Prólogo

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Há muito tempo, um ser conhecido como a Magia criou tudo. A Magia era tudo, e nada era Magia; ela não era um ser, mas sim a personificação da perfeição. A Magia se fez luz, se fez escuridão, criou as mais lindas e as mais tenebrosas criaturas. Deu-lhes o sopro da vida e então criou os deuses. Os deuses foram criados para representar tudo o que já havia sido criado pela Magia. Ela os fez com a mais pura perfeição, cada um deles, para que cuidassem de suas outras criações. Mas, entre todas essas suas criações, ela se encantou com uma em especial: um ser místico e gracioso, um deus; um deus que a adorava de todas as maneiras possíveis.

No entanto, a Magia não era algo ou alguém que pudesse retribuir as graciosas oferendas oferecidas a ela. Por isso, todas as tardes, ela mandava o vento para acariciar a pele dele, dava-lhe as frutas mais deliciosas para sentir seus lábios e mandava a chuva quando ele se sentia só. Ele a adorava com graciosas melodias, com lindos passos de dança, e com extremo fervor. Há  quem acha loucura o criador se apaixonar por sua criação, isso poderia parecer a mais louca das loucuras, mas era amor, era devoção, eram um só.

Uma noite, a Magia, determinada a fazer uma das maiores loucuras, fez uma proposta ao seu amado, escrevendo nas estrelas para que eles ficassem juntos. Ele, sem pensar duas vezes, aceitou. Contudo, isso teria uma consequência para ambos: a Magia teria que se tornar algo, deixando sua forma perfeita, e ele deixaria de ser um deus. Nada disso os impediu. Porém, ao se tornarem seres mortais, foram separados, pois o mundo era tão grande que os fez cair em universos diferentes. Ela não se lembrava dele... ele sonhava todas as noites com ela, na esperança de que algum dia, algum milagroso dia, eles se encontrassem novamente, para finalmente voltarem a ser um só.

Ignatius Umbra Where stories live. Discover now