Do you accept it back?

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Pov Faye

Fazenda Peraya, Missoula.
28 de agosto, 2019.

- AHHH FAYE! PEGA! PEGA!

- Yoko para de balan... - Não consegui completar a frase, porque a tailandesa, apavorada com o peixe que pescou, se agitou na pequena canoa em que estávamos e se sentou na lateral, desestabilizando-a e fazendo a canoa virar.

Meu corpo afundou no lago e eu nadei para cima, inspirando o ar profundamente. Olhei em volta e vi Yoko nadando assustada próxima ao pier de madeira.

- Yoki, vocês está bem?! - Ela me olhou com os olhos arregalados e balançou a cabeça. Eu passei a mão pelos cabelos para retirar o excesso de água e suspirei, olhando em volta e pensando no que fazer.

Por fim, eu suspirei e nadei até a canoa, a empurrando para próximo ao pier para conseguir virar-lá. Yoko, que já estava em cima do pier, olhava tudo com um olhar culpado e mordendo o lábio inferior. Quando consegui virar a canoa, notei que um dos molinetes havia ficado preso embaixo de um assento e sua linha estava esticada.

- Mentira... - Eu sussurrei não acreditando enquanto o pegava em mãos e confirmava que era o que Yoko estava usando, e o peixe ainda estava preso.

Rapidamente eu travei a carretilha do molinete e comecei a puxar. Demorou alguns segundos até que eu estivesse vendo a truta presa ao anzol.

- Ela é grande! - Yoko exclamou animada enquanto eu pegava a pequena rede e a tirava d'água.

- E vai ser nosso jantar. - Eu sorri antes de voltar a olhar para ela.

...

Depois de grelhar os filés da truta com azeite, agora, em outra panela, eu misturava a manteiga, a salsa, o alho, o conhaque, o vinho branco, o suco de limão, o são e a pimenta enquanto Yoko se encarregava de fazer o purê de batatas. Ela também havia escolhido um vinho rosé suave para acompanhar a truta. Era um prato um tanto quanto rápido, então logo estávamos sentadas a mesa de madeira que havíamos montado no píer. Algumas velas espalhadas ao redor e em cima da mesa deixava o ambiente mais íntimo, romântico. Em contrapartida, eu e a latina estávamos vestidas casualmente para aproveitar o calor ameno que a brisa fria do lago deixava.

- Eu não queria que essa viagem acabasse nunca. - Sua voz doce encerrou o silêncio cômodo que se fazia presente entre nós. Eu ergui o olhar para seu rosto, sentindo um sorriso crescer em meus lábios. Segurei em sua mão, que estava ao lado de sua taça, e entrelacei nossos dedos.

- Porque? - Eu perguntei, mesmo sabendo a resposta e dividindo o sentimento, eu queria ouvi-la dizer. Ela balançou a cabeça e intensificou o aperto em nossas mãos. Pude vê-la respirar fundo e soltar o ar vagarosamente, como se entendesse o que eu quis dizer e procurasse palavras para explicar.

- Quando você foi embora Fa... eu esperniei, chorei, me desesperei... Eu liguei para o seu celular, mas você sempre me rejeitava. Então eu fui a sua empresa, ao nosso apartamento, na casa de suas mães, liguei para seu irmão, mas ninguém me dava uma única informação sua... - Sua voz abaixou um tom e seus olhos caíram para a mesa entre nós. - Depois de algumas semanas, quando Mariana postou uma foto sua e vocês apareceram juntas, eu surtei Faye. Quebrei todo o meu quarto, gritei com as pessoas que queriam me ajudar... e Engfa, ela me disse algumas coisas e eu fiquei com tanta raiva dela por um tempo. Mas então eu entendi que ela foi a única pessoa a me dizer a verdade que ninguém mais teve coragem, e eu a agradeço por isso hoje.

- Mas então o desespero por te perder foi dando vez a realidade de que estava realmente acontecendo... eu entrei em um estado de apatia geral. Eu não queria sair do meu quarto, eu não comia, eu sequer tomava banho se minha mãe ou Char não me obrigassem a fazê-lo. - Eu sentia meu coração se comprimir a cada nova informação, enquanto encarava os olhos chocolates brilhando pelo reflexo que a chama da vela fazia. - Eu dormia e acordava chorando, agarrada a qualquer coisa que me lembrasse você. Seus peças de roupa que foram esquecidas em meu quarto, o travesseiro que você dormia, seu perfume... eu não conseguia aceitar o fato de que havia perdido o amor da minha vida por idiotice minha. - Ela respirou fundo, como se estivesse contendo uma vontade forte de chorar, brincando com os dedos de minha mão que permanecia firmemente entrelaçada com a sua. - Eu te acompanhava diariamente por suas redes sociais, me martirizando a cada nova foto que você postava com Mariana e Valentina. - Ela suspirou. - E, eu estava tão mal... fui internada porque fiquei desidratada, e depois meus pais me abrigaram a frequentar um psicólogo e ele me diagnosticou com depressão. Eu não sentia mais vontade de me arrumar ou falar com as pessoas, e eu... eu literalmente te via por todos os lados Fa, como uma miragem que nunca me deixava esquecer do que eu havia feito... a.... a Char, ela pensou que eu poderia ficar melhor se saisse com algumas pessoas mas, eu nunca era sequer capaz de olhar em seus olhos por um único segundo antes de deixá-las sozinhas e voltar para o meu quarto só para abraçar suas roupas.

Truth In Love - Adaptação Fayeyoko e Englot g!pOnde histórias criam vida. Descubra agora