu sinceramente não me sinto totalmente mal por isso. Ao menos eu sei que não sou só uma simples amiga pra ele. 

                                                 💥

Oiie, meus amores!!

Percebi que minha escrita mudou bastante desde que eu comecei a escrever Music in your eyes e, por isso, peço perdão pela confusão que deve estar sendo nos capítulos.

Vcs viram a morte do nosso Katsuki animada? 😭

Obrigada por tanto, amo vocês! 🙈🤍

•Music In Your Eyes• ~Katsuki BakugoOnde histórias criam vida. Descubra agora