Equilíbrio

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Escrevendo enquanto escuto a música do Arlindo Cruz, "Será que é amor". O samba me lembra você.

Um amor de festa, aquele amor que é divertido e que nunca queremos que chegue ao fim. E logo eu, uma grande inimiga do fim, encontrei em meio ao caos de São Paulo. "Sol", lembro que a primeira vez que nos encontramos foi em um boteco insalubre, repleto de samba, risadas e gente moderna. Lembro da parede decorada com vários orixás, e você me contando sobre cada um deles. Eu, atenta, querendo saber tudo que tinha a me dizer. Sambar sem ritmo algum com Sol era garantia de grandes gargalhadas. A sintonia era perfeita e, de repente, a grande paixão enlouquecedora tomou conta. Já não éramos mais apenas risadas e sorrisos; éramos uma mistura de cicatrizes e incertezas. Tudo se transformava em pó. O que nos unia, acabava nos distanciando, e nossa diversão exagerada nos levava a lugares que não eram nossos. O Sol já não aquecia como antes, mas ainda estava ali.

Amores iguais nos mostram que precisamos do equilíbrio, que às vezes meu barulho precisa do seu silêncio, e sua tristeza precisa da minha animação. Mas é com a certeza de que todo reencontro é bem-vindo.

O Sol ainda queima aqui

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