Café

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Bachira estava sentado na parte interior da cafeteria onde trabalhava, sentado em uma cadeira com os pés apoiados em uma mesa, vendo uma partida de futebol no celular. O chão era quadriculado, preto e branco, um grande contraste com o estilo amadeirado e mais vívido do resto do restaurante. Estava vestindo uma camiseta branca simples, jeans azul-claro e um tênis branco, seu avental estava em cima da mesa em que os seus pés estavam apoiados.

- Filha da pu... - O xingamento de Meguru, em reação ao gol que seu time havia acabado de tomar, fora interrompido pelo seu colega de trabalho chamando seu nome, indicação de que estava na hora do seu turno.

Meguru suspirou e revirou os olhos, mas logo levantou-se da cadeira e pôs seu avental, colocando o celular no seu bolso da frente e pegando o pequeno bloco de notas para anotar os pedidos dos clientes. Olhou no relógio da parede e viu que indicava as 16h. Foi em direção a porta, abrindo-a e saindo da parte interior da cafeteria, chegando a parte do balcão.

Vazio. A cafeteria estava vazia, nenhum cliente, algo ruim para o patrão mas ótimo para um atendente. Bachira não resistiu, soltando um leve sorriso e sentando-se na cadeira perto do caixa, puxou seu celular do bolso e voltou a ver o jogo.

Bachira assustou-se, contra-ataque do Barcelona, pra virar o jogo, seus pés começaram a tremer enquanto assistia focado, a bola chegou no pé do centroavante, e...

- Go.. - Sua comemoração foi interrompida, um cliente entrara na cafeteria. Com um suspiro Meguru guardou o celular no seu bolso e voltou seu olhar ao cliente.

Ele era bonito, um pouco mais alto que si, um corpo esbelto realçado pelas roupas que estava usando. E que roupas bonitas, pareciam ser de alguma marca cara. Ele estava a usar uma camisa social branca com a manga dobrada, uma calça de alfaitaria preta e tênis preto. Seu cabelo era escuro e um pouco menor que o de Meguru, seus olhos eram azuis e tão belos. Carregava consigo uma case de notebook.

Bachira saiu pelo lado do balcão, com o bloco de notas em mão e foi até o cliente, com um sorriso. A esse ponto, o cliente já estava sentado e esperando ser atendido.

- Boa tarde, o que o senhor gostaria de pedir, quer que eu traga o cardápio? - Perguntou para o cliente, que estava colocando seu notebook na mesa.
- Boa tarde, e não é preciso, eu vou querer um capuccino e... - Fez uma pausa e olhou para Bachira - Tem algum salgado que você recomendaria?
- Olha... - Meguru havia corado um pouco quando o homem o olhou - Eu recomendaria a coxinha de frango com catupiry, senhor.
- Então vou querer isso, mais o capuccino - Disse, e voltou seu olhar ao notebook, já ligado.
- É pra já - Bachira disse, indo preparar o pedido.

...

- Aqui está - Meguru falou, colocando a xicara de café e o prato com a coxinha em cima na mesa.
- Bem rápido - Disse, pegando a xicara e provando o café - E bem gostoso também, tá ótimo.

Bachira sorriu, vendo a reação.

- Algo mais, senhor? - Perguntou.
- Por enquanto não - O cliente respondeu - E me chame de Isagi, por favor.
- Okay, Isagi, eu sou o Bachira, qualquer coisa que precisar, é só chamar - Disse e retirou-se, indo para atrás do balcão novamente.

...

Algumas horas se passaram, Isagi ainda pediu alguns capuccinos a mais, e já eram 7h45.

Saindo do balcão, Meguru direcionou-se ao maior, um pouco envergonhado.

- Senhor, nós vamos fechar daqui a quinze minutos, o senhor gostaria que eu trouxesse a conta? - Perguntou.
- Pode ser, e por acaso, vocês tem algum cartão com o contato daqui da cafeteria? Gostei bastante.
- Então, Isagi, infelizmente ainda não criamos um contato oficial daqui mas... - Meguru pausou um pouco - Eu posso te passar meu número pra...Caso você queira entrar em contato aqui com a cafeteria, sabe? - Disse, um pouco envergonhado.
- É uma boa ideia, então... - Isagi puxou sua carteira - Traz a conta, lindo, e anota o seu número pra mim, por favor

Meguru apenas acenou, um pouco corado, era comum clientes o elogiarem, até mesmo chegaram a ir longe demais, mas naquela situação, se sentia diferente.

Isagi pagou em dinheiro, deixando uma gorjeta considerável para Meguru. Levantou-se, guardou seu notebook e direcionou-se a saída, abrindo a porta.

- Volte sempre! - Bachira falou, vendo-o sair, e foi respondido com um sorriso do maior.

...

Um dia havia se passado, faltavam trinta minutos para fechar a cafeteria, quando Meguru sentiu seu celular vibrar, tirou-o de seu bolso e viu a notificação, vinda de um número desconhecido. Meguru sorriu, vendo-a.

"A cafeteria ainda está aberta?"
"É o Isagi, o cliente de ontem"

...







Terno e gravata - Bachisagi / IsabachiOnde histórias criam vida. Descubra agora