Sentado em uma calçada, com a visão turva, fedendo a álcool e sangue, foi assim que começou a minha noite. Depois de mais um longo dia de tristeza, por ser " quase " dependente de uma pessoa que só desgraçou meu coração.
— Cara levanta logo daí — diz Lucas, meu amigo da faculdade com quem divido o apartamento desde meu 2° semestre, ele sai me puxando pelo braço até eu entrar dentro do carro — Poxa cara, você estragou mesmo a festa.
Sempre dizem que o amor faz você fazer loucuras, mas dessa vez até eu percebi que nem tudo que eu fizesse traria ele de volta, percebi que ao invés de trazer ele, eu estava afastando cada vez mais. Toda manhã antes de levantar e toda noite antes de dormir, eu fico pensando o porque ele me deixou, oque foi que eu fiz para ser abandonado.
E foi mais uma vez assim, como se eu tivesse em um looping, mesmo bêbado eu conseguia formar o rosto dele na minha mente.
[...]
Ao acordar notei que eu não estava no meu quarto, e nem sei como vim parar aqui, apenas me sentei na cama, de olhos fechados pela dor de cabeça horrível que eu sentia, sem lembrar de absolutamente nada da noite passada.
— Como foi que eu vim parar aqui? — pergunto tirando os pés de Lucas do meu rosto — Lucas, acorda aí — falo jogando o travesseiro bem perto do abajur do homem aranha que ele tem ao lado da cama.
— Cara, cala a boca, eu tô tentando dormir — Lucas fala bocejando, enquanto vai puxando o lençol até se cobrir por inteiro. — Ontem você deu muito trabalho na festa de despedida do Dino, pensei que você já tivesse superado. — ele fala me chutando da cama, até eu cair no chão.
Dino é meu ex, estávamos em um relacionamento de dois anos, até ele começar a agir diferente e simplesmente terminar. E parando pra pensar, eu apenas lembro que eu comecei a virar os copos de whisky, depois que eu vi o Dino aos beijos com outro garoto.
— Você podia apenas ter me deixado lá — falo baixo e me levantando para sair do quarto.
Assim que saio do quarto, ainda consigo ouvir Lucas reclamando de algo, pego meu celular e me sento no sofá, começo a rolar o Feed e me deparo com uma foto de Dino e Luci. — sinto um dor no meu peito, como nunca tinha sentido — nos amávamos até duas semanas atrás e agora nada? Como ele conseguiu seguir em frente tão rápido? Como ele consegue fingir que eu não existo?. Será que ele terminou comigo só por conta do intercâmbio para o Estados Unidos? Será que ele pensa que namoro a distância é uma perca de tempo — minha cabeça começa a ficar mais pesada — me levanto, vou até o banheiro para tomar um banho, até me deparar com Lucas que ele entrou primeiro que eu e vai demorar séculos já que agora ele está na frente do espelho do banheiro, escovando os dentes enquanto mexe no celular, sempre que pergunto porque ele tá tão sorridente assim no celular ele diz que tem uma namorada, só que ele nunca me apresentou, não que necessariamente ele tenha a obrigação de me dizer, mas é um pouco de desconfiar que é mentira, nós moramos praticamente a quase mais de um ano, e eu nunca vi ele trazer ninguém pra casa, mas fora tudo isso eu amo ele, é meu chaveirinho hétero.
— Já terminou? Preciso usar o banheiro — falo encostado na porta — preciso ir na farmácia comprar um remédio — resmungo enquanto mexo no celular, esperando algum milagre acontecer na minha vida, porque eu só consigo pensar em Dino. Como eu sinto falta dele, como eu queria que ele estivesse aqui.
[...]
Dino e eu, nos conhecemos no último ano do ensino médio, mais especificamente quando eu estava ensaiando a música Tattooed Heart da Ariana Grande, foi quando eu vi ele paralisado na frente da porta me olhando como se tivesse olhando algo precioso em sua frente.
— Perdeu alguma coisa? — pergunto sem paciência, me virando para a janela novamente olhando a paisagem, que me tranquiliza. Percebo que ele ainda continua me olhando, quando estou preste a falar novamente ele coloca uns instrumentos na mesa ao lado de onde estou.
— Desculpa — ele fala quase sussurrando — O professor pediu que eu trouxesse essas coisas pra cá — ele sacode a caixa com instrumentos e eu continuo observando ele, com aquele cabelo cor de mel, com aqueles olhos cristalinos, sua boca rosada bem carnuda, faço uma análise dos pés a cabeça dele, até ele me tirar do meu devaneio profundo.
— Você está bem? É... quero dizer Oi? Me chamo Dino... É... quer dizer meu nome não é Dino, más pode me chamar de Dino — tento me manter sério, até ele começar a derrubar tudo que estava na mesa.
— Oi, Dino — falo rindo — Me chamo Shun — saio de perto da janela e vou até onde ele, para ajudar a pegar os instrumentos que estão no chão — Acho que num te vi por aqui, primeiro Ano? — ele acena com com a cabeça dizendo que não.
— Obrigado pelo elogio, más não, terceiro ano — ele fala com aquele sorrizinho de lado — Estou na sala do terceiro ano B e você?
— Terceiro ano A — falo organizando a mesa para que os instrumentos não caía novamente. Vou até o outro lado da sala para pegar minha mochila e sair, quando exatamente Dino me puxa pelo braço.
— Quer ir almoçar? — ele fala ainda segurando meu braço.
— Porque eu iria? nem te conheço. — falo puxando meu braço, pego minha mochila e saio da sala, Dino continua me seguindo.
— Eu sei seu nome e você sabe o meu, já nos conhecemos — ele dá mais um risinho e eu reviro os olhos. — vamos, parece que você está chateado desde quando eu atrapalhei seu ensaio — ele fala me puxando pela mão, e eu só obedeço, percebi que quanto mais eu acabar com isso, melhor.
Eu pensei que iríamos almoçar no refeitório da faculdade, más não, fomos almoçar em um restaurante de massa italiana, aonde eu pedi o prato mais simples e ele pegou a sugestão do chef. Não sei porque eu estava me sentindo tão, tão confortável com ele, era apenas um estranho que por acaso nos esbarramos.
terminamos de almoçar e quando eu ia me despedir dele, não sei oque deu em mim naquele momento, mas pedi seu número por impulso, fiquei esperando ele recusar, mas foi pelo o oposto que me surpreendi, ver ele anotando meu seu número no meu celular e após ligando para salvar o meu, não sei se era o calor do momento e tals eu só sei que me senti bem.
eu já me conhecia e conhecia a minha sexualidade, e nunca fui muito fazer amigos e nem namorar, passava a maioria do tempo estudando ou apenas lendo romances, nada de uma vida turbulenta, apenas deixava poucas pessoas entrar na minha vida, assim temos poucas decepções nela.
Depois disso começamos a conversar bastante, trocamos users, ficamos um pouco mais íntimos, Dino me pediu em namoro três meses depois de todos os nossos encontros.
Oiii gente, tudo bem com vocês? Essa é a minha primeira obra, espero muito que gostem 💖 a. Duds.
