Isso aconteceu recentemente, algo estranho, não? Bom, a primeira coisa que notei foi algo quente, bem no peito, crescendo toda vez que eu via ele. Toda bendita vez que ele entrava no escritório pela manhã e gritava comigo como se eu fosse patético.
Estranho, eu pensei que era só raiva, meu peito estufava, minha mandíbula travava e minhas unhas entravam tão forte na palma de minhas mãos que eu chegava a tremer. Mas tudo ficou ainda mais estranho quando eu cheguei em casa pela manhã. Desafrouxei a minha gravata e me olhei no espelho do banheiro, era surreal.
Estava respirando rápido, rosto vermelho, meus olhos pareciam escuros, fumaça saía de minhas narinas como se eu fosse uma chaminé, não era normal, nada normal!
Toda vez que eu expirava, aquela fumaça escurecia ainda mais, saiu de cinza para preto em segundos! O calor que sufocava meu peito estava aumentando, se espalhando pelo meu corpo, eu me sentia entorpecido, como se algo estivesse preso na garganta.
Me lembrar de como ele gritava comigo só me fazia soltar mais fumaça pelo nariz, era como se eu pegasse fogo por dentro.
Eu senti a fumaça sair pela minha boca quando gritei assustado, que coisa bizarra.
Qual era meu problema? Meu corpo começou arder como se fogo me queimasse por dentro, meu lábio inferior tremia, e algo muito estranho saiu de mim naquele momento, quente, descendo por minhas bochechas como a lava que sai de um vulcão, era quente e cristalino. A mão direita apertou o tecido da camisa que cobria meu peito, onde crescia um enorme aperto que me fazia ofegante.
Doutor, o que há de errado comigo?
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Anabela.
Short StorySeja bem-vindo a Anabela, onde posto capítulos únicos de histórias diversicadas, as vezes genéricas, as vezes não. E quem sabe, você consiga achar a conexão entre elas. Com amor, Débora!