1 - Cebolinha

40 13 32
                                    

"As memórias passadas, delicadamente entrelaçadas com o tecido do tempo, são como páginas amareladas de um livro antigo, repletas de narrativas e experiências que, mesmo distantes, continuam a influenciar e moldar o presente." Autor X

Em uma manhã ensolarada de quinta-feira:

-Finalmente, hoje, dia 03/07/2008, meu anivelsário de oito anos, nem acledito! Já estou glandão! - falo, levantando-me da cama.

Logo desço e vou ao quarto dos meus pais.

-Papai, mamãe, é hoje! É hoje! Vamos! Acoldem! - digo, sacudindo-os.

-Calma aí, carinha! - fala meu pai, levantando-se.

-Acha que eu esqueci? - diz minha mãe.

-Que holas vamos? Agola? Quando?

-Calma, carinha, vá tomar banho e logo conversamos - diz meu pai, colocando-me no chão.

Horas mais tarde

-Olha, mãe, logo ali! Vamos! Vamos! - digo, puxando-a para a roda-gigante.

-Filho, você já está grandinho, que tal ir sozinho enquanto eu e seu pai ficamos aqui te esperando?

-Clalo, mamãe, já sou um homem lesponsável!

-Carlos, vamos? - diz ela, se distanciando junto com papai.

Então, não vendo a hora, logo corro para a fila.

-Opa, carinha! Onde está sua mamãe? Não pode ir sozinho - diz um homem desconhecido.

-Ela está ali. Mas, moço, eu já tenho oito anos!

-Sinto lhe dizer, mas a idade ideal para entrar aqui é de doze anos.

Logo enrugo o cenho.

-Moço, é meu anivelsálio, deixa passal, vai!

-Desculpa, carinha, mas é meu trabalho. Mas, para não perder a viagem, tem aquela ali - diz o senhor de cabelo grisalho, apontando para uma roda "gigante" rosa.

-Esse mano tá me tilando? - digo a mim mesmo.

-Ok, ok, deixa pla plóxima, então - digo, em meio a um suspiro, e logo saio em direção àquela mini diversão.

-velho é muito vacilão, meu. Ele vai ver da plóxima vez - falo com cara de mau e braços cruzados.

Ouço barulho de choro.

-Quem é que tá fazendo cover de trombeta? - diz uma mulher logo atrás.

Logo vejo uma mulher com uma criança no colo.

-Moço, pelo amor de Deus, posso deixar minha filha aqui?

-No final da fila, senhora - diz ele, apontando.

Após a garota ver o tamanho da fila, começa a berrar novamente.

-Moço, por favor, me ajuda! Posso deixá-la aqui? - fala a mulher, colocando a guria ao meu lado.

-Ah, não! Essas crianças mimadas!

-Nossa, se fosse tão fácil assim, me tacaria no chão agora mesmo!

Ouço pessoas reclamando.

-Desta vez deixo passar, está avisada! - diz o homem ao lado do brinquedo.

Logo a senhora se distancia.

-E aí? - diz a guria cacheada.

-Que foi?

-Nossa, que mal-educado. Quantos anos você tem?

-Oito.

-Uau! Que legal! Eu faço oito mês que vem, sabia?

Amor imperfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora