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Em uma época de guerra, onde a neve se tornava vermelha devido às inúmeras vidas perdidas, no meio do campo de batalha, uma guerra estava sendo travada. A família real de sangue puro Elysion lutava por terras. No início da guerra, a tenda onde o príncipe estava, junto com seus guardas, era vermelha e ostentava o brasão da família Elysion.

Guarda: — Príncipe Herick, temos que partir em retirada. Aqui não é mais seguro.

Herick era um homem alto, loiro, de olhos vermelhos ardentes, com pele branca e uma expressão fria. Ele era o primeiro na linha de sucessão do reino de Serenor, abençoado pelos dois deuses.

Em questão de segundos, o barulho fora da tenda cessou, formando um silêncio. Herick percebeu e, antes que pudesse avisar o guarda, uma espada foi cravada em seu peito. O guarda olhou para baixo, viu o sangue escorrendo, e com uma expressão de medo, caiu no chão. A lâmina foi retirada de forma brusca.

Herick: — Quem é você?

Ele falava com um rosto impassível, sem expressão.

Invasor: — Você é bem bonito, mais do que me disseram. Mas sua cara não muda? Acabou de ver um pobre homem morrer por sua culpa e não esboça nenhuma reação. Que nojento!

Herick: — Ele sabia que isso podia acontecer! É o trabalho dele!

A figura diante de Herick parecia jovem, baixo, mas robusto, com um corpo atlético. Usava uma máscara de coruja e vestia uma roupa preta justa, sem revelar sua origem ou o reino que servia.

Herick: — Você é homem ou mulher?

Coruja: — Estou aqui para te matar, não para conversar.

O mascarado avançou sobre o príncipe, empunhando sua espada. Herick pegou a sua e defendeu o ataque.

Coruja: — Nenhuma expressão? Acho melhor te matar, já que você parece um monstro!

Herick: — Nunca me chamaram de monstro. Sinta-se sortudo!

Os dois lutaram intensamente; Herick era o dobro do tamanho do oponente. Ele o chutou para fora da tenda. O atacante caiu no chão, e Herick saltou sobre ele, mirando no pescoço. No entanto, o inimigo levantou rapidamente e deu um chute em seu rosto, mas Herick o segurou com ambas as mãos. A figura riu e conseguiu arremessá-lo ao chão. A neve caía, branca como cisnes e brilhante como a luz, mas assim que tocava o chão, rapidamente ficava vermelha. O campo de batalha era cruel, e apenas os fortes sobreviviam. O frio os consumia; era uma luta pela sobrevivência, onde apenas um poderia sair vivo.

Coruja: — Cansei de brincar com você!

Herick continuava com a expressão fria e impassível.

Herick: — Vamos acabar logo com isso!

O mascarado correu em frente, e suas espadas se chocaram, gerando faíscas. Mas a força de Herick era maior, lançando a espada do inimigo para longe. Com uma mão, ele o segurou pelo pescoço.

Herick: — Últimas palavras?

O jovem deu uma leve risada e enrolou suas pernas ao redor do braço de Herick, usando seu peso a favor. Herick caiu no chão, e o mascarado torceu seu braço, quebrando-o. A espada do príncipe caiu, e sua expressão finalmente mostrou medo. O agressor pegou a espada caída e a cravou no ombro do príncipe.

Coruja: — Finalmente uma expressão!

O príncipe estava perdendo muito sangue e já não conseguia manter os olhos abertos. O invasor ergueu a espada para cortar sua cabeça. Antes que pudesse matá-lo, um homem o chutou, fazendo-o cair no chão. Sua máscara se despedaçou.

Coruja: — Jhon, o herói de Elysion. Que honra!

Jhon era o herói do reino, conhecido por suas histórias de bravura e força. Era um homem alto, com cabelos escuros e olhos vermelhos ardentes, e seu rosto exibia uma mistura de ódio e fúria.

Herick estava pálido e sua visão estava turva. Ele viu os dois lutando, não reconhecendo nenhum deles. Por mais que tentasse, sua visão não o permitia, mas sabia que uma batalha furiosa estava acontecendo. Ouviam-se barulhos de espadas se chocando. Mas quem era aquele homem que lutava com tanta bravura? Até que ouviu o mascarado chamando o homem de Jhon. Ele era seu tio, o quarto na linha de sucessão.

Herick: — Tio, cuidado!

Ele estava sem forças; apenas um sussurro trêmulo saiu de sua boca. Seus olhos começaram a se fechar.

Herick: — Tio!

Herick não via nitidamente, mas acreditava que aquele homem era seu tio defendendo-o. Seus olhos se fecharam e, quando os abriu novamente, viu o agressor ao lado do corpo de seu tio, segurando sua cabeça. Herick estava aterrorizado, tremendo de medo. O inimigo começou a andar lentamente em sua direção, com a cabeça do tio pingando sangue. Ele falava coisas que Herick não conseguia ouvir, apenas enxergava os olhos azuis brilhantes como joias raras e seus longos cabelos pretos que refletiam a luz. Mas o rosto do atacante permaneceu oculto. Lentamente, ele se aproximava. Sua visão começava a se fechar lentamente, demorando cada vez mais para abrir seus olhos. Ele sabia o que isso significava! Lutando contra a morte, mas sem forças, sabia que aquele era seu fim.

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⏰ Última atualização: Aug 09 ⏰

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