Amor em tons de cinza [Dark Romance 🔞] EM REVISÃO!!

𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟓- 𝐏𝐀𝐑𝐓𝐄 𝟐𝟏 ☠️

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𝕸𝖆𝖝𝖎𝖒𝖊 ..... 🔥💲

𝗗𝗶𝗮𝘀 𝗮𝘁𝘂𝗮𝗶𝘀
𝗗𝗶𝗮 23

Mary entra no quarto, e eu nem preciso olhar direito para perceber a merda estampada no rosto dela. Preocupação, medo, aquele olhar de quem quer falar algo mas já sabe que vai ouvir o que não quer. Só que eu não me importo. Meu foco está em outra coisa, algo maior, algo que realmente importa. A situação com o Constantine está desmoronando, e ela ainda acha que esse é o momento certo para falar de sentimentos?

— Eu acabei de falar com a Sophie. — Ela hesita. Como se tentar medir palavras fosse mudar alguma coisa. — Ela está devastada, Max. Muito chateada com tudo isso.

Meu estômago dá um nó por um segundo, mas eu enterro isso antes que chegue à superfície. Caminho até a janela, sentindo cada maldito músculo reclamar dos ferimentos...Mancando, mas sem perder a postura. Lá fora, a cidade brilha como se nada estivesse acontecendo, como se eu não estivesse prestes a tomar uma decisão que pode mudar tudo.

— E o que exatamente você quer que eu faça, Mary? — Pergunto impaciente. — Que eu abrace essa ilusão? Que eu finja que esse mundo não é uma jaula e que essa criança teria alguma chance de sair viva?

Ela se aproxima devagar, achando que isso faz alguma diferença. Quer parecer calma, mas eu vejo a tensão nos olhos dela. Mary me conhece bem demais para fingir que está tranquila.

— Não é isso, Max. — Ela tenta soar firme. — Eu só quero que você entenda o que está fazendo com a Sophie. Ela está destruída. Completamente sozinha. Você é tudo que ela tem, e mesmo assim está jogando ela para longe. Você sabe o que ela quer, o que ela espera de você. Ela se entregou, Max. Ela deu tudo que tinha, esperando pelo mínimo em troca. Esperando que, no meio dessa sujeira toda, você pelo menos a amasse.

— E daí? — Me viro devagar, deixando que ela veja exatamente o que estou sentindo. — O que ela espera não é problema meu.

Mary aperta os lábios, como se quisesse gritar mas sabe que não vai adiantar. E talvez ela esteja certa. Eu já tomei minha decisão. Não há espaço para sentimentos aqui. Não há espaço para esperança. E, acima de tudo, não há espaço para mais uma vida condenada antes mesmo de nascer. Se Sophie não entende isso, então ela é mais ingênua do que eu pensava.

— Você sabe melhor do que ninguém como as coisas funcionam aqui, não tem espaço pra sentimentalismo, pra sonhos idiotas ou pra essa ilusão de família feliz. Eu não vou trazer uma criança pra esse inferno. — Digo, sem hesitação. — Não importa o que você diga. Não importa o que a Sophie queira. Isso não vai acontecer.

— Max, pelo amor de Deus... — A expressão de Mary vacila por um instante. — Você sabe que Sophie precisa de você. E esse bebê... — Ela trava. — Esse bebê é parte de você também. Talvez seja a única coisa nesse mundo fodido que ainda pode te salvar. Que pode dar um propósito pra vocês dois.

Eu odeio cada palavra que ela acabou de dizer, porque, no fundo, sei que tem um resquício de verdade em cada uma delas.

— Não. — Digo, revirando os olhos. — Eu já decidi. Eu não quero e eu não vou mudar de ideia.

— Tudo bem, Max. Você venceu. — Mary fecha os olhos por um instante, como se precisasse reunir forças pra continuar de pé.

Ela dá um passo pra trás.

— Só espero que você não se arrependa quando for tarde demais. Porque Sophie… — Ela hesita. — Sophie não vai esquecer o que você disse hoje e nem perdoar. Isso pode ser o fim de vocês dois.