Depois de um pequeno tempo esperando, o sniper chega.
- Bom, é o seguinte. - eu falo. - Na rua onde a câmera está quebrada, um pouco mais à frente, existe uma estrutura quase abandonada. Um pequeno local feito de madeira. Se a câmera foi quebrada mesmo, então ele foi para aquela rua.
- Tá, mas como sabe disso? Nunca fomos para lá. - diz Shin.
- Eu já vim pra cá uma vez.
- Então ele escondeu as meninas lá? - pergunta o sniper.
- Provável.
Seguimos o caminho da rua da câmera quebrada. O parquinho ficava cada vez mais distante até sumir de vista. Um pouco mais à frente, já era possível ver a pequena casinha de madeira. Ela tem buracos nas paredes, além de um teto quase despedaçado. Nos aproximamos, um dos buracos na parede facilitou nós enxergamos o suspeito e as duas gêmeas dentro da casa.
- Deixa a gente ir. - diz uma das garotas.
- Cala a boca, criança estúpida! - diz o suspeito.
Diferente da testemunha daquela senhora, o homem já era mais velho, quase 36 anos de idade, era robusto e não tinha cicatriz, mas sim uma tatuagem no pescoço, mas não consegui ver do que era.
- Aquele não é o cara, né? - pergunta o sniper sussurrando, lendo as características na caderneta que Shin anotou.
- Não, mas não deixa de ser um suspeito. - diz ela.
Do lado de dentro, o homem pega uma das garotas pelo colarinho e ameaça cortar seu pescoço na frente da irmã, a qual não contém as lágrimas.
- Mira na cabeça dele. - eu sussurro.
- Vai querer que eu mate ele na frente delas?
- Se ele não morrer, então ele quem vai matar.
O sniper dá um suspiro preocupado e logo põe a ponta da arma num dos buracos, mirando na cabeça dele.
Eu vou até a porta, onde tem um cadeado. Pego uma pedra grande que está por perto e espero pacientemente o sniper atirar. Depois de uns segundos, é possível ouvir o disparo. Na mesma hora, eu acerto a pedra no cadeado com força, fazendo-a quebrar. A porta abre e tenho acesso ao lado de dentro.
As gêmeas olham para mim. O homem está caído no chão, com um furo na lateral da cabeça, com uma poça de sangue ao seu redor. A imagem era mesmo apavorante aos olhos de uma criança, talvez eu não deveria ter pedido para ele atirar... Mas foi preciso.
- Venham! - eu digo para as garotas.
Elas vem. Eu as acolho em meus braços.
- Está tudo bem agora, prometo.
Shin vai até o corpo do homem.
- Se ele não é o cara da testemunha, onde está o outro? - ela pergunta.
- Devem ter agido juntos, um sequestrou e o outro escondeu.
- Mas que droga! - ela chuta um dos caixotes que estava no chão.
- O que foi?
- Salvamos elas, mas não prendemos o cara...
- Ao menos matamos. - diz finalmente o sniper.
Eu suspiro.
- Vamos voltar logo, estou exausto...
Pegamos as gêmeas e voltamos para a delegacia. Quando viu as garotas, a mãe delas saiu correndo e abraçou elas. Depois, eu e Kai fomos para o vestiário, trocar de roupa. Eu estou na frente do meu armário.
- Como foi o resgate? - ele pergunta.
- Foi... Tranquilo.
- Que pena eu não ter ido.
Eu tiro a camisa. Ele também. Ele me olha, vendo as poucas e leves marcas nas minhas costas e braços.
- O que aconteceu com você?
- É antigo.
Eu ponho a blusa e me viro para ele. Assim que me viro, avisto ele pondo a blusa. Quando ele levanta o braço, é possível ver uma cicatriz de queimadura em seu braço esquerdo.
- E isso aí?
- O que? - ele repara que estou vendo sua cicatriz. - Ah, isso... É uma longa história.
- Entendi.
Eu começo a fechar meu armário e Kai vai indo embora. É quando me toco. Arregalo os olhos e olho para ele, o qual já está próximo da porta. "Mas que merda! Como não pensei nisso?", eu penso, "Ele defendeu as características 'comuns' do cara, é igual e tem até a cicatriz... Caceta!".
Eu saio do vestiário, procurando por Kai, mas ele simplesmente sumiu do corredor.
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𝐏𝐄𝐑𝐈𝐆𝐎 𝐄𝐌 𝐒𝐄𝐔𝐋: 𝒖𝒎 𝒄𝒂𝒔𝒐 𝒅𝒆 𝑺𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍 𝑲𝒊𝒍𝒍𝒆𝒓 1
Mystery / ThrillerIm Chung-lee é o mais novo detetive da polícia de Seul. As coisas parecem seguir bem, até que um caso cai nas mãos de seu departamento. Quem será o culpado? Quem é o inocente? Com mistérios deixados para trás, eles vão sendo desvendados de acordo co...