SENHORITA JACKSON: Uma Mulher Nada Convencional

CAPÍTULO 2

MUDANÇAS

O tempo passou e com ele se ia o meu interesse em permanecer ali. Acompanhar todo aquele devaneio e confusão familiar me fez buscar refúgio em outros lugares, mas sabia que isso não fazia parte do que eu realmente queria. Nessa passagem de tempo a casa ficou pequena, ali, sonhos foram se enjaulando, o amor que ali perpetuava se foi, e aos poucos, aquela mesa que antes servia para unir um elo, se quebrou. Jack estava irredutível, incrédulo e paranoíco. Seus olhos castanhos não mostravam mais a leveza da vida, mas sim, o medo. Seus filhos que antes o admiravam, tornaram-se seus algozes, sua esposa o esqueceu em meio às lembranças de um amor antigo, e eu ...

Ao visitar seu quarto, passar por aquele corredor me causava frio na espinha dorsal e calafrios em meu corpo. Como poderia imaginar que meu pai estaria ficando louco!? Era tudo uma completa epifania. Mas, em meio a tudo que acontecia, um segredo haveria de ser descoberto. Ao abrir a porta do quarto de maneira sutil, a cama onde ele estava estava revirada e repleta de gotas de sangue pelo lençol verde, e ao olhar aquela cena, percebo que a janela estava quebrada e uma pedra com um bilhete amarrado fora jogado ali. Mas onde estaria Jack?? ... Desesperada, desci pelas escadas da casa e fui até a cozinha pegar uma faca e ir para o quintal, ao olhar para os lado e gritar, no horizonte a alguns metros de onde eu estava, um disparo aconteceu, e ao olhar para o local, vejo um homem cair no meio daquele canavial no meio da noite, Santo Deus, seria aquele meu pai!? ...

Ao correr na direção daquela pessoa, aquele homem vestido de preto e com luvas pretas gritou:

- Não se aproxime mais, ou iremos te matar também!

Mas porquê vocês fizeram isso com ele? ...

E dali, aquele homem desapareceu em meio ao breu da noite e a pobre vítima que se banhou no próprio sangue, desfalece em meus braços.

Traumatizada com que tinha acabado de presenciar, alguns policiais que estavam fazendo ronda foram acionados e ao chegarem no local, viram que minhas roupas estavam sujas e que uma faca estava comigo, foi aí que a injustiça começou e meus medos tornaram-se mais frequentes. Mas onde estava Jack? Porque ele fugiria de casa? Porque acreditaram que eu matei aquele homem ? ...

2 horas depois ...

Levada até a delegacia, fui interrogada como se fosse uma criminosa de apenas dezessete anos, estava com medo de tudo, minha família estava se destruindo, meu pai estava desaparecido, e um bilhete amarrado numa pedra fez com que minha vida virasse um pesadelo completo. Olhar nos olhos do delegado só me fazia criar mais espanto, pois como poderia responder sobre um crime se eu não sabia de nada? ... e no meio da interrogação, o delegado pergunta:

- O que tem escrito nesse bilhete? ...

Eu não sei.

- Jovem? Qual o seu envolvimento com o assassinato de Jeremiah Jackson? O que este homem é pra você? ...

Ao saber que era meu pai, o choro tomou conta de mim. Sem forças, interrogo-o dizendo:

- Ele é meu pai! Porque fizeram isso com o meu pai? ... Porquê!!!

E um espírito de fúria tomou conta de mim, e com aquela mesma faca, tentei ferir o policial, que em questão de minutos, golpeou a minha cabeça e ali fiquei desmaiada por alguns minutos. Sim, eu nunca entendi as razões para ter experimentado tudo aquilo de uma única vez, mas queria respostas.