O julgamento

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Lucius despertou com um sobressalto, seus olhos piscando rapidamente enquanto se ajustavam à penumbra da sala em que se encontrava. A primeira coisa que notou foram as correntes, pesadas e incômodas, prendendo seus pulsos e tornozelos. Ele tentou se mover, mas as algemas brilhantes o mantinham firmemente preso à cadeira. Ao seu redor, as figuras imponentes de arcanjos o observavam com expressões severas, suas asas majestosas parcialmente visíveis sob os mantos dourados.

Ramiel, de pé à sua esquerda, foi o primeiro a falar, sua voz grave ressoando na câmara.

Ramiel - Lucius, finalmente acordou. Estávamos aguardando.

Confuso, Lucius ergueu a cabeça.

Lucius - Por que estou preso? O que está acontecendo?

Michael, deu um passo à frente, suas feições imperturbáveis.

Michael - Queremos apenas fazer algumas perguntas, Lucius. Nada mais.

Lucius balançou as correntes levemente, seu olhar crítico.

Lucius - E essas correntes? Vocês realmente precisavam disso?

Ramiel esboçou um sorriso tênue.
Ramiel - Apenas uma precaução, garoto.

Nesse momento, Gabriel, apareceu à sua frente, um pergaminho antigo nas mãos. Ele o entregou a Lucius, que o abriu com curiosidade.

No pergaminho, uma imagem vívida mostrava Lucius lançando um poder desconhecido, algo tão forte que até os anjos de alta patente não conseguiam identificar. Ao lado dele, Adão e Eva, segurando correntes, olhavam para o horizonte com expressões graves. Lucius não conseguia desviar o olhar da cena.

Lucius - Esse desenho é incrível.  Ele comentou com um sorriso.

Michael, contudo, não partilhava da mesma leveza.

Michael - Isso não é apenas um desenho, Lucius. Esse pergaminho mostra o futuro.

Os olhos de Lucius brilharam de interesse.

Lucius - Ele previu a última guerra que Lilith causou?

Uriel, o arcanjo do julgamento, assentiu lentamente.

Uriel - Sim, foi esse mesmo.

Lucius franziu o cenho, intrigado.

Lucius - Então, por que deixaram a guerra acontecer se tinham um pergaminho que prevê o futuro?

Uriel respondeu com um tom sério, como se pesasse cada palavra.

Uriel - Porque o Paraíso sempre esteve em paz, e subestimamos as consequências. Mantivemos o pergaminho guardado, acreditando que a harmonia prevaleceria.

O silêncio que se seguiu foi interrompido por Lucius, que, impaciente, perguntou:
Lucius - Quanto tempo estou aqui?

Os arcanjos se entreolharam, mas ninguém respondeu. Lucius, percebendo a tensão no ar, decidiu tomar uma posição.

Lucius - Se ninguém vai falar nada, então eu também não falo.

Gabriel, sempre a voz da razão, interveio. Gabriel - Isso é proibido, Lucius.

Lucius - Eu quero um advogado. Lucius declarou, cruzando os braços desafiadoramente.

Michael fechou os olhos por um momento, claramente frustrado.

Lúcifer X ALASTOR Hazbin hotelOnde histórias criam vida. Descubra agora