Capítulo II

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- "𝙟𝙚 𝙫𝙤𝙪𝙨 𝙨𝙤𝙪𝙝𝙖𝙞𝙩𝙚 à 𝙩𝙤𝙪𝙨 𝙪𝙣𝙚 𝙗𝙤𝙣𝙣𝙚 𝙡𝙚𝙘𝙩𝙪𝙧𝙚."
- "𝘿𝙚𝙨𝙚𝙟𝙤 𝙖 𝙩𝙤𝙙𝙤𝙨 𝙪𝙢𝙖 𝙗𝙤𝙖 𝙡𝙚𝙞𝙩𝙪𝙧𝙖."
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Já havia se passado a terceira aula dando o horário do lanche que seria 50 minutos e Nakahara estava estressado. Por conta de alguns alunos ficarem rindo de si, provavelmente de sua aparência "estranha". O professor saiu da sala quando o sinal tocou e alguns garotos se levantaram e foram na direção do novo colega, formando uma roda perto do mesmo. — Eae cabelo de fogo.— disse um garoto alto com olhos pretos. Todos ao redor de Chuuya começaram a rir da piada do mais alto. —Será que isso é peruca? Nunca vi algo tão feio antes. — falou outro jovem zombando, ele agarrou os cabelos do pobre menino sentado e puxou para trás. Chuuya resmungou alguns palavrões baixos em francês. — Olha que aberração, é todo sujo. — tagalerou uma jovem de cabelos escuros grandes referindo-se as sardas, fazendo todos rirem novamente e concordarem. Chuuya ficava calado com os cabelos ainda agarrados por aquele garoto, analisando o nome de cada um em seus uniformes. O garoto de estrutura alta com olhos negros era Takashi, o que agarrava os cabelos ruivos de Nakahara era Kanekawa e a jovem era Akiko. Observando toda a sala rindo das piadas que eram feitas pode notar que a única pessoa que não ria era, Dazai. O moreno continha uma expressão séria, sem vida alguma em seu olhar. Kanekawa arrastou o mais baixo até o canto da sala, jogando o mesmo na parede. Chuuya estava irritado mas não irá arranjar problemas ao seu irmão e não queria tomar uma suspensão logo no seu primeiro dia. —Melhor me soltar se não quiser ser espancado na saída. —Disse apertando a mão do outro que puxava seus cabelos. Kanekawa soltou os cabelos de chuuya, prendendo-o contra a parede com suas mãos ao lado do rosto do ruivo. —Parece que o cabelinho de fogo quer brigar. Tome cuidado garoto ou eu quebro sua cara agora. — Ameaçou Natsuki, tirando os braço ao redor de Chuuya e se retirando da sala junto com sua "gangue" de idiotas. O de sardas suspirou pesado e se sentou novamente na sua mesa, começando a procurar seu lanche mas parece que alguém tinha o roubado de sua mochila. —Bando de idiotas..— murmurou. —Você quer um pouco? — Perguntou o moreno que sentava na mesa do lado. Chuuya começou a fitar o olhar em seu colega. —Não aceito coisas de estranhos. Principalmente os que tem cara de drogado. — o ruivo disse fazendo o moreno começar a rir em um tom alto. —Prazer, meu nome é Osamu Dazai. Não somos mais estranhos agora. — disse o mesmo dando um leve sorriso, que claramente era falso. Chuuya estava com fome e não sabia o que fazer então apenas aceitou o Onigiri do rapaz e comeu, durante o intervalo o ruivo e dazai não trocaram mais nenhuma palavra, apenas olhares.

As aulas se passaram e finalmente haviam terminado, dando o tão esperado horário da saída. Nakahara estava perdido, não sabia pra onde precisava ir pra chegar em sua casa, seu irmão não iria o buscar pois tinha uma reunião bem importante, seu pai estava pouco se fudendo para ele e sua mãe.. Bem ele teria que ir sozinho. Chuuya já havia saído de sua escola e estava andando na rua com medo de errar o caminho já que estava sem seu celular. Um pouco mais a frente tinha uma praia isolada e sem presença de mais pessoas, apenas o ruivo estava lá. Ele admirava o lugar, a ponte que ia até o ponto de fundo da água estava pintada de branco com alguns desenhos e nomes gravados ali. A areia era espalhada pelo vento, Chuuya estava hipnotizado com tudo aquilo. O mesmo agora estava na ponte, admirando. Até que viu um garoto sendo levado mar a baixo. Sem pensar muito jogou sua bolsa de escola em qualquer lugar e pulou da ponte. Se jogando na água no mesmo instante, não iria deixar uma pessoa morrer, pelo menos não em sua frente. Ao afundar na água avistou um garoto logo o puxando para a superfície, com esperança de que ele ainda estaria vivo. Retirou o garoto de dentro do mar o colocando na areia molhada. Olhando bem para aquela pessoa agora ele reconheceu quem era, era Osamu. Dazai começou a tossir toda a água engolida, quando parou encarou Chuuya com um olhar mortal. —Quem você ta pensando que é pra interromper meu suicídio? Seu anão de jardim! —  Falou o mais novo, formando um bico emburrado em seus lábios. —Anão de jardim o seu cacete! Desgraçado suicida. Va morrer em outro lugar, na praia não. — o ruivo disse como se não se importasse nem um pouco se seu colega se matasse, mas pra falar a verdade não faria diferença alguma em sua vida. Por enquanto. Chuuya ajudou Dazai a se levantar, escutando o mesmo reclamar sobre o seu suicídio falho. Chegando novamente ao fim da praia. Já de frente para as ruas de Yokohama com o moreno o seguindo, conversando sobre alguma coisa que de fato o de sardas não prestava atenção alguma. —Será que dá pra você calar a boca? Vai seguir seu rumo vai. Eu já te salvei e não, você não tem nenhuma dívida comigo. — Disse Chuuya acelerando seus passos mas continuando sendo seguido por Dazai que se juntou aos movimentos acelerados do ruivo. —Não tá me ouvindo porra?! Vaza. — falou o mais velho irritado já com o acastanhado. —Meu caminho para casa é o mesmo que o seu, Chuu. — falou em um tom de implicância, rindo da cara indignada de Nakahara por conta do apelido. —Não me chame por apelidos toscos desse jeito como se fosse meu amigo, não é porque você me deu um pouco do seu lanche que vamos ser amigos. Eu nem te conheço direito desgraçado.— Chuuya havia de fato se estressado com aquilo, mas apenas suspirou. — Dazai, porque estava tentando se matar? Desculpe se for pessoal mas eu realmente não entendo. — perguntou com um leve tom de preocupação. —Hmmm, mais que gnomo intrometido. — disse o moreno em um tom de deboche logo começando a correr em linha reta sendo seguido por um ruivo furioso. Os dois adolescentes pareciam crianças brincando de pega pega onde Dazai estava ganhando, mas por pouco tempo. Nakahara tinha o alcançado e o puxou para perto o levantando pelo colarinho. Sendo exibido o pescoço do moreno enfaixado por bandagens e gases molhados. Chuuya já tinha percebido aquilo mas pensava que apenas os braços do mesmo eram enfaixados mas parece que seu tórax todo era. —Quem é o gnomo agora? Idiota. — falou o ruivo debochando. —Você continua sendo o gnomo. Acho que não cresce mais, você é muito pequeno. — brincou Dazai. — Vai se fuder girafa ambulante, eu só tenho 15 anos vou crescer ainda! — o estressado tentou defender sua altura mas não funcionou. Chuuya soltou Dazai, voltando a andar conversando com o mesmo, eles estavam fazendo perguntas um para o outro.

Nakahara não queria admitir mas gostou da companhia de Osamu, ele conseguia o manter menos ansioso. —Minha casa é aqui. Tchau Girafa. — falou o ruivo dando um sorriso de ironia para Dazai que mostrou a língua para o mesmo. —Cadê o meu obrigado ein, te acompanhei isso tudo e ainda te fiz rir, Chibi. — zombou o mais novo. —Chibi? A não se manca Dazai. — disse  adentrando a casa e fechando a porta na cara do seu colega. Osamu apenas seguiu seu caminho, indo para casa.

Dazai Osamu
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Dazai havia chegado em sua casa, a porta estava trancada, indicando que seu genitor não estava em casa, ele então destrancou a porta e entrou. A casa ainda estava com o sangue do moreno no chão e nas paredes, estava manchado, junto com o sangue do alcoólatra também já que Osamu tentava se defender e as vezes conseguia, o furando com um garfo ou quebrando uma garrafa de álcool em si. O mesmo suspirou já sabendo que iria tentar limpar aquelas manchas impregnadas. Juntou os produtos e começou a misturá-los jogando no chão e esfregando com um pano. Algumas manchas saíram, outras ficaram claras e umas não saíram. Osamu aproveitou para tomar um banho no banheiro, a fechadura da porta estava estragada então teria que tomar cuidado para que o alcoólatra não entrasse e fizesse algo com ele. Entrando no banheiro e ligando o chuveiro, deixando a água cair sobre seu corpo, suas bandagens se encharcavam mais a cada minuto. Não iria perder tempo retirando aqueles curativos, tinha que ser rápido. Esfregava os seus machucados com cuidado, estava agoniado com a areia que ardia os cortes. Fechando os olhos para retirar o shampoo de seus cabelos ondulados, quando escutou a porta sendo aberta bruscamente. Olhando já imaginando que seria seu genitor, vendo o mesmo apoiado na porta o encarando. —Você tem um minuto pra sair ou eu quebro sua cara agora mesmo. Essa casa é minha e você não vai consumir nada que tem dentro dela. Nem água. Nem comida. Só morre logo, você é um fardo na minha vida, eu queria que você tivesse morrido ao invés de sua mãe. —  Pronunciou o homem que parecia estar mais bêbado do que as outras vezes. Com lágrimas nos olhos Dazai ficou calado, apenas se retirou do banheiro correndo ao seu quarto e colocando alguns móveis na porta.

Já estava por volta das 00:00 e Osamu não conseguia pegar no sono como sempre, aquela insônia estava o consumindo por inteiro. Por outro lado a dois quarteirões daquela casa se encontrava Chuuya dormindo em sua cama tranquilamente, parecia um anjo. Os cabelos do garoto amassados, com volume, os lábios entreabertos, abraçado em um travesseiro grande e aconchegante. Era algo agradável de se ver. Pena que toda aquela paz seria interrompida daqui algumas horas, já que se aproximava do horário escolar. Pela primeira vez o ruivo iria ir de metrô para a aula, estava nervoso de se perder, mas se certificaria de decorar os pontos certos quando acordasse.

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