𝗕𝗜𝗦𝗢𝗨𝗦⠀𝓮𝓽ㅤ𝗟'𝗢𝗥𝗔𝗡𝗚𝗘ㅤ;🍊

53 9 5
                                    

Naquela manhã Hansol acordou mais animado que nunca. Revirou-se em sua cama a noite toda repensando no riacho e o quão infantil e pre adolescente ele sentia-se ao relembrar da reação que tivera ao ver o torso de Seungkwan desnudo. Sentia-se frustrado e envergonhado toda vez que lembrava da situação.

Levantando-se as pressas da cama, o estadunidense se apressou em se arrumar para que pudesse ir buscar sua mãe, já que a mesma havia se acostumado com o efeito jet lag. Por conta dos últimos dias e com a sua cabeça inteiramente ocupada pensando em seu vizinho adorável, Chwe nem sequer se recordou da mulher que lhe esperava no hotel no centro da cidade, muito menos da mensagem de sua irmã se referindo a Somi. Só de pensar naquelas questões novamente fazia sua cabeça latejar.

O rapaz descia para ir ao seu quintal. A época de colheita estava chegando, algumas laranjas estavam ficando lentamente alaranjadas enquanto outras ainda mantinha suas cores esverdeadas. Ao respirar fundo, Hansol podia sentir o aroma das frutas pairarem sobre o jardim. O mesmo lembrou-se de fazer uma nota mental, assim que chegasse a hora, iria colher todas as frutas e presentearia Seungkwan com pratos feitos do fruto.

Retornando para dentro de casa, o Chwe apanhou as chaves de sua casa e o seu celular que não parava de vibrar pelas mensagens que recebia, mas o mesmo as ignorou, enquanto saia de sua casa, trancando a porta e deixou a chave escondida dentro de um vaso de plantas. Ao caminhar mais a frente ele pegou sua bicicleta e caminhou para fora a empurrando. Antes que pudesse realmente partir rumo a cidade, o rapaz foi surpreendido por Seungkwan pulando em sua frente enquanto sorria alegremente.

— Hansol! — O alaranjado riu de sua feição e abraçou os próprios braços. – Está indo aonde? Eu queria saber se você ainda iria na festa da Joohyun ? Naeyon me lembrou pois já havia me esquecido, haha!

O estadunidense apenas sorriu feito um adolescente bobo. Sempre ao lado daquele garoto sentia-se a pessoa mais idiota e bobona do mundo. Seu coração se aquecia com as falas alegres do mesmo e a forma em que sentia-se confortável em falar consigo. Seu sorriso era enorme e invejável. Mesmo que estivesse de noite e as estrelas brilhassem, elas não eram absolutamente nada comparadas com o brilho de seu sorriso. O Chwe suspirou ridiculamente apaixonado.

— Eu também havia esquecido. Obrigado por me lembrar, Kwan. – O rapaz sorriu tímido. — Estava indo a cidade buscar minha mãe.

— Também está indo?! Não se importaria em ter uma companhia, não é? Eu tenho que me encontrar com meu amigo. – O menor sorriu meigo.

— Amigo? Aquele da última vez? – Hansol indagou franzindo suas sobrancelhas.

— Sim, sim. Seokmin. Talvez eu consiga um emprego fixo e não terei que me preocupar muito em ser descartado como editor. – Ele piscou nitidamente envergonhado.

— Que bom, Kwan. Se não de importaria em ser carregado, fique a vontade.

O alaranjado riu e rodeou o estadunidense, sentando-se na garupa da bicicleta e circulou seus braços timidamente em sua cintura. O Chwe sorriu soprado e não tardou em começar a pedalar.

O vento soprava forte conforme ambos andavam pelas estradas de terra rumo ao caminho da cidade. As árvores tornavam-se borrões verdes quando desciam em velocidade pela estrada. Seungkwan apertava a cintura do estadunidense enquanto seus cabelos alaranjados sobrevoavam com a brisa do vento contra o seu rosto. Hansol, por outro lado, sorria feito besta, agradecia pelo fato do menor não estar vendo seu rosto, pois se jogaria na frente do primeiro carro que passasse em sua frente.

Ainda era confuso para si, gostar de Seungkwan, mesmo que há anos apenas se relacionava com mulheres de sua idade. Por um momento, ele se viu apegado as diferenças de idade. Enquanto o Chwe estava beirando os trinta, tendo vivenciado bastante coisas na casa dos vinte, Seungkwan por outro lado, havia acabado de sair do colegial, entrando rapidamente na faculdade. Vernon mordeu seu lábio inferior pensativo. Não deveria estar tendo sentimentos por alguém tão novo, quando Seungkwan, ele pensou. Afinal, o alaranjado ainda tinha inúmeras coisas do que vivenciar e aprender.

— Hansol… – O Boo o chamou, e vendo que não respondeu, apertou a cintura do mesmo fazendo com que o mesmo se assustasse e olhasse rapidamente para trás. Assim ele pode ver o rosto risonho e corado do menor. Sentiu seu coração derrete-se imediatamente com a visão.

— O que foi, Kwan? – Ele perguntou, tentando não parecer afetado pela proximidade do outro e retornou a ter a sua atenção no caminho.

— Você está bem? Parece meio perdido. – Seungkwan riu, seus olhos brilhando em pura diversão.

Hansol engoliu em seco, tentando encontrar as palavras certas. Como poderia explicar o turbilhão de emoções que sentia toda vez que estava perto do mais novo? A verdade é que ele não sabia o que responder. No fim, apenas forçou um sorriso e desviou o olhar.

— Estou bem, só... Pensando em algumas coisas. – Ele respondeu, tentando manter a voz firme.

O menor inclinou a cabeça, seus olhos cheios de curiosidade e talvez algo mais — algo que Hansol não ousava identificar.

— Coisas boas, espero? – Seungkwan perguntou suavemente, seus dedos agora brincando com o tecido da camisa do rapaz.

Hansol riu, nervoso. Ele sabia que deveria dizer algo para afastar aquela sensação estranha no peito, mas tudo o que conseguia fazer era se concentrar no calor dos braços de Seungkwan ao seu redor.

— Sim, coisas boas. – Ele respondeu, finalmente, permitindo-se relaxar um pouco.

O resto do caminho foi preenchido por um silêncio confortável, quebrado apenas pelo som das rodas da bicicleta contra a estrada de terra e o ocasional riso de Seungkwan ao observar algo engraçado ao redor. Hansol sentia o coração bater acelerado, mas de um jeito bom. Ele sabia que, por mais que tentasse negar, já estava completamente enraizado pelo charme do alaranjado.

Quando finalmente chegaram ao centro da cidade, Hansol estacionou a bicicleta com cuidado, ajudando Seungkwan a descer da garupa. Eles se olharam por um momento, os rostos mais próximos do que o necessário. Hansol sentiu o familiar calor subir por seu rosto.

— Obrigado pela carona, Hansol. – Seungkwan disse suavemente, sem se afastar. Seus olhos fixos um no outro. Poderia sentir a respiração contra sua pele levemente úmida. O mais velho sorriu e ajeitou a franja bagunçada do alaranjado, sentia suas mãos formigando com o singelo toque de suas peles. Como havia se tornando um adolescente apaixonado?

— Sempre que precisar. – Hansol respondeu, e por um segundo, ele pensou em se inclinar um pouco mais perto.

Antes que pudesse fazer qualquer coisa, o celular de Seungkwan vibrou em seu bolso, quebrando o momento. Ele deu um pulo, rindo enquanto pegava o aparelho.

— Ah, é o Seokmin. Tenho que ir. – Ele disse, mas não se moveu de imediato, seus olhos ainda fixos nos do Chwe.

— Claro, vai lá. – Ele disse, forçando um sorriso.

Seungkwan sorriu de volta, se aproximando o suficiente para dar um pequeno beijo na bochecha de Hansol. O coração do Chwe parou por um momento, e ele ficou completamente sem palavras.

— Até mais tarde, Hansol. – Seungkwan disse, finalmente se afastando.

Hansol acenou, ainda atordoado, observando enquanto Seungkwan corria para encontrar o amigo. Ele passou a mão pela bochecha onde sentiu os lábios de Seungkwan e suspirou, sabendo que seu dia, apesar de tudo, acabara de ficar muito melhor.

Atordoado pelo beijo, Hansol sorriu envergonhado e encarou o chão de forma tímida. Se sentindo patético, o rapaz tossiu e passou a empurrar sua bicicleta até aonde havia marcado com seu amigo para buscar seu carro.

𝓜eu pé de Laranja | VERKWAN Onde histórias criam vida. Descubra agora