Cap: 2 - Primeiras Impressões

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Nos dias seguintes ao encontro inicial, Laura e Guilherme mantiveram contato constante. Eles trocavam mensagens durante o dia e telefonemas à noite, falando sobre suas rotinas, interesses e sonhos. A conexão entre eles parecia crescer a cada conversa, como se estivessem desvendando pedaços ocultos de um quebra-cabeça.

Uma semana após o primeiro encontro, eles decidiram se encontrar novamente. Guilherme sugeriu um passeio no parque da cidade, um lugar tranquilo e cheio de verde. Laura adorou a ideia.

— Esse lugar é lindo — disse Laura, admirando as árvores altas e os caminhos floridos enquanto caminhavam.

— Gosto de vir aqui para me inspirar. A natureza tem uma maneira de clarear a mente e trazer novas ideias — respondeu Guilherme, sorrindo.

Eles seguiram por uma trilha sombreada até chegarem a um lago sereno, onde decidiram sentar-se em um banco de madeira. O sol da tarde refletia nas águas calmas, criando um cenário perfeito para uma conversa tranquila.

— Às vezes, trago meu caderno de esboços para cá e fico desenhando por horas — confessou Guilherme, olhando para o lago.

— Gostaria de ver seus desenhos algum dia — disse Laura, curiosa.

— Claro, adoraria te mostrar. E você? Tem algum lugar especial onde gosta de ler ou escrever? — perguntou ele.

— Tenho um pequeno canto na minha casa, perto da janela. É onde guardo meus livros favoritos e escrevo quando estou inspirada — respondeu Laura, sonhadora.

Eles continuaram a conversar sobre suas paixões e descobertas. Guilherme falou sobre um projeto em que estava trabalhando, um edifício que combinava sustentabilidade com design moderno. Laura, por sua vez, contou sobre seus alunos e como tentava despertar neles o amor pela literatura.

— Às vezes, sinto que é uma luta constante contra a apatia. Muitos jovens parecem desinteressados em aprender — disse Laura, suspirando.

— Mas você faz a diferença, Laura. Sua paixão é contagiante, tenho certeza de que inspira seus alunos, mesmo que eles não percebam agora — disse Guilherme, colocando a mão dela entre as suas.

Laura sorriu, sentindo-se compreendida e apoiada. Eles ficaram em silêncio por um momento, apenas apreciando a companhia um do outro. Guilherme então surpreendeu Laura recitando um poema que havia memorizado em sua juventude.

— "Deixa-me sentir o calor de teu carinho / E no silêncio ouvir tua canção, / Que faz da vida um eterno alvorecer / No doce abraço da tua paixão." — declamou ele, olhando diretamente nos olhos de Laura.

Ela ficou encantada. Nunca imaginou que um arquiteto tivesse tal sensibilidade para a poesia. Guilherme continuava a surpreendê-la a cada momento.

— Isso foi lindo. Você tem um talento escondido — disse ela, rindo suavemente.

— Apenas um velho hobby — respondeu Guilherme, modesto.

A tarde passou rapidamente, e quando o sol começou a se pôr, eles decidiram ir embora. Guilherme acompanhou Laura até sua casa, e na porta, ele segurou sua mão.

— Laura, eu realmente gostei de hoje. Espero que possamos nos ver novamente em breve — disse ele, olhando-a com ternura.

— Eu também gostei muito, Guilherme. Vamos marcar outro encontro, com certeza — respondeu Laura, sentindo um calor no peito.

Eles se despediram com um abraço, e enquanto Laura entrava em casa, não conseguia parar de sorrir. Havia algo especial em Guilherme, algo que fazia seu coração bater mais rápido. Ela mal podia esperar pelo próximo encontro, sentindo que estava apenas começando uma jornada maravilhosa.

Os dias seguintes foram repletos de mensagens e chamadas. Eles discutiram tudo, desde seus livros favoritos até os filmes que os faziam chorar. Guilherme surpreendeu Laura com sua capacidade de discutir literatura com profundidade, enquanto ela se encantava cada vez mais com os detalhes dos projetos arquitetônicos que ele compartilhava.

Finalmente, um sábado ensolarado trouxe um novo encontro. Decidiram fazer um piquenique no parque, um cenário que Laura achava romântico e relaxante. Guilherme trouxe uma cesta cheia de guloseimas, enquanto Laura trouxe um livro de poesias para compartilhar.

— Você tem mesmo talento para organizar piqueniques — brincou Laura, enquanto ele estendia a toalha no gramado.

— Gosto de impressionar — respondeu Guilherme, piscando para ela.

Eles se acomodaram na toalha, cercados pela natureza e pelo som dos pássaros. Enquanto desfrutavam das frutas frescas e sanduíches caseiros, Laura abriu o livro de poesias.

— Quero compartilhar um poema com você. É um dos meus favoritos — disse ela, folheando as páginas.

Guilherme se ajeitou para ouvi-la melhor. Laura começou a ler, sua voz suave preenchendo o ar com palavras que falavam de amor e saudade. Guilherme a observava com admiração, encantado pela paixão que ela colocava em cada verso.

— Isso é lindo, Laura. Você tem uma maneira especial de dar vida às palavras — comentou ele, quando ela terminou.

— Obrigada. A poesia sempre teve esse efeito em mim, como se pudesse tocar minha alma de uma maneira única — respondeu ela, sorrindo.

Eles continuaram a conversar e compartilhar suas vidas, sentindo-se cada vez mais próximos. Guilherme, então, contou sobre sua infância e como seu amor pela construção e pelo design começou. Laura, por sua vez, compartilhou como a literatura sempre foi um refúgio e uma paixão desde os tempos de escola.

— É incrível como nossas paixões nos moldam — refletiu Guilherme. — E como encontramos pessoas que entendem e compartilham essas partes de nós.

— Verdade. Acho que encontrar alguém que realmente compreende e valoriza isso é raro — concordou Laura, sentindo uma conexão profunda com ele.

Quando o sol começou a se pôr, eles perceberam que tinham passado horas conversando. Guilherme a acompanhou até a porta de sua casa novamente, e desta vez, eles trocaram um olhar que dizia mais do que palavras poderiam expressar.

— Obrigada por hoje, Guilherme. Foi perfeito — disse Laura, sentindo-se completa e feliz.

— O prazer foi todo meu, Laura. Até a próxima — respondeu ele, sorrindo.

Eles se despediram com um abraço caloroso, e enquanto Laura entrava em casa, sabia que algo especial estava florescendo entre eles. Com cada encontro, cada conversa, eles estavam construindo algo belo e duradouro, tal como a poesia que Laura tanto amava.

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