Em uma praia distante no sul da Califórnia, onde o vento soprava forte e as ondas estavam agitadas como se estivessem discutindo com o vento, dentro de um velho chalé de itaúba, onde as madeiras rangiam e as janelas vibravam de tão forte que estava a tempestade, conversavam dois amigos.
- Lembra quando aquela maluca olhou meu celular e logo depois terminou comigo por conta de um simples comentário em um post? Apesar de a beleza dela compensar toda a loucura, até que aquela maluca beijava bem.
- Mas enfim, você ainda está conversando com aquela nerd? - perguntou Cezar.Maycom apenas concordou e acenou com a cabeça. Ele, aparentemente incomodado, levantou-se da poltrona da sala e dirigiu-se à cozinha.
- My, o que foi? Onde vai? - disse Cezar.
- Vou atrás de alguma coisa para nossa barriga - disse Maycom.
Na cozinha, Maycom suspirou, tirou um pão de alho da geladeira e foi em direção ao forno. Consequentemente, virou-se para a janela, olhando fixamente para a praia. A praia naquela noite estava agitada, com o céu iluminado por trovões e uma neblina fria de causar arrepios nos ossos. Como se não pudesse piorar, uma figura escura, aparentemente masculina, surgiu na velha ponte de pescaria que havia lá. Embora fosse comum pescadores à noite, Maycom, como sempre desconfiado, estranhou o semblante daquele homem naquela ponte em plena tempestade. Virou-se rapidamente com um toque em seus ombros.
- My, o que está fazendo? Está tudo bem? Não gosto quando fica longe. Deixe-me ver seus olhos - Cezar aproximou-se dele, movendo suas mãos em direção à franja de Maycom. Como de costume, ele moveu os cabelos ondulados de My para cima de suas orelhas, podendo ter uma visão privilegiada dos olhos negros e profundos de Maycom.
- Dizem que os olhos são as janelas da alma, e isso é verdade. Eu sinto seu coração partido através de seu profundo olhar. Aquela menina te feriu, né? - disse Cezar.Ele não poderia falar a verdade, não podia arriscar arruinar tudo que eles tinham criado até agora. Ele poderia perder Cezar para sempre se não reprimisse seus desejos. Então, com suas mãos suadas e seus olhos colados aos de Cezar, falou:
- Você é muito bom em adivinhar o que eu sinto. De certo modo está certo, mas isso não me incomoda mais - Maycom afastou-se de Cezar e foi em direção ao forno.
- Calma, onde você vai? - Puxou-lhe pelos braços e deu um abraço.
- Não ligue para ela, você sempre vai ter a mim. Quem liga para mulheres? - disse Cezar.Aquele abraço era o favorito de Maycom. Ele se sentiu imerso em uma manta quente de urso. O contato colado deixava a mente de Maycom fluir para longe, sentindo todo o corpo de Cezar, desde seus braços entrelaçados em suas costas até sua respiração forte e quente em seu pescoço.
De branco, Maycom começou a ficar vermelho quando sentiu que Cezar, apesar do frio, não estava usando vestes íntimas, apenas uma calça de moletom tão fina que dava para sentir tudo que estava por baixo...- Ei, não fique vermelho - segurou o rosto do amigo, apertou suas bochechas e falou:
- Não precisa ter vergonha. Você não tem culpa dela ser uma babaca. Vamos comer e esquecer desse seu lance.
- Esse não é o problema... - disse Maycom, olhando para baixo lentamente e alertando que alguma coisa estava cutucando.
- Calma, somos amigos. Não é a primeira vez que sentimos as partes um do outro - disse Cezar, desfazendo o abraço.Com o abraço desfeito, Maycom ainda vermelho, preparou as coisas e os dois voltaram para a sala. Com um turbilhão de pensamentos, Maycom, por segundos, esqueceu de comentar sobre a figura estranha na praia...
Continua-
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the Last Night
Mystery / ThrillerConto de dois antigos amigos que acabam se envolvendo em uma história de suspense e paixão. Ficha de Personagens Maycom: - Cabelos: Ondulados e escuros - Pele: Clara - Característica Marcante: Olhos escuros - Personalidade: Introvertido Cezar: - Cab...