Um ensaio sobre o Universo.

2 0 0
                                    


Um ensaio sobre nós

Uma frase tem vários significados, uma pessoa tem vários mundos, e esses são os meus. Da mesma forma que um pintor descreve seu mundo em sua arte, compacta sua poesia nas estrelas de seu fundo pensamento, descreve seu mundo ao locutário. O que o artista quer fazer é ser compreendido. Nunca iremos entender os vários significados da arte de cada artista, comprimidos no seu mundo de ideias, da mesma forma que o artista tenta entender a si próprio, expressar o mundo em que vive, a beleza que ele enxerga na natureza. O cientista o faz. A maior dificuldade da compreensão do Universo é: por que ele é inteligível? Quando o cientista entende a natureza, ele não deixa de entender a si próprio; ele compreende o mundo e faz a arte da maneira que melhor entende. Cada cientista tem sua maneira de enxergar o Universo, e essa é a minha.

Quando o cientista entende a natureza.


Quando o cientista entende a inteligibilidade do Universo.


Quando o cientista se aproxima do Divino, através das lacunas de seu Mundo inteligível.


A forma como o cientista faz ciência não difere da forma como o artista faz sua arte. Os dois querem esboçar sua percepção do mundo, sua filosofia da natureza, sua filosofia de si.


A poesia de um cientista é a poesia de seu mundo, é a compactação de seu amor à compreensão, é mostrar o mundo que ele vê para outro. E o outro vê o mundo às cegas, sem beleza; olha para si e declina ao Universo com egoísmo. Porém, o outro, ao compreender a beleza do Universo, aceita criar um mundo novo em si.


O artista olha para si, olha para o outro, mostra a si para o outro, mostra o mundo para si, mostra o mundo para o outro, em um ato de compaixão, em um ato de amor.


Esse ato de amor todos temos. Todos queremos mostrar a beleza que vimos ao outro, queremos que enxerguem da mesma forma que enxergamos, para que sintam o prazer que sentimos. Para o físico cristão, queremos que o outro saia de seu mundo confortável para um mundo belo, para a natureza que foi criada por Deus, para apreciarmos a perfeição dEle. Pois "os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis" (Romanos 1:20). "Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis."


São indesculpáveis aqueles que veem a natureza mas não creem em Deus, pois veem Deus todos os dias e apreciam a beleza da arte do Artista, sem ao menos acreditar que houve um Criador dessa arte. Apreciam a beleza do mundo sem apreciar a perfeição de Deus, e são egoístas, aqueles que se esgotam de orgulho e aceitam a ciência sem aceitar Deus. Aqueles que veem a beleza, mas não dão valor ao Artista, não agradecem por ver, não agradecem todos os dias pelo vento nas folhas verdes, pelas estrelas no céu da noite. E, novamente, guardam para si a beleza que não enxergam em Deus, mas enxergam em si.


Para os cristãos, ao aceitarmos nossa ignorância em relação à compreensão do Universo de Deus, somos dignos de compreendê-lo. Aos que não fazem ciência, pois deveriam, o coração se enche de alegria ao compreendermos o mundo de nosso Deus e nos aproximarmos dEle, além da Bíblia, também pelo seu próprio Universo.

Um ensaio sobre a poesia do universoWhere stories live. Discover now