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A prisão era um inferno na Terra. A estrutura estava deteriorada, a superlotação fazia qualquer esperança de recuperação parecer uma piada, e a corrupção corria solta entre os carcereiros. Ali, as gangues não só controlavam o tráfico de drogas dentro das celas, mas também davam ordens para execuções do lado de fora. Era um lugar onde o poder dos criminosos parecia maior do que o das autoridades.

Na ala A, a situação estava prestes a explodir. Os presos começaram a tampar as câmeras de segurança, preparando-se para invadir a ala B, onde a facção rival estava detida. O clima era de guerra. Carcereiros observavam, impotentes, enquanto os detentos arrombavam portas, tomavam reféns e se armavam para o confronto. O caos estava se instaurando.

O carcereiro encarregado da segurança, suando frio, viu as imagens das câmeras sumirem uma a uma. Ele não hesitou em acionar o alarme e comunicar a situação para os superiores. Em questão de minutos, a notícia chegou ao governador do estado, que estava em uma reunião com seus conselheiros.

Enquanto isso, no quartel do BOPE, o Capitão Nascimento estava de prontidão. Ele já havia dado as instruções para o Matias, que estava pronto para agir no momento certo. Tudo o que faltava era a autorização para a invasão. Nascimento ajustava o colete à prova de balas, com o rádio sempre à mão, aguardando o sinal verde.

De volta à sede do governo, a tensão no ar era palpável. O governador olhava fixamente para o telefone em sua mesa, enquanto seus conselheiros o pressionavam a tomar uma decisão.

— "Governador, deixa o Nascimento finalizar isso. O povo vai estar do seu lado. Estão cansados desses vagabundos do caralho," — um dos conselheiros sugeriu, sua voz carregada de convicção.

Outro conselheiro concordou, acenando com a cabeça:

— "É isso mesmo, a população vai apoiar. Ninguém aguenta mais a violência que sai dessas prisões."

O governador, porém, tinha uma preocupação maior. Ele não queria outro Carandiru em suas mãos, um massacre que mancharia sua administração. Ele se virou para o secretário de Segurança Pública.

— "A advogada dos direitos humanos está chegando à prisão?" — ele perguntou, com um tom urgente.

O secretário olhou rapidamente para o relógio e respondeu:

— "Sim, senhor. Ela deve estar chegando a qualquer momento. Já está a caminho."

O governador assentiu, ainda com uma expressão preocupada, e pegou o telefone.

— "Certifique-se de que ela esteja lá antes de qualquer ação. Não quero que isso vire um desastre."

Enquanto isso, Ana, a advogada especializada em direitos humanos, estava a caminho da prisão.

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A tensão na prisão estava no auge. As facções das alas A e B estavam prestes a entrar em conflito mortal, e os reféns da B já estavam em pânico. Do lado de fora, o Capitão Nascimento estava posicionado, com o dedo no rádio, aguardando o sinal para invadir. Numa sala que dava pro corredor em que os presos da A faziam reféns, encontrava se Matias, jovem e focado, observava atentamente o comportamento dos prisioneiros pela fresta da porta.

— "Governador, a situação está controlada do lado de fora. Só precisamos da sua autorização para invadir," — disse o secretário, com a voz carregada de urgência.

— "E a advogada? Ela já chegou?" — perguntou o governador, evitando tomar uma decisão precipitada.

— "Está entrando agora," — respondeu o secretário, enquanto ajustava o paletó.

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⏰ Última atualização: Aug 16 ⏰

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