Octavia
Essa semana passou voando.
Na sexta passada todos nós acordamos com uma péssima notícia: Alexei morreu.
Para ser sincera eu não senti nada apenas pena por Andei, que por sua vez estava enlouquecido.
Ele chegava em casa meia noite e saia quatro horas da manhã de novo para não sei aonde. Agora são onze horas e consigo escutar seu carro no lado de fora estacionando. A porta de entrada se abre após alguns instantes.
Eu estava sentada no sofá esperando por sua presença.
Seu corpo tampa toda a luz do luar do lado de fora ainda na porta.
— Está aí há quanto tempo?
Incrível como consegue me enxergar no meio do escuro do ambiente.
Acendo o abajur ao meu lado antes de responder.
— Não muito. Mas e você? Precisamos conversar. Eu não quero ser chata mas eu estou preocupada com o seu sumiço e suas atitudes.
Não vou mentir, isso está me incomodando porque, porra, ele não é assim. Alguém tem que cuidar de Andrei e ele não tem ninguém... Mas pode ter a mim.
— Ownn...que fofo! — fala em um tom sarcástico e um sorriso. — Sabe que eu não me importo com isso? Foda-se! Vive a sua vida Octavia, porra, e me deixa em paz! — sua voz nas últimas palavras estavam fortes e rudes.
Isso foi como um tapa na cara. A minha raiva esquenta e não consigo aguentar antes de explodir.
— Você é um idiota! Vive de forma irresponsável quando na sua posição é exigível que seja uma pessoa mais responsável. Quem você quer enganar Andrei, você nunca aguentou o tranco. Agora seu mundo desmoronou porque você nunca soube lidar com os seus problemas e sentimentos.
Ele estava no meio do corredor e quando ouve minhas palavras congela no ar e no segundo seguinte voltas os passos até mim. Quando chega ao meu lado puxa meu cabelo para trás e aproxima o rosto no meio ouvido.
— Vou te falar só uma vez, não se mete nisso. Podemos viver de forma maravilhosa mas saiba o seu limite de liberdade — diz. —
Não confunda liberdade com libertinagem.— Vai se foder Andrei! Eu estou tentando te ajudar e você quer continuar se afundando, morre então, vai tomar no cu!
— Eu não preciso disso! Nunca precisei de ninguém Octavia! E eu nunca vou precisar de você!
— Ótimo, porque eu não preciso de você também — retruco.
Empurro seu corpo e saio andando pelas escadas e quando chego em um dos mil quartos da casa eu fecho a porta e tranco.
Um minuto depois alguém bate na porta.— Você vai dormir aí? Não vai dormir comigo? — Andrei reclama.
Silêncio.
— Fala comigo! Agora! — grita.
Eu não respondo nada e escuto um barulho de munição. Em um segundo três tiros atravessam a maçaneta. Um forte chute arromba a porta em seguida.
Andrei passa pela porta e seu ar estava aflito. O seu rosto estava em uma mistura de raiva e aflição. Ele caminha até mim apressado e segura meu rosto com suas duas mãos. Seus olhos estavam brilhantes como se fosse chorar em um instante.
Seu corpo desmorona na minha frente e ele caí de joelhos na minha frente e de repente começa a chorar até soluçar.
O clima ao redor estava frio, mas o pior de tudo era a dor no meu coração que parecia que ia explodir.
Eu instintivamente vou até seu colo e o abraço com toda a minha força e vontade. Uma energia absurda está em volta dos nossos corpos nesse momento.
A cena agora congela: Andrei soluça como se tivesse torturado e eu fecho os olhos enquanto aperto seu corpo no meu.
Ele está destruído, fico perplexa em o ver nesse estado.
Andrei
Não sei quando deixei minha fraqueza exposta uma última vez.
Eu cresci sendo criado que devemos nunca demonstrar fraqueza, sempre força. No fundo eu tinha muitos problemas e sempre reprimi porque se eu colocava à tona eu estaria sendo fraco.Mas com Octavia descobri que eu não preciso ser assim, eu posso ser um homem fraco ao seu lado.
— Eu te amo Octavia — é um alívio dizer isso. — Mas você não merece o meu amor doentio.
— Shiu... — ela pressiona os dedos na minha boca mandando eu me calar. Seu rosto estava sereno e leve como um anjo. — Puta que pariu, você sempre fala merda.
Não tenho tempo de devolver porque ela me beija de forma lenta e calma. Seu corpo quente me envolve, sinto seu desejo, sua excitação. Me afasto.
— Eu preciso de você, não me abandona ainda.
Ela revira os olhos.
— Você já é meu — fala, sorrindo. — Temos um pacto, você me pertence e eu te pertenço, somos marido e mulher, a droga e o viciado... Se um dia você me deixar é porque você morreu.
Não consigo esconder os dentes, essa mulher é louca e me deixa doida por ela.
— Vamos pra cama, meu amor, amanhã teremos um longo dia.
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𝐒𝐂𝐎𝐑𝐏𝐈𝐎 & 𝐒𝐏𝐈𝐃𝐄𝐑
Romance↯ 𝚛𝚎𝚜𝚞𝚖𝚘 Octavia é uma jovem destemida envolvida em um mundo perigoso de intrigas e segredos, liderando uma poderosa família criminosa. Seu coração é dominado por uma paixão intensa e proibida por Andrei, um igualmente habilidoso mafioso de u...