| LUNA |
Estava com o celular aberto no número de Coimbra a um tempo, não sabia se ligava ou não. Apesar de tudo o que aconteceu, eu precisava contar pra ele o que escutei sobre Sabiá. Talvez seria precipitado contar, por ter escutado uma ligação aleatória... mas acho que é o certo.
O número chamou três vezes, suspirei e quando fui desligar escutei sua voz.
Ligação on
— alô? - sua voz sai rouca. Fiquei alguns segundos calada.
— Oi... Coimbra? - digo baixo, sentia o nó se formar em minha garganta.
Um silêncio ficou do outro lado da linha.
— olha se você não puder falar, ligo
depois. - digo rápido.— você tá bem? - ele diz em seguida.
Meus olhos encheram d'água, e o nó na garganta apertou ainda mais.
— sim. - respondo com dificuldade.
— que bom. - diz num tom de alívio. — aconteceu alguma coisa?
— acho que seu pai voltou. - digo de uma
vez. — ouvi Grego no telefone xingando ele, dizendo que sabiá tinha o traído. - respiro
fundo. — Ele se uniu a Hugo. - murmuro.Não escutei nenhuma resposta, claro que coimbra não esperava a notícia. Entendo sua reação, descobrir algo assim ainda mais do pai.
— tu tem certeza disso? - a voz falha um
pouco. — por que porra, meu coroa jamais faria isso, tu quase morreu na mão do cuzão do Hugo po. - suspira.— mas foi o que eu ouvi.
Escuto um barulho no andar de baixo me fazendo assustar.
— preciso ir. - sussurro
— tá bom. - ele faz uma pausa. — Luna? - murmura me chamando atenção. — me desculpa.
Suspiro e sinto uma lágrima escorrer, escuto passos na escada me fazendo levantar.
— tchau coimbra. - desligo.
Ligação off
Coloquei o celular no bolso e enxuguei as lágrimas rapidamente. Eu precisava me manter calma, especialmente agora. Escutei os passos se aproximando e meu coração acelerou. A porta se abriu lentamente, revelando Grego, com uma expressão séria no rosto.
— tá fazendo o que? - diz ríspido.
— nada, estava indo tomar banho. - respiro fundo.
Grego cruzou os braços ainda me encarando.
— não quero tu saindo mais, no máximo ir pra aquela lojinha. - me olha. — de resto é pra ficar em casa.
Mordi o lábio, soltando uma risada sarcástica. De novo ele querendo me manter presa.
— sempre isso né? - o encaro. — você nunca me deixou viver. — aumento a voz. — Vai me manter pra sempre nessa prisão? Você não percebe que tá fazendo da minha vida um inferno? - grito sentindo meus olhos encherem d'água.
Sua expressão continuou estável, ele me encarava. Vi ele fechar os punhos e bufar.
— Cala a sua boca porra, eu sou seu pai eu que mando já te avisei. - aponta o dedo em minha direção.
— você pensa tanto no seu próprio umbigo, e nesse morro de merda, que é por isso que ninguém consegue ficar do seu lado, por isso sabiá te traiu. - cuspo as palavras.
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PARA SEMPRE NÓS
Fanfiction📍𝙫𝙞𝙙𝙞𝙜𝙖𝙡 - 𝙧𝙞𝙤 𝙙𝙚 𝙟𝙖𝙣𝙚𝙞𝙧𝙤 [+16] "vai ser nós contra o mundo sempre, contra toda caretice de mãos dadas"