prolongo

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Observando atentamente um porco selvagem, uma caçadora puxa seu arco com concentração, esperando o momento certo em que ele estivesse em um ângulo para que pudesse matá-lo sem que ele sofra no processo, inspirou puxando mais o arco focando sua mira, o porco enfim se mexendo deixando mais visível seu pescoço, expirou com calma soltando a flecha o atingindo em cheio, se aproximando vendo que porco caído ainda respirava, agachou-se e fez uma oração e lhe cortou o pescoço.

Era um dia especial, o dia em que toda aldeia ofereceria sua caça e agradeceria a deusa por toda a fartura e paz dada ao seu povo por todos esses anos, sendo um ritual sagrado na qual deve ser feito todos os anos para que seu povo não caia em desgraça.

com isso em mente a caçadora seguiu o caminho de sua tribo até ouvir um movimento dentro da mata , não era um animal, eram passos pesados, como se o corpo estivesse se esforçando ao extremo para continuar de pé, ela resolveu chegar mais e mais perto, se mantendo camuflada dentro da mata, chegando a escutar gemidos de dor de uma mulher. Nunca havia visto aquela mulher em sua vida, tanto os seus traços e pinturas de seu rosto e corpo não condizem com a de sua tribo, suas pinturas eram mais como linhas pretas retas algumas formando triângulos em seu rosto, e ,em seus braços linhas com símbolos dos quais não tinha conhecimento, em suas pernas havia sangue seco, como se tivesse saído de sua intimidade, observando a mas percebeu que em seus braços havia um bebe recém nascido, sua pele tão branca quanto macaxeira crua, tendo o visto a caçadora entendeu, quem quer que seja seu povo, nao recebeu bem a criança.

viu a mulher colocar o bebe no chão, e com o rosto coberto por lágrimas, puxar uma adaga e se posicionar para feri-lo, observando aquilo com horror a caçadora se movimenta para impedi-la, indo a ela e puxando- a para longe, a forçando a ficar de pé e afastada do bebe.

- o que está fazendo? - exclama

A amaldiçoada a olha atordoada, seu corpo tremia e lágrimas saiam freneticamente de seus olhos.

- não vê? Estou me livrando de minha maldição - responde , sua voz alta e desesperada.

-o que vejo é apenas uma mulher atordoada e um bebe inocente prestes a ser morto - a puxa para mais longe do bebe, garantido que nao o machuque

- inocente? - exclama - esse bebe é um mal agouro! um sinal de desgraça! matando-o estarei nos livrando de um grande mal!

- este bebe vivo ou morto nao te livrar de algo ruim!

movendo sua cabeça em negação a amaldiçoada salta com tudo para onde o bebé está, a mulher percebendo isso a puxa de volta, ambas se embolaram sobre a terra freneticamente, a amaldiçoada lutando a todo custo para chegar no bebe, quando ela estava prestes a alcançá-lo a caçadora puxa seus dois braços para trás de seu corpo a imobilizando.

-NÃO!! - gritando a mulher se debate - EU TENHO QUE MATÁ-LO! SÃO ORDENS DA ANCIÃ!

achando um cipó no chão a caçadora começa a amarrar a mulher a mantendo longe da criaça,se levantando, encara a mulher e entao olha para o bebe que estava deitado ende sua genitora o deixou, tranquilo como se soubesse que algo estava acontecendo, o que a de tao ruim nessa criança , apenas havia nascido diferente, nao ha motivos para sacrifica-la, olhando novamente para a mulher ,tomou uma decisao.

-ME DE O BEBE ENTÃO.

a mulher para de se debater, a encarando assustada.

-me dê o bebe, e então ele não será mais um problema para você, o bebe apenas trará problemas se estiver em sua tribo, se me der ele, será problema meu - proferiu seria, olhando firmemente nos olhos da mulher

- está condenando todo o seu povo...- murmurou assustada

- lhe garanto que não - disse seria

A mulher a olhou por um tempo e entao assentiu com a cabeça, usou o ombro para enxugar as lágrimas de seu rosto finalmente se acalmando um pouco.

- e-eu preciso de uma prova de que realmente a matei.

a caçadora a observou por um tempo calada sentindo um certo desgosto, aquela mulher nem por um momento viu aquele bebe como seu filho, talvez merecesse o que quer seu povo temia.

- cortarei a palma de minha mão, e então derramarei um pouco de meu sangue e terra sobre as suas mãos para tornar mais verídico que a criança está morta.

Ao chegar na vila após entregar o porco em frente ao pajé, se ajoelhou, diante do altar da deusa, ergueu o bebe como uma oferenda e abaixou a cabeça como se estivesse lhe oferecendo à criança, o pajé olha para ela incrédulo.

- Aiyra o que está fazendo? - a questiona assuntado

erguendo a cabeça Aiyra encara ele por um momento, volta seu olhar para o altar, e então vocifera para que todos a sua volta possam ouvi-la.

- Está criança foi dada pela deusa, pertence a ela e somente a ela de ninguém mais, será nossa benção, nossa santa, trate a com o maior respeito, o nome dela e Naia.

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⏰ Última atualização: Aug 02 ⏰

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