Ao chegar na capital de Genius com suas ruas empoeiradas e olhares curiosos senti o peso de olhares acusatórios. Guardas sussurravam às minhas costas, seus olhos cheios de descrença.
O ar pesado de humilhação pairava sobre mim. Sem contar com Antonius e outros julgadores, prontos para apontar dedos acusatórios. "Eu já estou na lama", pensei, "não vou me preocupar em chafurdar mais."
Ao passar pelos locais, vi Raoni e Sofia juntos em um beco estreito, sombras dançando nas paredes. Seu marido, Alexandrus, trabalhava nas fronteiras, enquanto ela flertava com outro. Seu sorriso falso me revoltou.
Desço de Caelatus e o deixo nos postos destinados aos cavalos, um local específico para criadores de animais no reino. Embora os Metaphos possuam poderes, alguns habitantes, como Antonius, têm paixão por cavalos. Ali, Caelatus encontraria cuidado e atenção.
Em um beco escuro cheio de segredos Raoni empurrava Sofia contra a parede. Seus olhos brilhavam de raiva e desejo.
— Solte-me, Raoni! Sabe que não podemos...
Ela implorou, voz trêmula de anseio e desejo. Eu queria vomitar com tanta falta de caráter. Essa cena me fazia sentir suja, lembrando-me de quando deixei Henrik chegar tão perto de mim.
A hipocrisia de Sofia era revoltante para mim. Como pode julgar os outros quando ela mesma se rende à uma tentação?
Meu estômago revirava de nojo. Eu me via refletida nessa situação, embora diferente. Minha traição não era intencional, mas o afastamento de Antonius e agora o fascínio por outro homem me consumem completamente.
A dor da possível traição e a confusão emocional em relação a Henrik me sufocavam. Saí rapidamente, batendo em uma parede sólida, tentando escapar daquela realidade perturbadora. Meu coração ainda acelerava, refletindo sobre minhas próprias emoções conflitantes.
Quando vejo que a parede que bati foi o peito de Alexandrus, meu coração pulsa forte. Olho para cima e encontro seu olhar frio e impassível. Mesmo sabendo de seus defeitos, sinto uma ponta de compaixão por ele.
A dedicação que ele tem por Sofia é inegável, e sei que ele faria qualquer coisa por ela, até mesmo sacrificar outras pessoas ou mesmo morrer. Alexandrus olhou para mim segurando em meu braço.
— Senhora Aguapius, todos estão à sua procura... — Alexandrus disse, nariz franzido. — O que cheiro é esse?
— Não me toque.
Eu gritei, afastando-me bruscamente. Alexandrus se aproximou, e eu dei dois passos para trás, tentando criar distância.
— Você cheira como um Maledictus... — Ele disse, incredulidade em sua voz. — Como pode? Companheiros? Isso é impossível! Você não pode ter...
Seu olhar intensificado me fez sentir vulnerável.
— E daí? Só se afaste isso não é do seu interesse... não se envolva nos meus assuntos... e não invente mentiras...
Eu respondi erguendo a cabeça em desafio, tentando disfarçar Henrik já tinha me alertado que isso poderia acontecer. Ele inclinou a cabeça, intrigado.
— Não é mentira! Eu... eu sinto um cheiro estranho em você. É impossível... Você acasalou com um Maledictus?
Seu olhar perscrutador me fez sentir desconfortável. Eu balancei a cabeça, confusa.— O que você está insinuando?
— Você sabe o que é acasalamento, não é? — Ele perguntou, voz baixa e descrente. — Companheiros de vida... Você está com o cheiro deles.
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Laço do destino
FantasyApós um trágico acontecimento em sua vida, Lilja vê seus planos de casamento e felicidade desmoronarem diante de seus olhos. E agora, em meio a perdas, dores e desafios, ela terá que descobrir se o destino pode lhe reservar um novo caminho para a su...