Amar

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Espero que gostem do capítulo!

Muitas vezes na vida, Carol tinha ouvido que o sexo era melhor quando havia amor envolvido. Por muito tempo, aquilo a incomodou, foi assunto da terapia já que ela amava o Bruno, mas a experiência sexual com ele não tinha sido nada além de traumática. Foram anos, até que ela se convencesse de que o problema não era o amor dela, mas sim a falta de tudo nele: amor, respeito, carinho e tantas outras emoções.

Ela levou anos para entender que essa frase não se aplicava a um amor unilateral. Especialmente quando a outra parte não era nada além de tóxica.

Depois dessa fase, a frase se tornou incômoda. Ela demorou para voltar a fazer sexo, mas gostava, era bom, não era? Era, mas a frase sempre a fazia questionar tudo, sempre a fazia pensar demais no assunto, sofrer demais com o assunto. Por isso, ela só jogou essa frase pro fundo da mente, revirando os olhos todas as vezes que ouvia isso, forçando-se a esquecer.

Até aquele sábado de manhã, em que Natália acordou animada com o plano de revezamento entre fazer amor e combinar o casamento. Aquele sábado de manhã em que ela foi acordada com beijinhos leves que não demoraram para esquentar a ponto delas não conseguirem mais ficar com as roupas.

Foi naquele sábado de manhã que ela se pegou com os dedos da noiva em si, o corpo sobre o seu enquanto ela a abraçava, os gritos irreconhecíveis saindo de sua garganta, a mente à beira do abismo, apenas consciente do fato de que ela estava gritando de um modo que era, possivelmente, ouvido pelos vizinhos, algo que nunca aconteceu.

Aquela pequena consciência do nunca levando à sua mente a frase "sexo é melhor quando há amor", e ela finalmente percebeu que entendia aquilo, que queria abraçar aquela frase, que tinha a plena certeza de que aquilo era a verdade.

Essa percepção quase levou Carol às lágrimas, era a certeza de que estava vivendo um amor, amando e sendo amada, pela primeira vez. Ela fechou os olhos e se permitiu perder a consciência, se jogar sem ver no abismo tendo a plena certeza de que seria amparada por Natália.

Quando ela abriu os olhos, ainda estava com o corpo tremendo, mas como esperava, Natália a estava abraçando com força, a respiração também descompassada, os dedos sendo liberados aos poucos, com todo o cuidado do mundo.

-  Você... - ela tentou falar, mas não tinha fôlego pra isso e Natália deu um selinho em seus lábios, feliz por tê-la assim - Foi... - ela riu um pouco - Vai me enlouquecer...

- E foi só a primeira do dia - Natália disse animada e Carol riu, puxando-a mais para si

- Linda! - a cientista elogiou antes de beijá-la


Elas ainda estavam tomando café da manhã, na cama, quando começaram a falar sobre o casamento. Natália estava tão feliz por conversar sobre isso que estava emocionando Carol, era louco pensar que ela pudesse estar tão feliz só por casar com ela. Era como se Natália tivesse esperado a vida inteira por aquele momento, por aquele casamento, por aquela união das duas. Carol não entendia como Natália podia gostar tanto dela assim. 

- Eu tenho um problema com o nosso casamento - essa frase tirou Carol do prumo, foi como se um balde de água gelado tivesse sido jogado nela

- O que? - ela perguntou preocupada, Natália percebendo como ela abraçou as próprias pernas, encolhendo-se na cama

Natália negou com a cabeça, não era a pessoa mais segura do mundo, mas precisava tirar aquela insegurança de Carol. Ela a estava olhando tão apaixonada e, por nada, com medo. Natália sequer conseguia entender como ela podia se sentir insegura, não quando ela estava irremediavelmente apaixonada, desde o começo, desde que conseguia se lembrar, há 25 anos.

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⏰ Última atualização: Aug 01 ⏰

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