cap 1

173 19 5
                                    

Estava sentado na bancada da cozinha, admirando-o enquanto ele guardava a louça seca. "Se me olhar demais, vou acabar murchando," disse ele em tom manhoso, virando-se e vindo em minha direção. Parou em minha frente, inclinou-se perto de mim e colocou a mão sobre meu peito.

- Você por acaso, quer me mostrar seu estilo de espadas? - Corei intensamente com a ousadia repentina do loiro, que sorriu maliciosamente enquanto descia aquela mão até a faixa verde na minha barriga. - Ou eu vou ter que descobrir como funciona sozinho, Marimo? - segurei sua mão.

- O que pensa que está fazendo?

- Relaxa Marimo, estou apenas realizando seus desejos mais profanos.- Ele passou pela faixa, chegando na minha calça. Fiquei envergonhado, mas não consegui impedir; eu queria sentir suas mãos ali.

- Bom garoto - disse ele, abaixando o olhar e se ajoelhando, pousando os lábios sobre a minha calça, insinuando o que queria. Ele ergueu os olhos na minha direção, me deixando excitado.

Acordei com um susto enorme, coração acelerado, barraca armada e a cueca melada de pré-gozo.

- Ah, vai se fuder, não acredito - tapei o rosto com a mão, suspirei fundo e segurei meu pau, tentando acalmar a agitação. Mais um dia no inferno. Comecei a me tocar para aliviar a situação, que já estava muito complicada nos meus países baixos.

Não consigo parar com isso; é minha quarta semana consecutiva sonhando com ele de forma explicitamente sexual. Acordo todas as manhãs excitado, amaldiçoando-me por sempre ter que pensar nele para conseguir gozar. Quando o sonho está fresco na minha mente, fecho os olhos e imagino seu rosto, sua voz e seu corpo. Quando o sonho é vago, preciso ver seu cartaz de procurado, extremamente bisonho, para lembrar do rosto dele e conseguir chegar ao meu ápice. Isso é muito humilhante.

Enquanto eu sofro como um cachorro no cio, ele apenas vive sua vida normalmente, como se não viesse todas as noites ser fodido nos meus sonhos. Já estou farto de tanto me imaginar fodendo aquela bunda; estou farto de carregar esse peso, de sentir atração por um completo otário como ele.

- Dormiu até tarde de novo, não é? Marimo preguiçoso - Ele falou ao me ver saindo do quarto. Eu estava com a cara fechada e um tanto suado. O encarei de cima a baixo e então revirei os olhos, bufando. Ele carregava uma bandeja com pratos, levando-a até a mesa do convés.

- É a vovozinha! - O cabelo dele estava lindo hoje.

- ORA SEU - rapidamente veio em minha direção, encostando a testa na minha; me encarando com aquele olhar de raiva que me deixa louco. Sentia que a minha ereção poderia voltar à tona.

- Por favor, pare com isso - Senti meu rosto esquentar.

- Como? - ele desfez a cara de raiva e logo a transformou em uma expressão de confusão. - Está bem, Marimo? O que houve? - Ele se afastou com uma expressão de preocupação.

- ... É que seu bafo está me matando - desviei o olhar.

- Retardado!

Ele virou sua atenção para Nami e Robin. Não me importo com esses flertes que ele tem com elas, sei que elas não dariam uma chance para ele, e que o pobre coitado está apenas se humilhando. Agora, o que realmente me tira do sério é quando um homem se atira para ele, como Portgas D. Ace. Ele pensa que ninguém repara como olha para a bunda do Sanji.

Aquelas olhadas descaradas, os flertes disfarçados de ajuda, apoio e tudo mais.

- Sua comida está tão cheirosa hoje - ele disse, sentando-se à mesa com um sorriso simpático, recebendo um sorriso recíproco do loiro. Revirei os olhos e me sentei à mesa também.

- Não vai me servir? Garçom.

- Você não tem mãos?

- Mas eu gosto quando é você quem me serve, é gracioso. - Todos, inclusive ele, voltaram seus olhos arregalados para mim, e um silêncio reinou por segundos que pareceram uma eternidade. - Já que você se parece com uma mulherzinha. - Disfarcei, e então todos voltaram ao barulho de sempre.

- Você realmente é gracioso servindo - Ace falou, agradecendo após Sanji pôr a comida em seu prato.

- Obrigada! - Ele sorriu desviando o olhar para mim e então revirando os olhos.

Encarei o moreno com um olhar mortal, demonstrando meu descontentamento com aquela ousadia disfarçada de gentileza. Seu filho da puta.

- E você está fazendo o que aqui? Nem faz parte do bando.

- Vim visitar meu irmãozinho.

- Já faz uns bons dias que você está aqui, né.

- Zoro! Por que está tratando o Ace dessa forma? Seja educado, seu idiota! - Nami gritou, irritada.

- Escuta, Ace, eu e você, lá atrás - Disse, levantando-me da mesa e sendo seguido por ele.

Me encostei na parede de madeira e ele se apoiou na borda do navio, inclinando a cabeça para trás e respirando fundo.

- Bom, o que é tão importante pra você me fazer perder tempo? - me encarou com um sorriso de canto.- Fica longe do sobrancelhudo - Falei de braços cruzados.

- O quê? - Ele também cruzou os braços.

- Mandei se afastar dele! Não fale com ele, não converse com ele e pare com essa coisa ridícula que você tá fazendo! Eu nem sei explicar o que é.

- Desculpa, não tô te entendendo. Você não me quer perto dele por quê? - Ele franziu a sobrancelha, debochando de mim.

- Não interessa, eu tenho meus motivos, e eles não te dizem respeito.

- Opa, calma lá, amigão. Você por acaso gosta dele? - Corei fortemente e então apontei minha espada para seu pescoço.

- O que está insinuando? Cabeça de fósforo.

- Você não me assusta, espadachim.

- É mesmo? Bom, no seu lugar, eu estaria me tremendo por inteiro. Você não sabe das loucuras que sou capaz.

- Escuta, eu realmente queria provar da fruta. O Sanji tem uma cintura fina, mãos delicadas e um olhar tão doce - franzi a sobrancelha, rangendo os dentes de raiva - Eu adoraria sentir aqueles lábios. Mas se você gosta tanto assim dele, eu saio do caminho. Ele não é a única pessoa da minha lista de desejos - ele disse, passando por baixo da lâmina e chegando perto de mim. - Mas você não vai conseguir nada dele, não tratando-o dessa forma.

- O que você quer dizer com isso? - Engrossei as palavras, ficando mais agressivo.

- Você tem o porte de galã, mas age como um brutamonte. Escuta, Zoro, não importa se é homem ou mulher, não se conquista ninguém assim. Você precisa ser doce, gentil, entende? Ter uma iniciativa mais dominante - passou a mão pelo meu peito, me deixando irritado. - Eu e Sanji, quase nos beijamos ontem; ele estava nessa distância da minha boca - ele aproximou o rosto do meu, mostrando na prática a vivência de ontem - Foi excitante, sabe? Sabia que os olhos dele ficam mais azuis quando vistos de perto? - Disse claramente em forma de provocação.

- Você não tem medo de morrer? - Devolvi minha espada para a bainha, então inverti as posições, prendendo-o contra a parede. - Acha que pode me ensinar alguma coisa sobre ser dominante? - me aproximei ao rosto dele, o fazendo corar. - Essa aqui, é a distância que ficamos toda vez que brigamos - Encostei a testa na dele. - Se alguém aqui sabe como os olhos dele são azuis, essa pessoa sou eu!

- Nossa! - Ele disse então aproximei nossos lábios, e podia sentir sua respiração fraca.

- Você não me conhece, tocha humana - guiei meus lábios para perto de seu ouvido. - Alguém do seu tamanho agindo como um machão pra cima de mim? olha pra você! Meu pau é mais grosso que seu pulso. Eu não preciso ser doce pra foder ninguém.

- Meu Deus!! você é tão nojento, Zoro! - Ace começou a rir e então passou por debaixo do meu braço. - Boa sorte com o loirinho, talvez ele goste de como você é ... Ogro. Admito que eu quase fiquei excitado - ele se virou. - Mas pelo que eu reparei esses dias, Sanji gosta de gentileza. - riu uma última vez e então saiu em direção ao convés. - Aliás, você não faz meu tipo; digamos que prefira ficar por cima, entende?

- Você tambem não agrada muito meu paladar.

Luxúria  - Zorosan Onde histórias criam vida. Descubra agora