Capítulo 1.

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— Vamos, andem logo! Esses pratos não se lavarão sozinhos! — a dona do local gritava, passando pela cozinha onde um certo grupo cuidava dos talheres e pratos sujos.

Assim que o sol atinge a Terra, os tutores são obrigados a levantarem e fazerem as tarefas antes das oito horas, deixando tudo intacto para os pequeninos.

Nada poderia estar com poeira ou um resquício de sabão, precisavam ser lavados cotidianamente.

— Como se a senhora ajudasse em algo gritando em nossos ouvidos... — uma das tutoras ao lado de Jimin sussurrou.

— Agradeça que a senhora Chuy já está fora da cozinha, ou seria castigada — brincou um pouco da situação.

— Não é como se já não estivéssemos acostumados com isso, Ji — o olhou de maneira cômica, pegando os pratos empilhados e os levando para a mesa em que as crianças comiam.

Jimin queria rir daquele comentário, mas infelizmente não poderia, afinal, não era uma grande mentira.

O orfanato "Spedale" era conhecido pela região por sua boa conduta em educação de crianças, tanto pelo respeito pelos funcionários mais favorecidos.

E, claro, conhecido também por ser o mais rígido.

Passou a mão na testa após finalizar a louça e deixar todos bem limpos, olhou para o relógio, notando já se passar das sete da manhã.

Levou seu olhar para sua colega que o aguardava na porta, sinalizando para que fossem logo chamar as crianças para o café da manhã.

Começaram a andar calmamente, Jimin mantinha suas mãos unidas na frente do corpo e sua colega tinha uma postura calma, com os braços cruzados.

— Sabe — ela iniciou —, às vezes eu me questiono se teremos uma vida digna depois de reencarnarmos.

— Céus, vira essa boca, Rose! — empurrou seu ombro levemente, arrancando uma risada — Por que isso tão de repente!?

— Foi um pensamento alto que escapou, mas relaxa, não morreremos tão cedo.

Jimin não respondeu mais nada, apenas seguiu para o quarto das crianças que cuidava, assim como Rose. Adentrando no cômodo, viu todos dormindo esparramados, com bocas abertas e babando.

Soltou uma risada leve pela cena.

Caminhou entre eles e, ao chegar ao final, se virou novamente, levantando as mãos e batendo palmas, ouvindo os resmungos conforme andava até a porta.

As crianças começaram a se mexer, algumas esfregando os olhos, outras se espreguiçando. Jimin sabia que a rotina estava apenas começando.

— Bom dia, pequenos! — disse com um sorriso gentil, aproximando-se da cama de uma garotinha que ainda estava com os olhos semicerrados — vamos, acordem! O café da manhã está esperando.

A garota murmurou algo inaudível e Jimin riu, lembrando-se de quando era consigo e o quanto levantar cedo parecia uma tarefa impossível.

— O que temos para o café hoje? — perguntou uma das crianças, com uma voz ainda sonolenta.

— Surpresa! — respondeu, piscando para o garotinho — mas só quem estiver pronto em cinco minutos vai descobrir.

A menção da palavra "surpresa" pareceu energizar as crianças, que rapidamente começaram a se preparar. Jimin ajudou onde era necessário, ajustando roupas e penteando cabelos.

Aquele era um dos poucos momentos do dia em que o trabalho parecia mais leve, graças aos sorrisos e a energia contagiante dos pequenos.

Enquanto desciam as escadas em direção ao refeitório, Jimin não pôde deixar de pensar nas palavras de Rose mais cedo. A vida ali no orfanato não era fácil, mas ele se apegava aos pequenos momentos de alegria que encontrava no dia a dia.

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⏰ Última atualização: Jul 26 ⏰

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