3_Regras

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Capítulo
3

  Ouço um barulho do meu lado e me assusto, olho e percebo que o loiro me observava enquanto eu dormia. Fico parada na cama enquanto olho para ele, esperando-o falar.

Bom dia bonequinha- disse o loiro enquanto me observava com seus olhos claros.- Deve estar se perguntando como entrei, não é mesmo? Ah, bom... a casa também é minha caso não saiba.- ele fala e logo joga uma chave mestre em cima da cama.

  Não dou a mínima pra ele, e me deito novamente, porém sinto ele se aproximar de mim e se sentar na beira da cama. Por incrível que pareça eu não sinto medo, nem mesmo desconforto… eu não tô sentindo nada…
  Ele percebe que não demostro reação e se levanta novamente.

Achei que seria divertido brincar com você logo cedo.- *ele respira*- mas você é tãooo sem graça. Não importa, tenho que sair mesmo. Até mais tarde bonequinha.- ele fala e logo ouço a porta se abrir e fechar.

  Continuo deitada na cama pensando, mas sinto uma lágrima molhar meu rosto, logo levanto minha mão enxugando-a.
(É, parece que a fixa não caiu completamente)- penso frustrada.
  Não sei o que levou a minha mãe á me vender, mas não posso continuar assim. Me sento na cama, analiso o quarto e vejo uma porta, desço da cama e caminho em direção à ela lentamente. Giro a maçaneta abrindo-a, e vejo que é um banheiro, entro e tranco a porta.
  Me olho no espelho e analiso o inchaço dos meus olhos.
(Estou horrível!!)- penso.
  Ligo a torneira e começo a lavar meu rosto bruscamente.                       
Raiva... é a única coisa que estou sentindo. Estou tão frustrada, e a única coisa que sinto é raiva... já era hora de sentir algo mesmo, então não importo se o que estou sentindo é raiva.

  Pego uma toalha do lado da pia, e enxugo meu rosto, me olho novamente no espelho e vejo meu rosto vermelho. Esfreguei muito duro, porém nada disso importa.

  Abro a porta do banheiro e saio. Olho para o lado e vejo um homem com cabelos vermelhos de pé, encostado na parede do lado da porta do quarto.
Ele não fala nada, só observa, então eu falo:

O que foi?- digo o encarando. Ele não diz nada, porém continua me analisando da cabeça aos pés. Isso me deixou mais frustrada ainda, mas não posso fazer nada, não quero morrer ainda. Dou de ombros e vou em direção à janela do quarto para observa o lugar.
  Vejo que é um local bastante privado, e bem longe de qualquer civilização, é um lugar bonito, mas cheio de homens armados, não parece ser um lugar qualquer.
  Minha atenção é desviada da janela após ouvir passos se aproximando, o homem vem até mim e se encosta na parede me observando novamente, mas antes que eu abra minha boca pra resmungar ele começa a falar.

Por que?- ele pergunta, mas eu fico em silêncio não entendendo a pergunta.

Por que você não tem medo? Não te entendo. Se fosse qualquer outra pessoa no seu lugar já estaria desesperado. Não quer voltar pra casa?- ele pergunta novamente com um olhar de curiosidade.
  Eu fico quieta por alguns segundos, mas logo respondo.

Eu… eu estava desesperada… eu não sei o porque estou aqui, e nem o que vocês vão fazer comigo... mas... eu não quero voltar pra casa... eu não tenho mais uma casa. Ela me vendeu, isso quer dizer que nunca precisou de mim... e medo? É, eu estava com muito medo também, mas eu não sinto mais nada além de raiva.- falo olhando para além da janela, e logo ele parece satisfeito com a resposta, ele se vira para a janela e começa a observar a paisagem junto à mim.

HELP ~ (Em Hiato)Onde histórias criam vida. Descubra agora