Algo simples

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Cariño, o que tu acha de fazer um churrasco nesse sábado? Eu prometi pro pessoal do trabalho há um tempo e eles estão cobrando.

Uruguai torceu um pouco a cara em dúvida, sabia das reais condições financeiras do gaúcho.

Será que é um bom momento? — Arriscou contrariar se encolhendo um pouco.

Ai guri, é algo simples que eu quero fazer neh. — O abraçou carinhosamente por trás lhe dando beijinhos na nuca. — E dá pra convidar teus amigos também. Comemorar o nosso namoro, o que acha?

Foi impossível do menor não derreter com aquele chamego. Cedeu.

Tudo bem cariño. Vamos organizar tudo. — Lhe deu um selinho no rosto. — Vou chamar o Argentina, o Paraguai e o Chile. O que acha?

Quem tu quiser. — Sorriu de volta o soltando. — Vou fazer a lista de compras.


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No dia seguinte a primeira coisa que Sul fez foi chamar os dois colegas de região.

— Tchê, churrasco na minha casa no sábado.

— Ah! Aquele que tu prometeu quando chegou? — Catarina exclamou animada.

— Esse mesmo guria. — Sorria orgulhoso. — Os dois estão convidados. — Enfatizou para o paranaense. Queria que ele fosse. Pra mostrar o quão superior era, é claro.

— Não sei se eu posso ir. — Paraná disfarçou seu desconforto.

Uma coisa era conviver com ele no trabalho, isolado. Outra era ir na casa dele, em seu espaço privado e ainda por cima conhecer seu namorado.

— Não precisam levar nada. — Sul reforçou.

O menor não conseguiu ignora-lo mais. Seu ar petulante e superior estava irritando já. Olhou-o diretamente com um sorrisinho de canto.

— Já que tu insiste tanto na minha presença eu vou ver se consigo ir.

Captando o antagonismo e ironia o gaúcho não deixou de revidar divertido.

— Tem que confirmar agora né piá de merda. Pra organizar as coisas direito. — Percebendo que se alterava demais o loiro decretou. — Quer saber, não vai então. Vai ser melhor não te ter lá quando eu receber os amigos do Uruguai, não quero causar uma má impressão.

— Pois agora que eu vou! Pra mostrar quem que tu é de verdade! Um jaguara.

Sul acabou sorrindo satisfeito, mesmo que tivesse agressividade na expressão. Conseguiu o que queria. Iria esfregar na cara irritante dele o quanto era bom anfitrião e como recebia bem as pessoas, contrariando a imagem que o moreno tinha de si.

— Tu não vai conseguir nada com isso. Pode tentar me irritar pra tu ver o que acontece. — Ameaçou, mas não desconvidou.

Catarina assistiu a tudo apreensiva, aquilo não era uma boa ideia, definitivamente. Olhou para Paraná preocupada e o menor só revidou o olhar dizendo que ficaria tudo bem.

Alheio a isso o barbudo murmurava para si mesmo.

— Agora só falta falar com o Norte, mas uma mensagem deve ser o suficiente.


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— O Sul vai fazê aquele churrasco qui ele prometeu lembra? — Os irmãos Mato Grosso conversavam com o mineiro. — I ocê era um dos convidados. — Matinha falava com um sorriso nos lábios.

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