Raylla
Raylla estava mergulhada em um turbilhão de emoções, lutando para entender o luto que afligia sua alma. Um mês havia se passado desde seu divórcio com Marco, um casamento que parecia ter terminado em indignação e ressentimento. Agora, pesar e arrependimento eram seus companheiros, pois os momentos difíceis apenas aumentavam com a recente morte de Bruno, seu novo parceiro. Ela revirava suas memórias em busca de algo que a confortasse, mas nada parecia aliviar a dor.
A relação entre Raylla e Bruno havia sido repleta de altos e baixos. As alfinetadas que sabia dar a Marco pareciam insignificantes diante das discussões acaloradas que tiveram. Ela se lembrava do primeiro tapa, um ato que a pegou de surpresa, quebrando a imagem de cavaleiro que havia construído dele. Enquanto ele se tornava cada vez mais distante e irascível, Raylla se sentia presa em um ciclo de amor e desespero, e, em um momento de raiva, até desejou que ele não estivesse mais presente. Agora, essa vontade se tornou uma realidade pesadíssima.
Com a morte de Bruno, os sentimentos de culpa começaram a consumir Raylla. A ideia de que suas reações poderiam ter contribuído para o que aconteceu a atormentava incessantemente. Isolou-se de amigos e familiares, interpretando o silêncio como uma forma de minimizar sua dor e a tragicidade de sua situação. Assim, os dias passaram, e ela percebeu que havia faltado ao trabalho por tanto tempo que não tinha certeza se ainda tinha um emprego a que voltar.
Raylla refletia sobre suas escolhas e as consequências que tão drasticamente afetaram sua vida. A solidão se tornou sua única companhia, e a luta interna entre o amor que ainda sentia por Bruno e a amargura pela situação em que se encontrava a deixava exausta. Sua mente era um campo de batalha, e a luta pelo perdão a si mesma parecia difícil e intransponível. Em meio ao luto, ela buscava encontrar um novo propósito que pudesse dar sentido à dor que agora fazia parte de sua identidade.
A desesperança a cercava, mas dentro de Raylla ainda existia uma centelha de esperança. Enquanto olhava pela janela, sonhando acordada com um futuro sem dor, ela sabia que precisava enfrentar a verdade de seus sentimentos. É nesse momento que a busca por redenção e reconstrução pessoal começa, mesmo que a jornada pareça longa e tortuosa. Raylla compreendeu que o primeiro passo para se libertar era aceitar suas falhas e aprender a amar a si mesma novamente.
A Jornada de Raylla
Raylla estava jogada no sofá de seu apartamento, perdida em reflexões sobre suas escolhas de vida. A luz da tarde filtrava-se pelas cortinas, iluminando os contornos de um espaço que uma vez foi vibrante, mas agora parecia sombrio. Em seu coração, havia um vazio, consequência do luto que persistia desde a perda de Bruno. Cada lembrança a consumia um pouco mais, como se as sombras do passado estivessem constantemente ao seu redor.
Foi então que a campainha tocou e, ao abrir a porta, encontrou Marco, seu ex marido. Ele a analisou de cima a baixo, reparando na magreza que a afetou, provavelmente resultado de noites em claro e da bebida que a acompanhou nos últimos tempos. Marco, contrariamente ao que Raylla imaginava, não expressou julgamento. Ao contrário, sua presença era acolhedora e reconfortante. "Talvez eu tenha estado errada sobre ele", pensou Raylla, sentindo um fio de esperança se formando dentro dela.
Dentro do apartamento, Marco não hesitou em cuidar de Raylla. Ele a ajudou a tomar banho, um momento fulcral que a fez chorar sob a água quente, liberando a dor que carregava dentro de si. Durante aquele ato simples, ela compartilhou com ele tudo o que havia acontecido desde que saiu de sua casa, revelando suas experiências de tristeza e solidão. Marco apenas a escutava, um papel que parecia fazer com naturalidade, sem interromper ou fazer perguntas incômodas.
Quando ela finalmente saiu do banheiro, o cheiro de café fresco a envolveu, uma pequena alegria em meio ao caos. Marco estava na cozinha, segurando uma xícara fumegante, e ao entregá-la, Raylla sentiu-se um pouco mais viva, como se tivesse encontrado um motivo para recomeçar. Enquanto bebia o café em completo silêncio, observava a vista da janela, onde o mundo parecia seguir em movimento, alheio ao tumulto interno que ela vivia.
Um olhar atendo revelou que as garrafas de bebidas não estavam mais espalhadas pelo apartamento. Em seu lugar, havia um novo ambiente, mais leve, mais propício à reflexão. Raylla, perdida em pensamentos, começou a contemplar as consequências de suas ações, cada escolha e cada perda que a trouxeram até aquele momento. O aroma do café e a presença solidária de Marco a ajudaram a perceber que, talvez, ainda houvesse um caminho a seguir, um caminho onde ela pudesse reencontrar sua essência e reconstruir sua vida.E isso até a próxima bjinhos 💜🫰🏽😘
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Sombras do Destino
Любовные романы¨Dizem que o destino somos nos que fazemos com nossas escolhas,mas quem em sã consciência ao fazer uma escolha,ao decidir entre fazer ou nao fazer,entre ir ou deixar ir,entre sair ou ficar onde estar;estar pensando o pior para si.As nossas escolhas...