Capítulo 1

5 1 0
                                    

— Aqui, eu pretendo colocar um sofá de canto. — Apontei enquanto andava. — E gostaria nas paredes branco e creme. — Então chegamos no cômodo que tinha meu coração. Meu quarto. Era grande e mal via a hora de poder decorá-lo como bem queria. — Aqui, eu quero as paredes...

— Rosa. — O Arquiteto me olhou com tédio. O Engenheiro e o Decorador que estavam logo atrás dele, olharam para os lados.

— Bem, sim... — Confirmei, desconfortável. — Mas não só rosa. Eu quero colocar outra cor também... — Percebi que estava sendo ignorada completamente. — Eu...

* celular tocando *

— Alô? — Perguntei levando meu celular até a orelha e me virei de costas.

— Amigaaa! — Era Cassie. — Amiga, vamos ao shopping hoje? Eu tô muito sozinha e precisando gastar um pouco do dinheiro do meu marido! — Ela riu, e eu quis rir junto. — Cassie era minha melhor amiga. Ela tinha minha idade. Era casada. Sim, já. Não porque ela quis. Mas sim porque os meus "tios" (não tios de verdade), meio que obrigaram ela. Eu fui contra, claro. Mas ela aceitou. Afinal, gostava de seu marido, Maycon. Então no fim, tudo terminou bem para ambos.

— Não posso, Cas. Meus pais me pediram para almoçar com eles hoje. — Contei.

— Poxa, faz dias que a gente não se vê. Então amanhã a gente marca algo, tá bom?

— Okay! É melhor assim. — Mandei um beijo e já desliguei. Me virei e já não havia ninguém. — Mas eu nem contei como era o quarto direito.

* Mensagem *

— Ahn? — Levantei o celular e vi que era uma mensagem do meu irmão. — Já vou indo... — Disse para mim mesma e guardei o celular. Caminhei até a entrada.

— Em outro momento falamos mais, Senhorita Hussein. — O Decorador me aguardava.

— Ficou só você? — Perguntei enquanto fechava a porta atrás de mim.

— Parece que sim. Até logo. — Ele acenou com a cabeça e saiu. Tranquei a porta e esperei pacientemente pelo elevador. Pedi um táxi quando cheguei do lado de fora do hotel e ele não demorou a chegar. Ele me levou até o portão da minha casa e eu o paguei.

— Oi Fred! — Cumprimentei o porteiro. Ele sorriu e abriu o portão. Mas antes que eu entrasse, um carro estava saindo. Não era nenhum dos 5 carros do meu pai. — Opa, será que cheguei muito tarde e era algum amigo do meu pai? — Corri para casa e entrei ofegante. — Cheguei! — Avisei tirando os sapatos e deixando minha bolsa sobre a mesinha.

— Seus pais a aguardam na sala de jantar, senhorita. — Uma das empregadas avisou, sorridente.

— Obrigada, Célia. — Caminhei com leveza até a sala onde eles estavam e parei na entrada. — Oii! Cheguei.

— Até que enfim. — Meu irmão mais velho, Nathan, disse sem me olhar. — Eu estava quase indo buscar você.

— Pois não precisa. — Digo indo até a mesa. — Oi Mãe! — Passei por ela e depositei um beijo em sua bochecha.

— Oi querida. — Ela me beijou de volta.

— Cabeçudo! — Brinquei com meu irmão, e estranhamente ele não brincou comigo de volta. Parecia que estava no mundo da Lua. — Oi papai! — Beijei sua bochecha.

— Oi anjinho! — Ele me puxou para um abraço.

— Onde estão suas sandálias, Miya? — Minha mãe me questionou.

— Eu tirei quando cheguei. — Respondi sorrindo.

— Você sabe que isso é muito deselegante. Não sabe?

Destino Malicioso - ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora