Capítulo 3

3 1 0
                                    

— Hoje você me ver... Amanhã talvez não Veja mais... — Cantarolei olhando pela janela. A semana havia se passado tão rapidamente. Tudo estava contra mim, até o tempo. Era amanhã. Amanhã eu seria entregue a outro monstro. Talvez até pior que meu pai. Com certeza é um velho. Só Cassie tem sorte de ser obrigada a casar com um homem bonito e jovem. Não acho que seja o meu caso. Nem ao menos o conheço. Não sei como se chama, como é seu rosto, seus gostos... Sua cor favorita.

— Miya... — Nathan entrou no quarto com uma mala. — Vim só me despedir. Eu vou indo. Desculpe não ficar para ver... Isso. — Ele deixou a mala no chão e veio até mim. Me virei para ele e não consegui conter as lágrimas.

— Me leva com você... — O abracei chorando. — Me leva junto por favor...

— Não pense que eu não queria fazer isso... — Ele beijou o topo da minha cabeça. — Seja forte... Não conheço o sujeito mas, se for como nosso pai, não o desafie e seja uma boa esposa. Quando eu voltar, vou fazer de tudo para te tirar de lá. Eu prometo. Agora eu preciso ir.

— Já?

— Sim... Eu te amo irmã. Não se esqueça disso nunca. — Ele me soltou e beijou minha testa. — Seja uma boa menina até eu voltar.

°°°

— Filha, está com fome? — Minha mãe entrou no quarto.

— Não sinto fome alguma. — Minha voz saiu rouca. Me virei para ela. — Como eu poderia pensar em comida?

— Minha querida... Você não precisa ficar assim... Seu pai sabe o que é melhor para você. — Ela tocou meu rosto.

— Não acredito que você está dizendo isso! Ele fez uma lavagem cerebral em você! — Me afastei já chorando. — Não basta te ver feliz com isso tudo! Ainda apoia e fica do lado daquele monstro! Como pode???

— Se acalme filha! — Ela tentou me abraçar. — Por favor! Não irrite seu pai! — No fundo, eu tinha dó dela. Era notório o seu olhar sofrido. Mas concordar com isso? Para mim era demais. Eu não poderia aceitar.

— Me deixe sozinha! Sai daqui! — Gritei. — Me deixe!

— Tá bom. Só espero que não se arrependa de tratar sua própria mãe assim... — Ela saiu. Tive um pequeno surto e quebrei algumas coisas do meu lindo quarto. Até quebrei o meu celular no impulso.

00:05

— Não posso ficar aqui... — Me sentei na cama. Tudo estava em silêncio. — Não posso... Daqui a algumas horas eu serei a esposa de um velho asqueroso! Eu não posso aceitar! — Coloquei um blusão do meu irmão que estava no meu guarda roupas. Sai sorrateiramente da casa. Os seguranças estavam distraídos demais para ver um pequeno ponto preto se movendo pelo jardim. E o porteiro, estava assistindo seu filme de faroeste com um volume muito alto. Peguei as chaves do portão que ele deixava sobre a mesa. Caminhei para o portão lateral. Eu não seria doida de passar pelo da frente, onde seria notada facilmente. Joguei as chaves para dentro depois de estar do lado de fora, e o portão se trancou. Corri em direção ao centro, onde poderia me misturar com as pessoas e o cenário. Se fugir era a minha única opção, eu não hesitei... Prefiro isso a me casar com um velho... Algo em mim sentia que haviam notado minha ausência. Tenho certeza que meu pai estava agora mesmo atrás de mim. Não sei quantos minutos haviam se passado desde o momento que sai, mas tenho certeza que pude ver um dos carros dele passando na rua. Entrei pela porta dos fundos de um hotel bem famoso da minha cidade. Não estava tão movimentado. Os empregados estavam confusos com a minha presença.

— Quem é você garota? — Alguém perguntou.

— S-Só uma ajudante... E-eu me atrasei porque minha mãe está doente e... — Inventei uma desculpa qualquer.

Destino Malicioso - ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora