cap 2

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Adentrei a cozinha e lá estava ele, fazendo uma verdadeira bagunça com as panelas enquanto as lavava. Adoro observá-lo quando ele faz os serviços domésticos; há algo irresistível na sua silhueta.

Às vezes, gosto de vir aqui e ficar sentado, observando-o. É sempre tão silencioso e calmo; o som da água da torneira é relaxante, e eu gosto de dormir por aqui. Mas hoje, o objetivo não é esse!

- O que você quer? - ele perguntou ao me ver encostado no balcão.

- Você cozinha bem. Gosto daquela coisa que você faz com o macarrão... Aquela coisa vermelha de tomate - disse, tentando seguir o conselho do Ace e ser mais doce com ele.

Ele se virou para me encarar, claramente confuso. Não sou muito de elogiar, ainda mais o loiro.

- Você quer dizer o molho? - perguntou ele, com uma expressão de leve incredulidade.

- Isso! Eu gosto disso - respondi, um pouco hesitante.

- Você quer que eu faça uma macarronada? É isso? - Ele voltou a atenção para os pratos que ainda precisavam ser lavados; deixando que o silêncio voltasse a reinar.

- Só estou dizendo que você cozinha bem - Por que isso parece tão fácil quando o Ace faz?

Ele riu pelo nariz, se virou novamente para mim, e ajeitou a franja.- O que deu em você? - perguntou, sorrindo.

- Achei que deveria te elogiar de vez em quando, pra variar.

Ele se aproximou e encostou as costas da mão na minha testa, me fazendo arrepiar. - Você está com febre?

- Eu estou bem! Mas, então... Como você faz o molho? Ele é realmente bom - Insisti no assunto, tentando escapar do constrangimento.

- Bom, se você realmente quer saber... Primeiro, eu pico alguns ingredientes - Ele começou a explicar, e eu não conseguia parar de reparar em como ele gesticulava, em como suas mãos eram bonitas e delicadas, com unhas bem cuidadas e sem cicatrizes. - Então, quando você termina de flambar, despeja o molho sobre a massa e finaliza com salsa.

- Parece uma delícia - disse, olhando disfarçadamente para seus lábios.

Ele sorriu, e meu coração acelerou.

- Você quer ajuda aí para lavar os pratos?

- Bom, seria legal ter um pouco de ajuda - Ele sorriu e então me ajuntei a ele.

Não conversamos muito, mas foi muito confortante aquele silêncio entre nós dois, era como se aquele silêncio fosse um abraço quentinho, estávamos juntos e não estávamos brigando.

Ele se esticou para pegar uma jarra de vidro na prateleira de cima, ficando na ponta dos pés. Isso fez sua camisa subir levemente, revelando um pouco da sua cintura. A visão me agradou tanto que senti um calor subir pelo corpo.

Ergui meu braço para ajudá-lo a alcançar o vidro, ficando por trás. Ele se assustou.

- O que foi isso? - Ele se virou rapidamente para mim, pegando a jarra de vidro da minha mão, com o rosto levemente avermelhado. - Eu já estava pegando.

- Só quis ajudar.

Ele me olhou de cima a baixo, ficando cada vez mais vermelho, até que surtou.

- Eu não preciso de ajuda! Que bicho te mordeu? Saia da minha cozinha!

- O quê? Por quê? O que eu fiz de errado? - perguntei, mas ele bateu a porta da cozinha na minha cara, me trancando do lado de fora.

O que eu fiz de errado? Que droga! Eu só estava tentando ser legal, e tinha certeza de que estávamos indo bem. Acho que ser doce não é mesmo a minha praia; não combina comigo. Ussop passou por mim e me encarou.

Luxúria  - Zorosan Onde histórias criam vida. Descubra agora