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— Qual é o seu interesse nisso? Você não me salvou por bondade.

— Eu só tentei te tirar dali, garota tola. Se você ficasse seria morta em segundos.

— E qual diferença isso faria em sua vida, Snape? Afinal você está ao lado dele.

— Estou fazendo o que não pude fazer no passado — Ele segura os braços dela a assustando — Você tem os olhos dela.

— Você está realmente louco, essa guerra não fez bem a você.

— A foto em seu relicário, essa na foto é a sua mãe.

— Então você sabe quem são os meus pais?

— Dumbledore achou que você ficaria bem, que seria melhor para todos que não soubessem da sua existência, até de mim ele escondeu.

— Quem era a minha mãe? Quem ela era para você ao ponto de me arrastar para longe de Hogwarts?

— Lily — Ele abre o relicário e toca a foto com a ponta dos dedos — Você e Potter são filhos dos mesmos pais.

— Como ninguém ficou sabendo disso, Snape?

— Agora a sua única preocupação deve ser em sobreviver.

— Ele vai me achar em algum momento. Mesmo que ele não saiba do meu parentesco com o Harry, ele vai querer matar todos da ordem, incluindo eu.

— Pode ter certeza que existe um destino pior que a morte lhe aguardando se ficar.

— O meu irmão está morto e eu vou vingar sua morte.

...

— Draco, aquele traidor desgraçado ficou ao lado daquele monstro — a ruiva estava sentada no chão.

— Agora todos que eu conheço estão mortos ou sendo torturados. Acho que é o destino, todos os Potter acabam mortos, uma maldição que me persegue.

Hanna estava escondida num quarto com proteções, o lugar era antigo e feio, mas ao menos era seguro, pelo menos até aquele momento. Ela tenta manter a sanidade, precisava encontrar uma forma de ajudar os outros, ela precisava retornar com a ordem. A ruiva fecha os olhos, ela se lembra da primeira vez que encontrou Harry, era natal e ela estava tão sozinha, ele a levou para a casa Weasley, aquele dia foi o melhor que ela teve em tempos.

A ruiva olha a foto em seu relicário, seus olhos se enchem de lágrimas, sua mãe agora tinha um nome. Ela jamais imaginou que seu irmão estivesse tão perto, e agora ele tinha sido dado como morto. Conforme os dias se passavam as notícias só pioravam, os membros da ordem sobreviventes, tinham sido capturados. Uma notícia deixa a ruiva sem chão, ela não podia acreditar em tamanha crueldade.

— Ele vai mesmo transformar essas garotas em servas? Deixá-las para serem usadas de todas as formas por comensais? Não seria melhor matá-las? Isso é pior que a morte.

— Eu não posso voltar aqui, seria arriscado demais, de agora em diante você está sozinha, peça ao elfo o que precisar.

— Eu não posso ficar aqui enquanto elas são torturadas, Snape.

— Se você sair daqui só vai conseguir ser mais uma.

— Mesmo que eu morra tentando, eu não vou parar de lutar, essas garotas não podem viver assim e ele não pode vencer.

— Não sair daqui vai ser o melhor no momento. Se você sair só vai piorar a situação, você não pode lutar sozinha, Hanna.

— E quem disse que eu estou sozinha? Nem todos foram capturados e eu vou achá-los, isso é uma promessa.

Dois anos antes...

— Resolveu aparecer para me irritar? Já aviso que acordei com um péssimo humor.

— Você não é tão importante quanto pensa, cabelo de cenoura.

— Que fofo, até arrumou um apelido para mim, Malfoy.

— Ainda não consigo acreditar que te aceitaram nessa escola.

— Eu sou uma bruxa bem melhor que você — ela se senta em uma das mesas.

— Ninguém é melhor que Draco Malfoy — ele para de frente para ela.

— Você diz isso porque te fizeram acreditar? Sua família disse que você era importante, então você acreditou nessa mentira.

— Você não sabe com quem está se metendo — ele segura o pulso da ruiva.

— Aguamenti — um jato de água sai da varinha de Hanna e deixa Draco encharcado.

— O que você fez? Vai pagar por isso!

— Desculpa por rir, mas você ficou muito engraçado molhado.

— Acha graça nisso? Então deveria se molhar um pouco — ele lança o mesmo feitiço.

— Eu lavei o cabelo hoje — ela desce da mesa e o empurra, mas os dois acabam caindo juntos.

— Sua ruiva atrevida, achou mesmo que eu não iria revidar?

— Então eu vou resolver de outra forma — ela o atinge com um soco.

— Você é louca — Ele a imobiliza — Qual é o seu problema?

— Foi você quem começou, sempre preconceituoso com quem não é de uma família bruxa importante.

— Você não deveria se meter nos problemas dos outros.

— Não enquanto te vejo se tornar uma pessoa horrível — Ela encara os olhos de Draco — Você poderia ser nosso amigo, mas prefere se comportar como o pior dos bruxos.

— Você não sabe nada sobre mim, Hanna.

...

— Acho que eu realmente nunca soube nada sobre você, Draco.

Hanna não conseguia acreditar, Draco realmente tinha se tornado um comensal, ele não era mais o garoto do último ano, não o mesmo que ela gostava. A ruiva já não aguentava mais aquilo, ela queria ir até lá e ofendê-lo de todas as formas, mas ela também queria libertar os outros. Enquanto ela estava escondida, garotas da sua idade estavam sendo usadas e torturadas, era demais para ela ficar tão impotente, Hanna precisava fazer algo.

Snape já não aparecia mais, ela nem tinha ideia de quanto tempo tinha se passado, parou de contar depois de semanas. O elfo sempre lhe mantinha informada, ela sabia sobre o que acontecia do lado de fora, mas para ela aquilo era torturante, se sentia culpada por ficar segura. Naquele dia ela resolveu deixar a casa, mesmo sob os protestos do elfo, ela precisava sair daquele quarto. No mesmo dia em que saiu ela foi capturada, nem mesmo sua magia pode salvá-la, mas ela lutou bravamente e feriu seus inimigos, só não foi o suficiente para vencê-los.

— O Lord vai gostar de saber que mais uma foi capturada — diz o comensal a fazendo ter vontade de cuspir em seu rosto.

— Nem tudo está acabado — ela tinha a esperança de que isso fosse o suficiente, para chamar a atenção de alguém, uma pessoa em especial que retomaria a ordem.

— Todos vocês foram capturados — Ele aperta o rosto dela a fazendo olhá-lo — Talvez você tenha sorte e morra antes de ser torturada lentamente.

...

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Fight like a girl - Draco Malfoy (Reescrita) Onde histórias criam vida. Descubra agora