Prólogo 🦋

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A cena do crime parecia limpa demais.
Nem ao menos dava pra chamar assim.

Não haviam pegadas, impressões digitais, marcas por qualquer outro lugar que não fosse o pequeno quadrado onde o corpo jazia no chão.

As marcas de sangue eram mínimas e estavam apenas no corpo, nenhum lugar além, não haviam marcas de estrangulamento ou agressão física, apenas o profundo corte na garganta da vítima.

Aquilo era realmente bizarro.

Analisando o histórico da vítima não foi achado absolutamente nada, sem histórico criminal, vícios, dívidas, nada mesmo.

Na realidade ele parecia viver uma vida bem tranquila, e não parecia que tinha algum motivo para alguém querer matar um homem de 46 anos que morava sozinho a 20 anos naquele bairro e que nunca fez (aparentemente) mal a ninguém.

Não era a primeira vez que isso acontecia, na verdade nos últimos dois meses todos os assassinatos na região era assim, sem pistas, sem suspeitos, sem testemunhas e sem possibilidades de seguir em frente com o caso.

Também não havia nada além da cidade em que as vítimas moravam, que ligasse um caso a outro.

Isso estava deixando Vegas totalmente frustrado e decepcionado, se perguntando constantemente se ele realmente era tão competente quanto pensava, ou se o criminoso era realmente tão bom.

Bem, ele poderia ser, mas não era perfeito, e uma hora ia cometer um deslize.

Todo mundo deixa rastros, todos cometem erros, não seria diferente com ele.

Tinha que ter alguma coisa, uma mínima coisinha fora do lugar naquele cômodo, um objeto minimamente fora do lugar, qualquer coisa.

Ele percorreu todo o lugar com os olhos varrendo e tentando achar alguma coisa com seus olhos afiados que tanto elogiavam, mas nem mesmo ele conseguiu achar alguma coisa naquele pequeno cômodo.

Realmente...talvez ele não fosse o melhor como sempre falavam, talvez estivesse ficando velho demais para esse tipo de trabalho, como seu primo constantemente falava quando ia se referir a si mesmo ou a ambos.

Se nem ao menos conseguia analisar uma cena de um assassinato de bairro, ele poderia realmente ser considerado o melhor do ramo? Ele realmente era o melhor da cidade?

Porra, por que ele estava tão inseguro?

Era só olhar bem ao redor, analisar e coletar pistas, nenhum bicho de sete cabeças.

-Vegas, encontrou alguma coisa?

Um breve toque no seu ombro e Kinn estava olhando para ele por baixo dos óculos de grau.

Kinn era seu primo que trabalhava na delegacia e constantemente ajudava Vegas a ter acesso as pistas e cenas de crime antecipadamente, apesar das constantes reclamações do restante da equipe de perícia em relação a um "cívil" nas cenas que deveriam ser unicamente investigadas pela polícia.

-Delegado Theerapanyakun.

Vegas sorriu com um aceno de cabeça na direção do primo.

-Vegas...só estamos nós aqui, não há necessidade de tamanha formalidade.

-Certo...bem, eu não consegui muito progresso, e pelo andar da carruagem você também não, né?

O delegado solta o ar em um bufo, um tanto quanto irritado.

-Está com a mesma sensação que eu? Tudo parece tão perfeitamente arrumado e limpo, como se tivessem limpado tudo, tudo mesmo, cada milímetro dessa sala.

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⏰ Última atualização: Oct 28 ⏰

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Black Butterfly [VegasPete]Onde histórias criam vida. Descubra agora