Capítulo 1

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Na maioria dos dias, Harry ficava feliz com sua decisão de retornar à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts para terminar seu sétimo ano e fazer seus NIEMs com Ron e Hermione. Isso lhe deu uma sensação de normalidade após a Segunda Guerra Bruxa, e sem o estresse constante do Lorde das Trevas pairando sobre ele, Harry sentiu que poderia realmente se concentrar em seus trabalhos escolares.

A única vez que Harry se arrependeu de sua decisão foi quando desceu para as masmorras para a aula de poções. Embora tudo em Hogwarts e no mundo bruxo tenha mudado com a guerra, uma coisa permaneceu insuportavelmente constante: o Professor Snape ainda o odiava.

Talvez tenha sido estúpido da parte de Harry pensar o contrário; presumir que Snape, revelado como um espião e herói, sobreviveria aos ataques de Nagini, e de repente quereria ser amigo dele. Talvez fosse ingênuo esperar que, ao mostrar a Harry suas memórias e protegê-lo por tantos anos, eles virassem uma nova página e se entendessem melhor. Era um conto de fadas, Harry pensou, ao sentir os olhos escuros e carrancudos de Snape observando cada movimento seu.

Eles voltaram imediatamente às velhas rotinas. Os comentários cortantes de Snape queimaram Harry profundamente, fazendo com que seu temperamento aumentasse, o que por sua vez gerou comentários mais contundentes de Snape. Juntos, eles mergulharam de cabeça em direção ao desdém mútuo padrão, a diferença é que Harry se arrependia cada vez mais de cada interação. Quando ele era mais jovem, ele poderia deixar isso para lá, perceber que eles sempre seriam inimigos. Mas depois de tudo que eles passaram, a recusa de Snape em mudar a dinâmica deles pareceu mais cruel e feriu os sentimentos de Harry. Ele nem sabia por que se importava tanto.

Harry já estava cursando várias aulas do semestre quando finalmente tomou uma decisão. Se Snape não quisesse ser seu amigo, tudo bem, mas Harry faria tudo o que estivesse ao seu alcance para quebrar o ciclo de animosidade entre eles. Ele tomaria a iniciativa e seria gentil. Até o final do ano, Harry planejou, eles seriam pelo menos educados um com o outro –

Dois dedos longos e pálidos estalaram na frente de seu rosto.

— Sr. Potter, olhar para o seu caldeirão como um idiota de cabeça vazia não o ajudará a preparar o antídoto para venenos incomuns. — Snape zombou.

Talvez o plano dele começasse amanhã, Harry suspirou.

Harry olhou nos olhos escuros de Snape e sorriu abertamente.

— Sim, professor! Vou começar imediatamente. —Ele disse alegremente.

Snape se irritou e colocou ambas as mãos na bancada de Harry, inclinando-se para ele ameaçadoramente. Seus longos e macios cabelos negros caindo sobre seu rosto.

— Eu não vou aceitar a sua ousadia. — Snape rugiu com uma voz baixa e perigosa.

— Claro que não. — Harry disse docemente: — Eu só queria dizer o quanto estou grato por você me observar tão de perto para saber quando não estou prestando atenção, e então gentilmente reservar um tempo para me ajudar imediatamente. — Ele sorriu novamente.

Harry ouviu Ron engasgar ao lado dele.

Vários outros olhos estavam sobre eles, prendendo a respiração, esperando para ver como o Professor Snape reagiria.

As sobrancelhas de Snape se ergueram quase até a linha do cabelo e ele lançou a Harry um olhar assassino. Ele se inclinou vários centímetros mais perto de seu rosto.

— Sr. Potter, você não é importante e não impressiona. Não serei ridicularizado em minha própria sala de aula por um pirralho tão egoísta. — Sua voz era calma, baixa e seca, mas Harry notou o leve tom rosado nas orelhas de Snape que lhe dizia que ele estava lívido.

Post-Run Snape | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora