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Isabella on

Sabe aqueles dias que você acorda sem vontade de acordar? Então, eu acordo toda segunda-feira assim. Mas por um acaso hoje seria o dia do meu intercâmbio, e por incrível que pareça eu estou feliz e aconteceu de bom humor.
Minha vó apareceu na porta do quarto com um olhar feliz, mas sabia que ela estava meia chateada por eu estar indo, ela abriu a cortina e me olhou.

- O vôo está marcado para sair às 09h, se arrumar, come algo e vamos para você não perder seu vôo

Concordei com a cabeça e fui até ela, ela me abraçou enquanto me dava um beijinho na testa.

- Vou sentir saudades, vovó. Mas não se preocupa que nas férias eu volto

- Eu também vou, meu amor, a vovó vai tentar arrumar um jeito de vê-la. Agora vamos comer para não acabar chorando aqui

Desci até a cozinha e a mesa já estava pronta, me sentei e comecei a comer, parece que eu estava com a fome de vinte pedreiros
O meu vô saiu para algum lugar, e é até estranho não ter ele aqui para se despedir de mim.

Terminei de comer e fui até o quarto, me arrumei rápido para não me atrasar, olha que eu costumo me atrasar sempre. Eu e vovó pegamos um Uber e fomos até o aeroporto, chegando lá fiz as coisas que tinha que fazer e fui para o embarque.

Escutei uma voz de longe me chamando e ali estava, meu vovô com um buquê de flores na mão vindo em minha direção, meus olhos se encheram de lágrimas e eu saí da fila um instante para abraça-lo

- Achou mesmo que iria ir sem se despedir do vovô?

Comecei a chorar enquanto ainda estava abraçada com ele, após me afastar ele me entregou o buquê e eu fiquei olhando um tempo o mesmo

- Eu estou sem palavras, obrigada vovô! Sentirei sua falta.

- Eu também vou sentir sua falta

Escutei a moça falando que já estava na hora e eu dei um último abraço nos meus avós antes de ir, a saudade que eu vou sentir deles não tá escrito.
Mas eu tô seguindo meu futuro, e será só um ano de teste, caso dê tudo errado eu volto para casa como se nada tivesse acontecido

[...]

Finalmente o avião pousou e ali estava, eu procurando a pessoa que me buscaria no aeroporto, estava indo reto quando vejo uma placa com meu nome e eu fui sorrindo até lá, tinha um casal ali me esperando com o sorriso largo.

- Olá, prazer em conhecê-la, Isabella. - a senhora que estava ali me abraça e eu retribuir - Eu me chamo Carol e esse é meu marido Filipe

- Prazer em conhecer vocês, obrigada por me receberem

- Nós que agradecemos - dessa vez foi o Filipe que falou - Imagino que esteja com fome, vamos ir para sua casa nova comer?

Concordei com a cabeça e fomos até o estacionamento, o Filipe levou minhas malas e a colocou no carro, sentei no banco do carro e fui vendo a vista, e que por sinal que lugar lindo
Após chegarmos em casa, a Carol e o Filipe arrumaram a mesa e fomos comer juntos, dessa vez eu comi pouco para passar uma boa impressão né.
Eles falaram um pouco sobre eles, que eles tem dois filhos, um da minha idade e outro mais novo e que o mais velho da muito trabalho

Depois de conhecer eles eu fui para o quarto e que por sinal era lindo, um quarto só para mim e do jeitinho que eu sempre imaginei, arrumei minhas roupas logo, acho que ainda tô funcionando pela ansiedade.

Depois que arrumei tudo tomei um banho e me deitei na cama, e nossa, que colchão bom. Fiquei um tempo deitada até pegar meu celular, respondi as pessoas que estavam ali e percebi que era tarde, preciso me acostumar com o fuso horário daqui.
Fiquei me mexendo na cama até levantar para tomar um ar e beber uma água.

Quando estava descendo a escada escutei um barulho vindo da sala e fui conferir, após chegar na sala a pessoa olha para mim por um tempo e finalmente fala algo

- Ah, é a menina do intercâmbio - ele olha para frente e volta a sua atenção para a tv

- E você deve ser o filho mais velho

- Bom, já sabe de mim, não temos o que saber um do outro mais - ele se levantou e passou do meu lado me esbarrando

Fiquei parada um tempo processando tudo o que estava acontecendo, me tratou na maior grosseria, nem fiz nada
Fui na cozinha, bebi água e voltei para o meu quarto, fechei a porta devagar para não acordar ninguém e me deitei, não demorou muito eu dormir

Por acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora