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| LUNA |

Sabe aquele momento em que você tá fazendo algo, mas não tem certeza se é a coisa certa? Pois é, era exatamente assim que eu me sentia quando Coimbra apareceu na minha casa. Eu não sabia o que fazer, mas a vontade de sair daquele inferno era maior que qualquer dúvida.

Peguei minha mochila, algumas roupas e documentos. Saímos na troca de turno dos vapores, corremos pelo becos até chegar na parte de baixo da favela onde Marçal tava, com um carro velho, meio caindo aos pedaços... mas dava pro gasto.

Enquanto entrávamos no carro, ouvi alguém me chamando. Olhei pra trás e vi o PK saindo de um barraco, com uma expressão de confusão e preocupação.

— Luna? — ele gritou, e a urgência na voz dele me deixou sem ação.

Me aproximei em passos largos, sabendo que o tempo tava apertado.

— Me desculpa pelo o que aconteceu, saiba que sou grata por você ter entrado na minha vida
tá? - seguro sua mão, tentando manter a
calma. — Preciso ir. - sussurro

Ele me olhou com preocupação nos olhos, tentando absorver tudo o que eu falei. Vi ele encarar algo atrás de mim e me olhar de novo.

— Fica na paz, quero que tu seja feliz. - sorri forçado. — Se cuida jae? - sussurra apertando minha mão.

Sorri de lado sentindo um nó se apertar de novo na minha garganta. Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, escutei Coimbra.

— Luna, vamo. — Coimbra chamou, olhei pra trás vendo ele de braços cruzados encarando PK.

Olhei de volta pra PK, que ajeitava o boné.

— Se cuida, PK — falei rápido, antes de voltar correndo pro carro.

Entrei no carro, batendo a porta com força. Coimbra deu partida, e eu senti o motor roncar debaixo de mim. A respiração dele era rápida, via sua mandíbula travada enquanto ele apertava o volante. Olhei pra janela, observando a escuridão da rua.

Depois de um tempo o silêncio estava pesado, mas Coimbra o quebrou.

— Que falar sobre o que aconteceu entre
a gente? — começou, tentando manter a voz tranquila.

Olhei rapidamente para ele, mas não falei nada. Coimbra soltou um suspiro, visivelmente desconfortável, e continuou

— Só queria te proteger po. Às vezes, o que a gente acha que é certo acaba sendo um erro. - me olha.

— Proteger.— retruquei, frustrada. — Você nunca explicou nada. Só me deixou, e sumiu. Eu fiquei meses tentando entender o que tinha feito de errado.

— Eu não tinha o que fazer na época Luna. Porra o bagulho tava complicado e eu não sabia como lidar com isso — respondeu, passando a marcha.

— Complicado? Você só decidiu que era mais fácil se afastar e me deixar sofrer sozinha. Não sabia lidar? - rio sarcástica. — Pois é coimbra eu também não soube, mas tive que me
virar. — grito, estava começando a perder a paciência.

Coimbra bateu com a mão no volante, claramente frustrado. Vi ele freiar o carro bruscamente e parando no acostamento da estrada , ele virou-se pra mim com a expressão seria.

— Não queria te magoar Luna, Caralho tu acha que foi fácil pra mim? - me encara. — Eu também sofri com isso po, me dói pra porra.

Ri negando não acreditando naquilo, depois de ter cagado com tudo, ainda que pagar de sofrido.

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