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TW: Mutilação

Sanji observava de pé uma cama de casal com lençóis claros e limpos, cujos fora ele mesmo que os trocou. Atrás da cabeceira havia uma parede azul claro, sendo as demais do quarto brancas. Um criado-mudo se encontrava em cada lado da cama de madeira e uma estante de livros na parede oposta à da janela.

"Parece o céu." — Ele pensou ao ver o quão imaculado parecia o branco etéreo do cômodo.

A campainha da casa soou e ele deixou o lugar para atender a porta. Um rapaz da universidade, com cabelos esverdeados, fora revelado assim que a abriu.

— Ei. — Zoro cumprimentou ao ver o loiro da sobrancelha engraçada, que o importunava volta e meia no campus da universidade ou nas festinhas que ocorriam nas casas de algum colega em comum.

— Marimo... entra, por favor.

Sanji abriu caminho para Zoro, que passou a observar em volta à medida que chegava ao centro da sala. Era uma casa bastante bonita como mostrava o seu exterior, Zoro não estava acostumado com ambientes assim. Quando era adolescente, morava junto de sua família modesta e numa cidade pequena. E mesmo agora, dividia um muquifo com um colega para conseguir ter algum teto, enquanto se formasse na capital.

— Quer beber ou comer alguma coisa? — Perguntou o anfitrião da casa, fazendo o outro rapaz parar de olhar ao redor e passar a fitá-lo.

— Não. Acho melhor fazermos logo.

— Venha comigo, então. — Passou a andar até o quarto de seu pai e Zoro o seguiu como pediu. Após entrar no cômodo, ficou de pé e parado em frente a cama.

Zoro coçava a nuca, um pouco receoso e arrependido, mas parou os passos ao lado de Sanji. Percebeu que o loiro não deixava de fitar a cama de casal e resolveu quebrar o silêncio. — Então... será aqui?

— Sim. Na cama de meu pai.

Por um instante, o esverdeado pensou sentir ódio na voz dele ao proferir essas palavras.

— Como começamos? — Perguntou.

Sanji olhou para ele por alguns segundos e se sentou na cama. — Senta. — Pediu.

Zoro fez como pediu, se sentou na cama e mais alguns segundos em silêncio se seguiram, com ambos desviando o olhar. No entanto, a mão de Sanji estava sobre a cocha e Zoro resolveu pegá-la.

Para sua surpresa, Sanji não a puxou de volta, pelo contrário, ele se aproximou e lhe deu um beijo. Um muito faminto a ponto de colidir os dentes. Zoro pegou nos seus ombros para afastá-lo por um momento.

— Você tem certeza?

— Cala a boca.

Sanji lhe puxou de volta e passaram a se beijar novamente. Aos poucos tiravam as peças de roupas e se deitavam mais na cama. Zoro pôde sentir o cheiro de shampoo nos cabelos loiros e o de suor na pele clara ou rosada, muito diferente da sua morena. No entanto, se assustou ao ver algumas cicatrizes sobre o quadril e ficou tateando o loiro bem ali. Sanji notou que a mão grande e pesada repousava sobre os machucados.

— O que diabos é isso? — Perguntou assustado.

Não respondeu e voltou a tomar os lábios do esverdeado, embora ele não correspondesse. Se separou e revirou os olhos. — É por isso que é importante transarmos na cama do meu pai.

— Por isso está fazendo isso? Planeja se vingar de seu pai, transando com outro homem bem na cama dele?

— E daí?!

— Isso me parece autoflagelo! E aposto que essas cicatrizes também são!

Sanji soltou um resmungo e se afastou de Zoro, ficando de joelhos na cama. — Marimo, por favor, vamos a frente com isso.

— Sobrancelhas, o que você vai ganhar disso?

— É importante pra mim, porra!! Você não o conhece e nem me conhece, não diga o que devo fazer ou não!!

Lágrimas passaram a descer de seus olhos azuis e intencionou se levantar da cama, mas o marimo o impediu pegando em seu pulso.

— Ok. Você tem razão. — Disse e puxou o braço de Sanji até que pudesse voltar a beijá-lo.

O beijo era diferente dos demais, não só entre os dois, mas de todos os que já deram na vida. Sanji sentiu ternura, fazendo-o chorar novamente. Zoro lhe abraçou mais apertado, querendo passar o calor de seu corpo para o dele tão pequeno. Tiraram as peças de roupas restantes e passaram a ver seus membros duros, além de molhados.

A boca de Zoro percorria o tronco mais magro que o dele, suas mãos calejadas o masturbavam até penetrá-lo. Sanji gemia enquanto olhava o teto de branco casto sobre sua cabeça, aquele lugar parecia mesmo o céu e ele gozou.

Os lençóis limpos e claros de seu pai, ficaram sujos. Nada mais era imaculado. 

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