Ao sair da escuridão da caverna, meus olhos arderam com a luz do sol, Henrik e eu nos deparamos com um cenário transformado. A tempestade de areia havia passado, deixando um silêncio opressivo. A areia havia varrido o terreno, deixando uma paisagem desolada e misteriosa.
Vi nossos equipamentos de montaria no chão e suspirei, olhando o horizonte e pensando em como encontraria Caelatus.
— Pequena trapaceira, teremos uma longa conversa por ter me abandonado com um desconhecido maligno por um garanhão bonitão.
Eu sussurrei ao vento. Henrik riu e respondeu piscando para mim.
— Ela poderia dizer o mesmo sobre você, não é?
Ergui uma sobrancelha, coloquei a mão sobre os olhos para protegê-los do sol e observei a paisagem Diamond é realmente um paraíso.
— Pelos espíritos, tinha um homem bonito perto de mim? — Coloquei a mão sobre a boca e suspirei com falsa surpresa. — Como eu posso não ter percebido? Seria melhor procurá-lo.
Com minhas mãos sobre os olhos, fingi procurá-lo, como uma piada. Henrik riu.
— Muito engraçado! Você deveria trabalhar como o bobo da corte, Kalunga.
Ele olhou para o horizonte, fechou os olhos e deixou sua respiração se acalmar. Escutei um relinchar ao longe e, quando desviei meus olhos dele, vi Caelatus e Daemon voltando juntos. Olhei para Henrik, surpresa.
Pelos espíritos, será que ele chamou o cavalo? Mas como? Não era um Mentales, nem poderia ser magia... Seria possível que os Maledictus tenham mais poderes do que sabemos?
— Como? Como fez para chamá-los?
— Isto é um segredo, pequena Kalunga!
Respondeu Henrik, com um sorriso enigmático. Revirei meus olhos e xinguei baixinho com aquele apelido ridículo.
— Eu realmente apreciaria que não me chamasse dessa forma. Busquei deixar sua falta de modos passar despercebido, pois estamos em uma situação difícil. Mas agora estou chegando ao meu limite. Seria pedir muito que você seja um cavalheiro diante de uma dama?
Ele inclinou a cabeça, ergueu uma sobrancelha e soltou uma estridente gargalhada.
— Dama? Não vejo uma dama aqui, uma fera selvagem talvez. — Cerrei os punhos com seus insultos. — A bela donzela gostaria de ser cortejada como uma dama?
Aproximou-se de mim, segurando meu queixo sem desviar os olhos dos meus.
— Meu senhor, eu não quis dizer isso. Tenho certeza de que Vossa Alteza sabe. Se eu quisesse ser cortejada, seria por um cavalheiro, não por um animal, não acha?
Desviei o olhar, piscando rapidamente para ele, enquanto uma leve ruborização tomava conta das minhas faces.
Ele explodiu em uma risada contagiante, seus olhos brilhando com diversão.
— Você é incrível! — Ele exclamou, entre risos. Inclinou-se mais, seu hálito próximo ao meu rosto. — A minha senhora me parece a última pessoa do mundo que poderia pedir para ser um cavalheiro, quando em nenhum momento se comportou como uma dama, não acha?
Pelos espíritos, o que estou sentindo? E por que estou deixando você tão perto, se nem meu noivo tem essa liberdade?
— Que bom que você me leu tão bem, minha querida, mas eu sou muito pior do que um animal.
Ele afastou-se em silêncio, virou de costas e se aproximou de Caelatus e Daemon. Enquanto colocava a sela em Caelatus, eu me aproximei de Daemon.
— Olá, querido, você é tão lindo!
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Laço do destino
FantasyApós um trágico acontecimento em sua vida, Lilja vê seus planos de casamento e felicidade desmoronarem diante de seus olhos. E agora, em meio a perdas, dores e desafios, ela terá que descobrir se o destino pode lhe reservar um novo caminho para a su...