Prologue

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Para o bem ou para o mal, Earn não saberia dizer se o que estava prestes a fazer seria algo que traria paz ao seu coração, ou se o deixaria ainda mais angustiado. Por mais que tenha considerado todas as margens, fossem elas positivas ou negativas, aquele dia não estaria nem na menor das possibilidades de seu querer.

Ela estava começando a considerar que nasceu com tendência a autodestruição.

Ajeitando nos braços um pequeno buquê de lírios brancos, a loira respirou fundo novamente — seria a quinta ou sexta vez, quem sabe, naquele milésimo de segundo. Esse ato deixou seus pensamentos ainda mais barulhentos diante do silêncio que o local oferecia.

O grande portão vitoriano que apresentava a propriedade a frente, era imponente o suficiente para repelir qualquer intruso. Mas não o bastante para fazer Earn Sanithada fugir. Ela queria, mas não tinha opção.

— É isso ou sofrer as consequências depois.

Seu pé direito foi posto à frente, seguindo a superstição do "para trazer sorte". O ar, meio pesado para aquela hora do dia, entrou pelos pulmões de Earn, fazendo-a recuar no mesmo passo que havia dado. Levantando a cabeça, ela encarou o céu azul, sem nuvens. Estava tentando encontrar uma maneira de remediar o dano que seria causado, mas era algo fora de seu controle. Ela teria que engolir o choro que ameaçava se formar, e superar em silêncio a dor que crescia em seu ser. 

Mais uma respirada funda, e ela obrigou seus pés a seguirem, a passos lentos, pelo caminho de pedregulhos que davam até um ornamento de mármore, onde indicava o sobrenome dos residentes da mansão: "Família Thananusak".

Havia chegado a hora de encarar um monstro ao qual ela tentava ignorar há muito tempo. Ele consumia toda sua energia e, de quebra, a fazia pensar que uma vida daquelas não era algo sequer imaginável.

E com os batimentos cardíacos seguindo o ritmo de seus passos, ela se aproximou da porta de entrada. Talvez, a razão pela qual sua alma ardia, era por que a crise de pânico se aproximava.

— Bem-vinda, senhorita Earn. A família te aguarda na sala de estar.

O susto que a loira levou não foi nada comparado a ansiedade que ela estava sentindo. Um sentimento de pesar, euforia e medo.

— Obrigada! — Lutando para não gaguejar um simples cumprimento, ela seguiu a empregada.

A ânsia pelo poder, vindo de terceiros, a fez se anular ao ponto de aceitar fazer aquela loucura. E mesmo imaginando ser incorruptível, ela lutou com todas as armas que possuía para não pisar nem na calçada daquela casa.

Mero devaneio.

Tanto pisou, como estava frente a frente com as pessoas que ela jurou não ver.

— Oh, olá Earn. Sente-se! 

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⏰ Última atualização: Jul 29 ⏰

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