mi amor

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Eu me lembro de como eu o conheci.
Eu estava com minha mãe visitando uma de suas amigas que tinha voltado para a cidade.

Quando chegamos na casa de sua amiga eu vi um pequeno garoto brincando com um carrinho - eu tinha 6 anos na época - e quando me notou arregalou os olhos e veio correndo em minha direção

"Nossa, seu cabelo é muito lindo e seus olhos são tão brilhantes" foi a primeira coisa que ele disse.

Eu fiquei tão nervoso por alguém estar me elogiando que não respondi nada, mas o garoto achou que eu tinha o ignorado, então saiu da sala e foi para o quarto com seu carrinho. Sua mãe pediu desculpa, mas a minha brigou comigo por eu ter agido daquela forma.

Eu fiquei triste porque minha mãe ficou chateada, então fui falar com o menino, que me ignorou quando entrei no quarto, mas que sorriu quando eu pedi desculpa.

Naquele dia brincamos um monte até nossas mães virem nos chamar para comer um bolo. Depois disso eu fui embora, mas sempre voltava para brincar com ele - que descobri se chamar Jimin - ou ele ia em casa para brincar comigo.

Depois daquele dia, passamos a fazer tudo juntos. Ele era dois anos mais velho, mas isso não impediu nada.

Certo dia, quando ele tinha 14 anos, ele chegou em casa e se trancou comigo em meu quarto, dizendo que queria contar algo.

"Eu acho que gosto de meninos, Kookie" foi o que ele me disse afobado.

E quando eu perguntei o porquê, ele me disse que sentiu vontade de beijar um colega de classe. Naquele momento eu pensei "será que eu também gosto?"

Dois meses depois ele beijou um cara pela primeira vez e veio correndo me contar

"Foi muito bom, foi diferente de beijar uma menina, mas não foi ruim"

Eles não tiveram nada sério, só ficaram algumas vezes e depois terminaram o que nem tinham começado.

Quando eu fiz 15 anos, já me assumido bi, comecei a sentir coisas estranhas por ele e quando me contou que tinha perdido a virgindade com um cara... Nossa, eu fiquei sem chão, mas soube disfarçar muito bem. Aquele incômodo no coração foi algo novo, mas ruim, desejava nunca mais sentir aquilo de novo, mas senti, quando ele me disse que estava namorando.

Ele estava tão feliz que eu me senti mal por não ter conseguido disfarçar melhor e ele percebeu.

"O que aconteceu?"

"Eu acordei meio indisposto, acho que algum resfriado" menti.

Naquela noite eu chorei, eu entendi o que estava sentindo, eu estava apaixonado por alguém que gostava de outro.

Um dia ele chegou com um chupão no pescoço e eu me irritei, sei que não tinha o direito, afinal foi o namorado que fez, mas me irritei mesmo assim.

"Você não pode andar com isso no pescoço, o que as pessoas vão falar"

"Por que você está agindo assim?"

"Você não deveria deixar isso acontecer, pelo menos esconda melhor da próxima vez"

Nós brigamos pra valer naquele dia, e foi nossa primeira briga naquele nível. Ele ficou um tempo sem olhar na minha cara e eu me senti um lixo novamente.

Depois de duas semanas eu fui pedir desculpas. Foi difícil, mas ele aceitou e voltamos a nos falar.

No ano seguinte ele se formou e eu fiz outra burrada.

Estava andando e vi ele e o namorado se beijando. Fiquei com ciúmes, então mandei mensagem pra uma menina que queria ficar comigo e nos encontramos em sua casa já que seus pais não estavam. Naquela noite eu perdi a virgindade e não foi nada bom.

Ela não gostou, eu não gostei e provavelmente ela não quer nem olhar na minha cara mais. No fim, eu passei uma noite chorando por ter feito aquilo, eu não me sentia pronto e mesmo assim fiz.

O que eu não sabia era que além de ser bissexual, eu também era demisexual, o que explicava muitas coisas, mas só fui descobrir isso meses depois.

Quando Jimin fez 20 anos, ele terminou o namoro. Confesso que fiquei feliz.
Ele veio em casa contar o que houve e se distrair.

Eu estava mais apaixonado que nunca, podia dizer que estava começando a amá-lo. O sentimento era tanto que quase não conseguia guardar dentro de mim, então em um dia, em sua casa eu fiz algo que mudou nossa amizade.

Estávamos em sua casa, na sua cama assistindo uma série, até que em um momento, não sei ao certo o que passou em minha cabeça, eu o beijei. Ele se afastou, espantado.

"O que você está fazendo?"

" Eu... Desculpa, eu não... Eu só..."

Naquele momento eu senti que estraguei tudo. Enquanto tentava explicar, sentia meu olhos embaçados e enquanto minhas mãos tremiam, meu coração acelera e minha respiração ficava ofegante.

Aquela foi minha primeira crise de ansiedade e foi horrível, a sensação era sufocante.

"Respira comigo Kookie"

Minutos depois eu estava mais calmo.

"O que está acontecendo?" Ele falava enquanto me olhava com carinho.

Então eu contei, tudo desde o início, eu precisava contar, estava me sufocando.

Jimin ficou surpreso, mas não se afastou.

"Sinto muito por tudo, eu não sabia, eu te amo e te ver sofrer é a última coisa que quero, mas... Eu não sinto o mesmo por você, saí a pouco tempo de um relacionamento"

"Eu não quero que você sinta o mesmo, só precisava falar"

Infelizmente, ele realmente não sentia o mesmo, mas conforme o tempo foi passando, ele começou a me tratar diferente.

"Eu quero te beijar"

Soltou assim que entrou na minha casa. E nós nós beijamos mesmo, muito, até nossas bocas ficarem inchadas e dormentes.

Um outro dia eu estava guardando a louça da pia de sua casa, enquanto seus pais já estavam deitados, quando ele solta.

"Dorme aqui hoje"

Diz e quando me abraça por trás e beija meu pescoço.

"Na verdade eu não quero que você durma, quero você bem acordado"

E eu entendi, então liguei para minha mãe e avisei que iria dormir lá. E naquela noite eu realmente não dormi, mas foi a melhor noite da minha vida.

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