Capitulo 6

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Kim Taehyung

20 horas e 29 minutos
Terça-feira, 20 de agosto de 2024
Seul, Coreia do Sul

— O que você fez... — Ela olhava desacretidada para o que estava nas mãos dela — Tae... O que é isso?! — Me perguntava tentando ao máximo se controlar para não perder a cabeça, o seu nervosismo era tanto que chegou a aparecer as pequenas veias de sua testa — Que porra... Taehyung... — Agora sua voz estava mais firme, seus olhos estavam tão vermelhos que eu diria ter mais sangue passando por eles do que por qualquer outra parte do seu corpo.

— Puta que pariu... — Resmunguei ao colocar as mãos na minha cabeça, pensei em tomar aquelas coisas de sua mão, mas de que adiantaria? Ela já viu tudo mesmo — Emma, por favor, tenta se acalmar — Eu consegui dizer apenas isso pois não conseguia arrumar as palavras certas para usar nesse momento.

Quais palavras seriam certas para isso? Nada estava certo, nada.

— PORRA TAEHYUNG, O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA CARALHO? ME DIZ LOGO QUE MERDA É ESSA! — Seus lábios gritaram cada palavra, o meu estômago se embrulhou, engoli um seco e fiquei sem ter o que dizer, ela sorriu como tivesse se tocado de algo — Eu não acredito que ainda estou pedindo explicações sobre isso... — Emma sorriu, mas dava para ver que ela não sabia como reagir bem a isso, seu riso tinha tristeza e raiva neles, dava pra perceber. Eu só sentia vergonha — Também não acredito que passamos a porra do dia inteiro trepando pela casa hoje — Nos olhos as lágrimas com a voz embargada, ela se aproximou de mim, eu continuei encarando o chão.

Que vergonha meu Deus. Senti o meu rosto esquentar com o forte tapa que ela havia me dado na bochecha, com certeza ficou a marca, junto de uma vontade repentina de chorar, meus olhos logo encheram-se de lágrimas.

— Você está chorando? — Diz sorrindo ainda triste, me dando outro tapa que doeu, e jogando a caixa com as fotos no chão — Você está chorando seu inútil?! — Sua voz ficou mais pesada e irritada.

— Emma... — Digo sem pensar direito, apenas o que eu sinto vai sair da minha boca — Sei que não tem justificativa... — Funguei o nariz e a primeira lágrima escorreu, e atrás dela vieram outras; eu sentia o olhar raivoso e triste de Emma sobre mim, fazendo-me encolher os ombros — Não para o que eu fiz... A culpa nunca foi sua... Sou um imprestável e nunca fui um bom homem pra você... — Eu não ousava olhar para ela.

— Você não é um imprestável... — Diz e por um momento eu pensei que ela ia ser mais amena nas palavras, novamente eu supôs errado — Você é apenas um nada, um nada que eu sinto nojo, que eu não quero que toque em mim, nem que fique perto de mim, sequer ver e ouvir a voz. Eu apenas quero que esse nada pare de existir, quero esquecer que você fez parte da minha vida — Sua voz era firme agora, me deu um certo medo pois ela continuava me olhando e eu não ousava levantar o olhar para encara-la, se eu tivesse de escolher entre levar um tiro a ouvir isso tudo, o tiro seria a melhor opção.

— Emma... Querida... Por favor... — Digo choroso na tentativa de tirar um pouco da tensão nisso tudo, mas ela arregalou os olhos franzindo a sobrancelha com raiva, balançando a cabeça negativamente.

— Seu desgraçado... — Ela funga o nariz — Não me chame mais por nenhum apelido e nem pelo meu nome — Emma se aproximou mais de mim na intenção de me fazer olha-la, seu rosto estava a centímetros do meu e eu não pude evitar, finalmente a encarei — Como... Como eu vou conseguir confiar em outro alguém depois disso? Você fingiu; mentiu pra mim; passou noites com uma vadia quando disse que estava no trabalho — Novamente sua voz fica embargada de tristeza — Como você tem coragem de fazer isso comigo? — Não consegui responde-la novamente e acabei desabando em lágrimas — Provavelmente você voltou pra casa essa manhã depois de uma noite com ela, se arrependeu não foi? — Seu olhar ainda sobre mim era tão pesado quanto uma enorme pedra — Bom, isso não importa pra mim agora, pois você não presta mesmo, e eu só fui descobrir que você não presta sete anos depois. Sou uma burra mesmo por confiar em um homem como você que tirou o pouco de confiança que eu tinha nas pessoas — Ela respirou fundo e se afastou de mim com os braços cruzados, a caixinha com as benditas fotos estavam jogadas no chão.

You're the Devil in DisguiseOnde histórias criam vida. Descubra agora