As Skylands haviam, mais uma vez, sido retornadas á sua legítima glória. Kaos - junto de seus repulsivos e facínoras lacaios - fora (previsivelmente) derrotado e exilado pelos renomados guardiões do mesmo reino que almejava conquistar. Mestre Eon demonstrou orgulhar-se dos Skylanders, e o povo enaltecia, em grato regojizo, a vasta intrepidez de seus monumentais campeões.
Então... porque Swarm não sentia-se feliz?
Conquanto fosse gratificante ser aclamado como herói toda vez que sobrevoava uma pacata aldeia Mabu, e apesar de estimar bastante a companhia dos outros gigantes, seus fieis irmãos de batalha, nem o infindável reconhecimento que obtivera como um dos formidáveis salvadores das terras flutuantes que habitava preencheu o buraco abismal no cerne do seu ser.
Reflexivo, o imponente príncipe insectoide sentou-se na beirada de uma ilha, levitando acima de um profundo abismo azulado, observando o fúlgido astro-rei pondo-se no lado oposto do horizonte. Memórias distantes de sua estadia na colmeia, um aconchegante lar que partilhava com milhares de irmãos, além dos seus pais - os governantes - inundaram de forma abrupta sua mente. Lembrando-se do quão jovial e despreocupadamente brincava com seus irmãos, voando pelos intermináveis corredores dourados da estrutura, os criados reais e demais servos empenhando-se para fazê-los desacelerarem e comparecerem ao jantar ou a dormir.
Ele soltou um breve riso, as peripécias mirabolantes que engenhavam juntos no intuito de ludibriá-los voltando ao holofote da sua mente. Logo, porém, tal diminuta alegria esvaneceu, dando lugar a uma profunda melancolia. "Meus irmãos...", pensou Swarm. Independentemente do quanto o inseto antropomórfico desejasse, ele provavelmente nunca os veria novamente. Era completamente proibido que quaisquer indivíduo pertencente a família real deixasse a colmeia, para início de conversa. O único motivo dele estar ali - recordando aquela época na borda de uma plataforma levitando acima dum espesso oceano de trevas, sob a etérea luz das estrelas noturnas, começando a nascer no horizonte - jazia na sua repentina mudança de tamanho.
Certo dia, por nenhuma razão aparente, o tamanho do príncipe aumentou celeremente; quando ele finalmente saiu da colmeia, sua cabeça achava-se prestes a atravessar o teto, obrigando-no a deixá-la, pelo bem da sociedade que ela abrigava. Variados anos passaram-se desde então, e Swarm não conseguia evitar indagar-se acerca do que havia ocorrido desde sua triste, contudo inevitável partida. Embora doesse muito lhe admitir isto, a esta altura, sequer estava certo de que sua mãe ou seu pai ainda estavam vivos.
O coração de Swarm despedaçou-se num milhão de fragmento, devido a mera possibilidade de não poder comparecer ao rito de passagem deles para a Terra do Mel Sem Fim por conta de sua titânica altura. Os olhos dele encontravam-se prestes a lacrimejar copiosamente, quando uma suave voz interrompeu a taciturna reflexão na qual mergulhara.
"Swarm? Você está bem?". Era sua compatriota Ninjini, que guerreava ao seu lado no combate ao Império Arkeyan. Aproximando-se dele, Ninjini gentilmente pôs uma mão no seu ombro. "Eu só...", respondeu o gigante do ar, "Só estava pensando na colmeia, sabe?". Através do forte sotaque de Swarm, Ninjini identificou consistentes soluços e fungadas acompanhando as palavras do gigante.
Não havia sombra alguma de dúvida: ele estava chorando. Assimilando tal fato com a resposta que o ex-membro da realeza lhe proporcionara, Ninjini descobriu imediatamente o que efetuava-se ali.
De modo obsequioso, a gênia espadachim sentou-se ao lado do companheiro, fitando as estrelas decorando o horizonte, cuja largura aparentava estender-se infindavelmente do seu ponto de vista.
"Sua família...", começou ela, "Você... sente falta dela?". Agora permitindo que sua mágoa transparecesse, Swarm a respondeu, lacrimoso. "Sim. Muita".
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Através do Horizonte.
Lãng mạnSwarm e Ninjini aproximam-se por meio de seus respectivos anseios por tempos remotos e mais simples.