RUBY | HAOBIN

1.0 - i'll be there for you when your wings break.

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Olhando o corpo da vítima, com seu vestido de gala rasgado e uma situação que escandalosamente contrasta com a imagem sempre elegante e sofisticada de Jennie Ruby Jane, Hanbin não pode afastar a sensação de que isso é um aviso. Como se uma entidade invisível, oculta atrás das cortinas, observasse cada movimento seu e vigiasse sempre que ele se intrometesse onde não devia. Ele já consegue prever as manchetes: "Tragédia na Elite: Jennie Ruby Jane Encontrada Morta em Festa de Luxo", "A Morte de uma Estrela: O Acidente Fatal", e outras especulações sensacionalistas que exploram o falecimento de uma jovem para chocar e atrair público.

Hanbin sentia-se inclinado a não se aprofundar no caso. Seu instinto dizia que aquilo estava além de sua capacidade, uma voz no interior de sua mente apitando como as sirenes dos carros da polícia, sem pausa. Um alerta.

No entanto, se ele não fosse a fundo, não seria Sung Hanbin. Afinal, se ele não investigasse, quem o faria?

Estava decidido.

Notou uma presença se aproximando e seu olhar se voltou para a policial. Uma mulher alta, esguia, e com uma presença forte e imponente. Vestia o uniforme da polícia e possuía um distintivo de "Oficial" pendurado no pescoço. Ele fez questão de conferir a tarja de identificação na farda. Ali, estava escrito o nome dela: Oficial Choi. Ela o cumprimenta com a devida formalidade, e ele retribui com um sorriso protocolar.

— Detetive Sung, — diz ela, com uma expressão grave. Suas sobrancelhas estão franzidas, e a preocupação em seu rosto é palpável — É bom vê-lo aqui. Os oficiais estão revirando tudo; a mansão está um caos — faz uma pausa — Mas, francamente... devo dizer que esses novatos são um tanto incompetentes.

Hanbin não a conhecia, mas era claro que ela sabia quem ele era. Ser reconhecido com tanta facilidade ainda lhe causava desconforto, por mais que já estivesse acostumado.

Hanbin dedica sua total atenção às palavras da policial, com um olhar atento e analítico. Em seguida, volta-se para os dois investigadores responsáveis pela cena do crime. Claramente inexperientes, seus métodos são rudimentares e ineficazes. Novatos, então. Um suspiro exasperado escapa de seus lábios; o que quer que estejam fazendo dificilmente produzirá resultados relevantes.

Ele massageou as têmporas, tentando aliviar a tensão crescente. Observar aquilo estava lhe causando arrepios e Hanbin certamente não desejava ter uma queda de pressão em pleno expediente. Após recuperar um pouco da compostura, Hanbin pousou uma mão nos ombros da oficial, os dedos pressionando suavemente em um gesto de conforto. Ofereceu-lhe um sorriso que refletia sua gentileza característica, e ela retribuiu o gesto com um sorriso que, embora gentil, revelava um traço de cansaço.

O que o atormentava agora era por que diabos o departamento não havia enviado profissionais mais capacitados para um caso que envolve uma figura pública de grande importância. O descaso e a falta de zelo do departamento não eram novidade para Hanbin, mas ainda assim, era algo que fazia seu sangue ferver e sua paciência se esgotar em poucos segundos. Era absurdo como apenas um grupo seleto ainda parecia se importar com algo além do salário no fim do mês. Mas, apesar de insensato, não era surpreendente. A convivência com tal ambiente fez Hanbin perceber, ao longo do tempo, que situações assim eram extremamente comuns no ramo.

Era bom ainda encontrar pessoas de bom caráter, que queriam fazer a diferença e trazer justiça para as vidas de todos aqueles que precisam de ajuda. Mas Hanbin sabia que não eram suficientes, que ele não era o suficiente para tomar conta de múltiplos casos grotescos e desumanos. E a sensação de impotência o corroía por dentro.

Os novatos continuavam a comprometer a cena do crime, e Hanbin sabia que precisava intervir. Era essencial que a investigação fosse conduzida com eficácia.