capítulo: 37 - Matteo.

1K 98 43
                                    

MATTEO.

Família, vingança, ódio.

Muitas palavras passavam pela minha cabeça agora.

Meu corpo está antonito, tudo que eu conseguia pensar era perigo.

{Horas antes}

- Sarah!- Minha voz é automática ao ver alguém conhecida.

Mesmo depois de anos, ela ainda fazia parte da família que eu tinha na cabeça.

Ela é alguém importante.

Parecendo se desligar de um transe, seus olhos perdidos se encontram com o meu e automaticamente ela solta um suspiro aliviado.

Como se só agora eu percebesse, um homem passa rápido por mim. O suficiente para não ser possível ver seu rosto.

Acompanho sua ida até o elevador de maneira quase que desesperada.

- Matteo!- Me desperto quando Sarah segura meu ombro. - Pode fazer um favor pra mim?

Apenas busco seus olhos em uma confirmação clara de que ela podia falar o favor.

Seus olhos passam por mim até o elevador e sussurra. Como se fosse um segredo. Ou algo que ela tinha medo de falar em voz alta.

- Siga aquele homem!- Franzo o cenho e olho para o elevador que está fechando.

- Porque?- Pergunto curioso.

Ela não me responde, apenas me afasta como se implorasse em silêncio.

- Por favor Matteo, só o siga e chame alguém para fazer o serviço depois. Eu vou pagar!

Estranhando sua reação, apenas faço como foi pedido.

- Tá..mas porque?- vou até o elevador e aperto seguidas vezes o botão.

- Acho que ele me conhece!- Ela sussurra quase assustada.

Antes que possa fazer outra pergunta o elevador se abre. Entro sem olhar para trás e aperto repetidas vezes o botão para descer.

Aflito.

Se Nicholas ousasse pensar que Sarah me mandou seguir outro homem e eu fui. Ele surtaria até achar o desgraçado que despertou seu interesse o suficiente para mandar seguirem ele, e o mataria.

E seria do jeito que sua mente maldosa mandasse.

Como se um frio invadisse minha mente.
Posso me sentir como tempos atrás.
Pensar em Nicholas matando. Era mais do que algo insano.

Antes eu achava comum, estava acostumado com seu jeito, até por que eu também matava.

Mas nós últimos anos virou algo perturbador. Não era somente matar por causa do trabalho. Era matar pra descontar suas frustrações.

Parecia ser sua única fonte de escape.
Parecia ser a única coisa que o mantinha entretido a não ser o álcool. Ou as horas em que ele sumia para só Deus sabe onde.

Ele se tornou irreconhecível.

No início, todos nós morávamos na mesma casa na Rússia. Quase nunca víamos Nicholas.

Ele não falava.
Não conversava mais comigo.
Não conversava com Jason.
Não comia.
Não expressava.

Era como se nós não existissemos mais.

Ainda Não Acabou  (Vol.2 A Obsessão Do Mafioso)Onde histórias criam vida. Descubra agora